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Varig exigirá fiança bancária em novo leilão
Interessado deve fazer depósito judicial de US$ 22 mi para participar de venda no dia 12; fiança deve ser de US$ 100 mi
Empresa aérea prorroga
plano de emergência até o
próximo dia 11 e adianta
R$ 175 mil em tarifas
aeroportuárias à Infraero
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Justiça do Rio marcou o
novo leilão da Varig para o próximo dia 12 de julho. Desta vez,
os interessados em comprar
uma fatia da empresa deverão
apresentar garantias financeiras. No momento do lance, os
investidores deverão apresentar uma fiança bancária. Segundo fontes envolvidas na elaboração do edital do leilão, o valor
da fiança é de US$ 100 milhões.
O objetivo é evitar que se repita o ocorrido no último leilão,
quando a NV Participações,
empresa do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), não conseguiu cumprir o pagamento da
primeira parcela no prazo.
Para que ocorra um novo leilão, os credores deverão aprovar em assembléia, marcada
para o dia 10, a proposta da VarigLog. Ela prevê um aporte de
US$ 485 milhões para investimentos por 90% das ações da
nova Varig, que reúne os ativos
operacionais da companhia.
Desde que oficializou seu interesse pela Varig, a VarigLog já
depositou mais de US$ 7 milhões para garantir a regularidade do fluxo de caixa da companhia aérea. Outro depósito
foi realizado ontem, mas a VarigLog não informou o valor.
A Varig usou parte dos recursos para adiantar R$ 175 mil à
Infraero referentes ao pagamento de tarifas aeroportuárias de hoje. Dessa forma, evitou a cobrança à vista antes do
embarque dos passageiros,
conforme a estatal ameaçava.
A Varig informou ontem que
prorrogou até o próximo dia 11
o chamado plano de emergência da companhia, que significa
uma paralisação parcial das
operações em que ficam mantidos os vôos mais rentáveis e outros são cancelados.
Os interessados no leilão de
venda das operações da Varig
deverão fazer um depósito em
juízo no valor de US$ 22 milhões. A quantia se refere à linha de crédito oferecida pela
VarigLog, de US$ 20 milhões
até a realização de um novo leilão, acrescida de multa de 10%.
"A participação de outros licitantes no leilão dependerá de
depósito judicial da importância equivalente a US$ 22 milhões, ao câmbio do dia do depósito, a ser efetuado e comprovado nos autos da recuperação judicial até 24 horas antes
da data do leilão", disse o juiz
Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de recuperação da Varig.
A proposta detalhada apresentada pela VarigLog à Justiça
prevê que a Varig antiga mantenha operações de vôo. Atualmente existem três empresas
em recuperação judicial: Varig,
Rio Sul e Nordeste. Cada uma
delas detém uma concessão.
A VarigLog pretende manter
na chamada "velha Varig" -a
parte que fica em recuperação
judicial- as concessões da
Nordeste e da Rio Sul ou de
apenas uma destas empresas. A
companhia deve operar com
duas aeronaves e numa única
linha. A Rio Sul foi criada pela
Varig no período de separação
em aviação regional e nacional.
A operação da "velha Varig"
será garantida por um contrato
de fretamento celebrado entre
a VarigLog e a empresa. Serão
fechados também contratos de
prestação de serviços com a Varig Operacional, a nova Varig.
A VarigLog pretende deixar
5% das ações da nova empresa
com os trabalhadores. Serão
emitidos debêntures (títulos de
dívida) não transferíveis que
serão convertidas em ações.
Os funcionários terão uma
garantia de recebimento de R$
4,2 milhões por ano, pagos em
parcelas mensais para ser usado para abater as dívidas trabalhistas adquiridas antes e depois da recuperação judicial.
A garantia de recebimento de
R$ 4,2 milhões por ano também será aplicada para os 5%
de ações da nova Varig que ficarão com a "velha Varig".
Nova proposta
A Justiça do Rio informou
que o ex-presidente da CSN
(Companhia Siderúrgica Nacional) Roberto Lima Netto
participou de reunião acompanhado do TGV. Ele estaria disposto a apresentar uma nova
proposta de compra da Varig,
mas até ontem nada havia sido
entregue.
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