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SISTEMA FINANCEIRO
Compra do Bandeirantes amplia participação do banco na Grande São Paulo e no Nordeste do país
Número de clientes do Unibanco cresce 22%
DA REPORTAGEM LOCAL
A aquisição do Bandeirantes vai
engordar significativamente a posição do Unibanco. O número de
clientes crescerá, de uma só tacada, 22%, atingindo 2.774.000.
Outros números chegam a impressionar ainda mais. O total de
ativos do banco aumentará 27%,
para R$ 43,4 bilhões, segundo informações do Unibanco. Já os depósitos totais saltarão 28% para
R$ 10,8 bilhões, enquanto os depósitos em poupança crescerão
42%, para R$ 4,08 bilhões.
"A compra do Bandeirantes significa a expansão de nossos negócios em uma área estratégica",
afirmou Pedro Moreira Salles,
presidente do conselho do Unibanco.
O Bandeirantes reforça a atuação do Unibanco na Grande São
Paulo. "Em São Paulo, o Bradesco
e o Itaú têm uma presença bem
maior", disse Joaquim Francisco
de Castro Neto, presidente do
Unibanco.
Mas o principal, é a força que o
Bandeirantes dará ao Unibanco
no Nordeste do país. Quando ainda pertencia ao banqueiro Gilberto Faria, o Bandeirantes comprou
o Banorte e, por isso, tem atuação
marcante na região. Tem 99 agências no Nordeste, três vezes o que
tem o Unibanco na região.
E essas agências no Nordeste,
segundo Castro Neto, são "selecionadas". Porque o Bandeirantes
já peneirou as melhores e fechou
as que eram deficitárias.
A compra do Bandeirantes pelo
Unibanco deve estar concluída
por volta de setembro.
O Unibanco tem até o final de
agosto para analisar as contas do
Bandeirantes. Isso feito, o Unibanco fará uma emissão de novas
ações no Brasil e no exterior para
entregar à Caixa Geral de Depósitos como pagamento.
Uma parte da operação é fixa e
envolve ações ordinárias (com direito a voto) da Unibanco Holding. A CGD receberá 10% dessas
ordinárias, que valem cerca de R$
400 milhões.
A outra parte é móvel e pode levar a operação a um total de R$ 1,2
bilhão. Essa outra parte será paga
nas chamadas "units" do Unibanco, um tipo de papel especial que
agrega uma ação preferencial
(sem direito a voto) da holding e
outra do banco.
Se for pago o valor máximo, o
Unibanco estará dando pelo Bandeirantes duas vezes o seu valor
patrimonial (incluindo a seguradora e outras subsidiárias).
Para o analista Thomas Awad,
do Chase, o preço "é justo". "Trata-se de um banco privado, já saneado e que não deve dar trabalho
como daria um Banespa", disse.
Com a emissão de novas ações,
todos os acionistas do banco terão
suas participações diluídas. No
caso da Unibanco Holding, que
controla o banco, a família Moreira Salles verá sua participação cair
de 74% para 67%. Os demais acionistas também serão diluídos em
cerca de 10%. O alemão Commerzbank ficará com 9% da holding e o japonês Dai-Ichi com
6,2%.
Com sua entrada no capital do
Unibanco, a CGD terá de vender a
participação estratégica que tem
no Itaú -4% do capital total e 8%
do capital votante. "Se ficasse assim haveria um conflito. A CGD
vai ter de tomar essa decisão", disse Pedro Moreira Salles.
O conflito ocorreria porque a
CGD teria um conselheiro em cada um dos dois bancos, que são
concorrentes.
(VANESSA ADACHI)
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