São Paulo, sexta-feira, 04 de julho de 2008

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Falha no serviço causa transtornos em SP

Consumidores que procuraram bancos, lojas e casas lotéricas tiveram problemas devido à pane na rede de transmissão de dados no Estado

OAB consegue na Justiça mudança nos prazos de processos; algumas empresas já notificam a Telefônica pelas perdas

DA REPORTAGEM LOCAL

Além dos serviços públicos, como INSS e delegacias, os bancos, as casas lotéricas e os correspondentes bancários sofreram com a pane na rede de internet da Telefônica.
Entre os bancos, a duração e a gravidade do problema variaram. Até o fechamento desta edição, diversas agências ainda estavam incomunicáveis.
Houve os que não relataram nenhuma anormalidade -como a CEF (Caixa Econômica Federal), o Banco do Brasil e o Unibanco- e os que tiveram pequenas oscilações -por exemplo, o banco Real. O Itaú confirmou dificuldades em oito agências e o HSBC disse que cerca de cem no Estado de São Paulo tiveram o atendimento prejudicado.
Para as casas lotéricas, pior foi a quarta-feira: 480 dos 900 estabelecimentos da capital paulista foram afetados. Ontem, 170 tinham sistema lento.
A Redecard -que administra as redes da MasterCard- afirmou que a falha da Telefônica não teve impacto nos seus negócios, pois, nesse tipo de situação, utiliza rotas alternativas para os dados.
A maior parte das transações financeiras envolvendo a VisaNet não se realizou ontem. A Folha apurou que a administradora de cartões de crédito mantém dois "backbones" (coração do sistema de dados, que mantém interligadas todas as máquinas que processam as transações comerciais). O principal, em São Paulo, não funcionou. A operação foi transferida para um segundo, cuja localização não foi revelada por motivos de segurança, mas os lojistas que utilizam as redes da Telefônica para chegar até a central da VisaNet no Estado de São Paulo não conseguiram estabelecer a conexão.
A VisaNet disse que sua rede operou normalmente e creditou "possíveis falhas de aceitação de cartões relatadas por portadores" a panes na internet de alguns estabelecimentos comerciais.
Diante do apagão, a OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil, seção São Paulo) pediu aos tribunais estadual e federal a devolução dos prazos processuais e obteve resposta positiva dos presidentes do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Vallim Bellocchi, e do TRF-3, desembargadora, Marli Ferreira. "Diversos atos processuais são digitais, praticados e comunicados pela rede mundial de computadores. A devolução dos prazos irá evitar prejuízos ao jurisdicionado", disse a entidade em comunicado.
As lojas virtuais Submarino e Americanas.com informaram que não utilizam sistemas da Telefônica e não comentaram sobre uma diminuição do fluxo de clientes nas suas páginas devido a dificuldades de navegação ocorridas na residência do consumidor. Já a Fnac disse que a redução nas visitas ao seu site é estimada entre 30% e 40%, porém não falou de valores e acrescentou, por meio da assessoria de imprensa, que não pretende acionar a Telefônica na Justiça por julgar que os clientes que não conseguiram fazer compras ontem voltarão assim que o seu acesso à internet estiver normalizado.
Instituições financeiras, redes varejistas e indústrias acionaram a Justiça por meio de notificação judicial para comunicar a Telefônica sobre o descumprimento do contrato de fornecimento.
Apenas no escritório da advogada Patrícia Peck foram feitas três notificações, todas do setor financeiro. "Essas empresas dependem da tecnologia e não podem ficar sem o serviço."
(DENISE GODOY, JULIO WIZIACK, MARINA GAZZONI e TATIANA RESENDE)


Colaborou o "Agora"



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