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Falha no serviço causa transtornos em SP
Consumidores que procuraram bancos, lojas e casas lotéricas tiveram problemas devido à pane na rede de transmissão de dados no Estado
OAB consegue na Justiça mudança nos prazos de processos; algumas empresas já notificam a Telefônica pelas perdas
DA REPORTAGEM LOCAL
Além dos serviços públicos,
como INSS e delegacias, os
bancos, as casas lotéricas e os
correspondentes bancários sofreram com a pane na rede de
internet da Telefônica.
Entre os bancos, a duração e
a gravidade do problema variaram. Até o fechamento desta
edição, diversas agências ainda
estavam incomunicáveis.
Houve os que não relataram
nenhuma anormalidade -como a CEF (Caixa Econômica
Federal), o Banco do Brasil e o
Unibanco- e os que tiveram
pequenas oscilações -por
exemplo, o banco Real. O Itaú
confirmou dificuldades em oito
agências e o HSBC disse que
cerca de cem no Estado de São
Paulo tiveram o atendimento
prejudicado.
Para as casas lotéricas, pior
foi a quarta-feira: 480 dos 900
estabelecimentos da capital
paulista foram afetados. Ontem, 170 tinham sistema lento.
A Redecard -que administra
as redes da MasterCard- afirmou que a falha da Telefônica
não teve impacto nos seus negócios, pois, nesse tipo de situação, utiliza rotas alternativas
para os dados.
A maior parte das transações
financeiras envolvendo a VisaNet não se realizou ontem. A
Folha apurou que a administradora de cartões de crédito
mantém dois "backbones" (coração do sistema de dados, que
mantém interligadas todas as
máquinas que processam as
transações comerciais). O principal, em São Paulo, não funcionou. A operação foi transferida
para um segundo, cuja localização não foi revelada por motivos de segurança, mas os lojistas que utilizam as redes da Telefônica para chegar até a central da VisaNet no Estado de
São Paulo não conseguiram estabelecer a conexão.
A VisaNet disse que sua rede
operou normalmente e creditou "possíveis falhas de aceitação de cartões relatadas por
portadores" a panes na internet de alguns estabelecimentos
comerciais.
Diante do apagão, a OAB-SP
(Ordem dos Advogados do Brasil, seção São Paulo) pediu aos
tribunais estadual e federal a
devolução dos prazos processuais e obteve resposta positiva
dos presidentes do Tribunal de
Justiça de São Paulo, desembargador Vallim Bellocchi, e do
TRF-3, desembargadora, Marli
Ferreira. "Diversos atos processuais são digitais, praticados
e comunicados pela rede mundial de computadores. A devolução dos prazos irá evitar prejuízos ao jurisdicionado", disse
a entidade em comunicado.
As lojas virtuais Submarino e
Americanas.com informaram
que não utilizam sistemas da
Telefônica e não comentaram
sobre uma diminuição do fluxo
de clientes nas suas páginas devido a dificuldades de navegação ocorridas na residência do
consumidor. Já a Fnac disse
que a redução nas visitas ao seu
site é estimada entre 30% e
40%, porém não falou de valores e acrescentou, por meio da
assessoria de imprensa, que
não pretende acionar a Telefônica na Justiça por julgar que
os clientes que não conseguiram fazer compras ontem voltarão assim que o seu acesso à
internet estiver normalizado.
Instituições financeiras, redes varejistas e indústrias acionaram a Justiça por meio de
notificação judicial para comunicar a Telefônica sobre o descumprimento do contrato de
fornecimento.
Apenas no escritório da advogada Patrícia Peck foram feitas três notificações, todas do
setor financeiro. "Essas empresas dependem da tecnologia e
não podem ficar sem o serviço."
(DENISE GODOY, JULIO WIZIACK, MARINA GAZZONI e TATIANA RESENDE)
Colaborou o "Agora"
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