São Paulo, terça-feira, 04 de julho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PETROQUÍMICA
BC exige aprovação
Calmon de Sá dará aval para venda da Copene

FELIPE PATURY
DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central condicionou a venda do controle da Copene (Companhia Petroquímica do Nordeste) à aprovação do ex-banqueiro Angelo Calmon de Sá. Para que o processo siga, o BC exigiu que o dono do antigo Econômico abdicasse por escrito de qualquer ação judicial contra a venda de suas ações na Copene.
O BC já tinha feito exigência igual em dezembro do ano passado, quando o liquidante do Econômico, Flávio Cunha, e os grupos Odebrecht e Mariani firmaram um protocolo de intenções prevendo a venda conjunta de suas participações na Copene.
Na época, o dono do Econômico, liquidado em 1995, escreveu uma carta se comprometendo a não recorrer à Justiça contra o acordo com os dois grupos baianos. A diretoria do BC repetiu a exigência antes de receber, na última semana, a modelagem do leilão do controle da Copene.
O banqueiro discute com os dirigentes dos grupos Odebrecht e Mariani cada passo da venda da Copene e sinalizou que concorda com o modelo acertado até agora. Com o aval de Calmon de Sá, o BC passou a analisar os detalhes do leilão da empresa que definirá o controle do pólo de Camaçari.
A proposta prevê um leilão com os lances entregues em envelope fechado. O modelo é parecido com o adotado nas privatizações, como a da telefonia, mas inclui uma novidade.
Os concorrentes que fizerem propostas muito próximas umas das outras poderão disputar o controle de Camaçari pelo sistema de viva-voz, com lances no momento do leilão. Embora a aprovação desse sistema ainda dependa do BC, há três alternativas para definir quem poderá dar lances de viva-voz.
Há sugestões para que sejam incluídas com diferenças entre si de 10%, de 5% e de 2%. A mistura entre o lance em envelope fechado e em viva-voz foi a fórmula encontrada para atender as exigências do BC e as pretensões de seus sócios privados.
Odebrecht, Mariani e o próprio Calmon de Sá pretendia seguir a orientação de seus consultores para evitar o sistema de leilão. Os bancos ING, JP Morgan e UBS Warburg sugeriram que os eventuais compradores fossem procurados separadamente.
Em sigilo, seria negociado um preço com cada um. Venceria quem oferecesse mais, e o preço mínimo da Copene seria mantido em sigilo. O BC reprovou a proposta, que não se encaixava nas exigências da Lei de Licitações.
O BC quer, agora, três semanas para analisar a modelagem. Alega que é o prazo mínimo para que seus diretores aprovem a proposta. "Temos de responder um conjunto grande de perguntas", disse o diretor de Finanças Públicas do BC, Carlos Eduardo de Freitas. "Por enquanto, só aprovamos as diretrizes básicas do leilão."
O controle do pólo será vendido simultaneamente pelo Econômico, que tem 23% da Norquisa, e dois dos seus sócios. Os grupos Mariani e Odebrecht, que têm 16% cada um, também pretendem se desfazer de suas participações. Ao todo, será ofertado 55% do controle da Copene.
O dinheiro arrecadado pelo BC com a Copene será usado para abater a dívida do Econômico.



Texto Anterior: Evento Folha: Ciclo volta com construção de marca hoje
Próximo Texto: Mercado financeiro: Telesp despenca após troca por BDRs
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.