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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
"Custo Brasil" é maior entrave para exportador
A valorização cambial não é o
principal entrave para as exportações brasileiras. O que
realmente reduz a competitividade da indústria nacional é o
"custo Brasil", que representa
as perdas das empresas pela
precariedade da infraestrutura
logística brasileira, pela burocracia e pelos altos encargos incidentes no país.
A opinião é de Renato Amorim, sócio da consultoria Carnegie Hill Global Advisors, ex-diplomata e ex-diretor de relações internacionais da Vale.
Para Amorim, as ações para
conter a alta do real geram apenas um ganho de curto prazo
aos exportadores brasileiros.
Para justificar sua análise, o
consultor cita o exemplo da
China. O país vem introduzindo a valorização paulatina do
yuan desde 2006, mas não perdeu competitividade internacional por ter uma moeda mais
forte, afirma.
O que fez a diferença, efetivamente, para colocar a China em
um patamar mais favorável no
mercado internacional foram
investimentos em infraestrutura, ações de desburocratização e de desoneração fiscal.
A continuidade das compras
de commodities pela China
provocou uma expansão de
mais de 50% nas exportações
brasileiras ao país de janeiro a
abril em relação ao mesmo período de 2008.
Para Amorim, o pacote de investimentos do governo chinês
e a manutenção do crescimento do mercado interno do país
justificam as compras. A formação de estoques em um momento de preços internacioanis baixos é outra razão.
No fluxo comercial inverso,
as importações de produtos
chineses caíram 20% no Brasil
no quadrimestre. Para Amorim, o resultado da balança é
mais um motivo de preocupação do que de comemoração
para a economia brasileira.
Como a pauta de importados
chineses inclui grande número
de máquinas e bens de capital, a
redução das compras aponta
uma retração nos investimentos da indústria, afirma.
TOQUE DE VERMELHO
A joalheria SYZ, especializada em prata, lança nesta semana uma coleção com 30 peças banhadas em ouro rosé, com
preços entre R$ 250 e R$ 500. Romy Dryzun, sócia da SYZ,
afirma que a técnica, hoje usada apenas em peças de ouro,
levou seis meses para ser desenvolvida. Segundo Dryzun, o
movimento da joalheria caiu com a crise, mas a venda de peças de maior valor, compradas por pessoas que migraram do
mercado de joalheria em ouro, compensou as perdas.
EM CASA
No acumulado até abril, a
rentabilidade dos investimentos em imóveis no Plano
de Benefícios 1 da Previ alcançou 10,14%, ante meta
atuarial, no mesmo período,
de 3,62%. O patrimônio do
Plano 1 da Previ é de cerca de
R$ 121 bilhões. Em 2008, a
rentabilidade dos imóveis alcançou 21,61%, ante meta
atuarial de 12,60%. A carteira de imóveis resulta da valorização das unidades e das
rendas e aluguéis.
CONTRAINDICAÇÕES
A Bayer criou um site contra a pirataria de medicamentos, chamado Bayer
Contra Pirataria, com informações sobre como identificar produto falsificado, cuidados para a compra on-line,
link para denúncias e outros.
SUSTENTÁVEL
Os empresários brasileiros estão divididos entre lucro e
sustentabilidade, segundo pesquisa da Grant Thornton
International com 7.200 empresas de 36 países, que mostra que 43% dos brasileiros estão dispostos a diminuir
rentabilidade dos negócios para preservar o ambiente.
CALCULADORA
A onda de demissões que a crise causou nas empresas pode sair cara, segundo Elaine Restier, responsável pela
unidade de gestão de conhecimento da NetDS, especializada na área. Restier calcula que um funcionário de cinco
anos de casa, com salário de R$ 5.000, represente perda de R$ 55 mil para a empresa. Segundo ela, quando se demite o funcionário, perde-se tudo o que se investiu nele em desenvolvimento, além do custo para repô-lo depois.
TANQUINHO
O banco Nossa Caixa passa
a oferecer financiamento para compra de eletrodomésticos da linha branca. O pagamento poderá ser feito em
até 60 vezes com taxas a partir de 1,52% ao mês. Por enquanto, o empréstimo poderá ser obtido por funcionários públicos estaduais, municipais e federais. Mas o
banco pretende estender a
linha aos demais clientes.
NO BALDE
O Iceport, terminal frigorífico do porto de Navegantes, economizou R$ 400 mil
em um ano com reúso da
água da chuva e degelo da câmara fria.
CHINÊS
A chinesa SDLG anuncia
hoje a entrada no mercado
de equipamentos de construção da América Latina. A
SDLG Latin America quer
conquistar 10% de participação no mercado brasileiro de
"simple-tech" até 2010.
MOTOR
O preço médio do álcool
fechou o mês de maio a R$
1,28/litro em São Paulo, uma
queda de 3% sobre abril. Gasolina, GNV e diesel não tiveram variações significativas em seus preços médios
no mês -R$ 2,427; R$ 1,721 e
R$ 2,165, respectivamente.
Já o custo do biodiesel subiu
1,3%, para R$ 2,19.
MURALHA
Os maiores especialistas
mundiais em China se reúnem, em 30 de junho, em SP,
para debater o impacto da
expansão chinesa nos países
latino-americanos, em conferência promovida pelo
Conselho Empresarial Brasil-China. O evento receberá
nomes como Daniel Lederman, economista sênior do
Banco Mundial, Jiang Shixue, diretor do Instituto Latino-Americano da Academia Chinesa de Ciências Sociais, e executivos das maiores empresas brasileiras com
negócios na China.
AEROPORTO
Nelson Jobim (Defesa) será sabatinado em almoço-debate do Lide, em 8 de junho, em SP. Na pauta, a infraestrutura aeroportuária.
LIÇÕES DO PASSADO
O livro "O Crash de 1929
-As Lições que Ficaram da
Grande Depressão" (editora
Globo, 448 págs., R$ 49), do
autor neozelandês Selwyn
Parker, chega às bancas na
próxima semana. A obra relata a série de ações e fatos
por trás da crise de 1929 que
acarretaram mudanças econômicas, políticas e sociais.
O livro também sugere uma
reflexão ao abordar as soluções que levaram a economia a se reerguer.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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