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PETROQUÍMICA
BC exige aprovação
Calmon de Sá dará aval para venda da Copene
FELIPE PATURY
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Central condicionou a
venda do controle da Copene
(Companhia Petroquímica do
Nordeste) à aprovação do ex-banqueiro Angelo Calmon de Sá.
Para que o processo siga, o BC
exigiu que o dono do antigo Econômico abdicasse por escrito de
qualquer ação judicial contra a
venda de suas ações na Copene.
O BC já tinha feito exigência
igual em dezembro do ano passado, quando o liquidante do Econômico, Flávio Cunha, e os grupos Odebrecht e Mariani firmaram um protocolo de intenções
prevendo a venda conjunta de
suas participações na Copene.
Na época, o dono do Econômico, liquidado em 1995, escreveu
uma carta se comprometendo a
não recorrer à Justiça contra o
acordo com os dois grupos baianos. A diretoria do BC repetiu a
exigência antes de receber, na última semana, a modelagem do
leilão do controle da Copene.
O banqueiro discute com os dirigentes dos grupos Odebrecht e
Mariani cada passo da venda da
Copene e sinalizou que concorda
com o modelo acertado até agora.
Com o aval de Calmon de Sá, o BC
passou a analisar os detalhes do
leilão da empresa que definirá o
controle do pólo de Camaçari.
A proposta prevê um leilão com
os lances entregues em envelope
fechado. O modelo é parecido
com o adotado nas privatizações,
como a da telefonia, mas inclui
uma novidade.
Os concorrentes que fizerem
propostas muito próximas umas
das outras poderão disputar o
controle de Camaçari pelo sistema de viva-voz, com lances no
momento do leilão. Embora a
aprovação desse sistema ainda
dependa do BC, há três alternativas para definir quem poderá dar
lances de viva-voz.
Há sugestões para que sejam incluídas com diferenças entre si de
10%, de 5% e de 2%. A mistura entre o lance em envelope fechado e
em viva-voz foi a fórmula encontrada para atender as exigências
do BC e as pretensões de seus sócios privados.
Odebrecht, Mariani e o próprio
Calmon de Sá pretendia seguir a
orientação de seus consultores
para evitar o sistema de leilão. Os
bancos ING, JP Morgan e UBS
Warburg sugeriram que os eventuais compradores fossem procurados separadamente.
Em sigilo, seria negociado um
preço com cada um. Venceria
quem oferecesse mais, e o preço
mínimo da Copene seria mantido
em sigilo. O BC reprovou a proposta, que não se encaixava nas
exigências da Lei de Licitações.
O BC quer, agora, três semanas
para analisar a modelagem. Alega
que é o prazo mínimo para que
seus diretores aprovem a proposta. "Temos de responder um conjunto grande de perguntas", disse
o diretor de Finanças Públicas do
BC, Carlos Eduardo de Freitas.
"Por enquanto, só aprovamos as
diretrizes básicas do leilão."
O controle do pólo será vendido
simultaneamente pelo Econômico, que tem 23% da Norquisa, e
dois dos seus sócios. Os grupos
Mariani e Odebrecht, que têm
16% cada um, também pretendem se desfazer de suas participações. Ao todo, será ofertado 55%
do controle da Copene.
O dinheiro arrecadado pelo BC
com a Copene será usado para
abater a dívida do Econômico.
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