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DEFESA DO CONSUMIDOR
Alteração seria "retrocesso"
Justiça luta para ficar com Cade e Secretaria de Direito Econômico
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro José Gregori (Justiça) não está satisfeito com o projeto, já anunciado pelo governo,
de retirar da esfera do Ministério
da Justiça o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a SDE (Secretaria de Direito
Econômico).
Nota técnica preparada por assessores do ministro, à qual a Folha teve acesso, afirma que a mudança na estrutura desses órgãos,
que têm como função zelar pela
livre concorrência e pela defesa
do consumidor, seria um ""grande
retrocesso".
Segundo o texto, a preservação
dos dois órgãos na esfera do Ministério da Justiça garante a autonomia do sistema de defesa da
concorrência, ""sem que haja a interferência indevida de valores de
política industrial ou desenvolvimentista, estranhos ao regime da
lei nº 8.884/94 (Lei Antitruste)".
O porta-voz da Presidência da
República, Georges Lamazière, já
anunciou que o governo pretende
transformar o Cade, que é hoje
uma autarquia, em uma agência.
Ao enxugar as responsabilidades
do Ministério da Justiça, o governo quis permitir que o órgão se
concentrasse nas funções de segurança nacional.
A nota técnica de Gregori argumenta, no entanto, que os crimes
econômicos também constituem
atentados contra os consumidores e contra a cidadania e que, por
isso, o combate a eles deve permanecer sendo responsabilidade da
Justiça.
Para reforçar a tese, a nota cita o
exemplo do Departamento de
Justiça dos EUA, que é responsável pelo combate de cartéis e pelo
julgamento de atos de concentração no país.
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