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PREÇOS
Com controles, inflação é de 0,6% em julho na Argentina
DE BUENOS AIRES
Resultado da rigorosa política de controle de preços, a
inflação de julho na Argentina foi de 0,6% e, no caso da
cesta básica de alimentos, na
qual a maioria dos produtos
tem valores congelados, o índice recuou 0,2%.
Os números divulgados
ontem foram menores que
os estimados por analistas
privados e pela pesquisa
mensal do Banco Central argentino que mede a expectativa do mercado. No acumulado deste ano, a alta de preços é de 5,5%, contra 7,2% no
mesmo período de 2005.
O Ministério da Economia
comemorou o resultado, segundo a agência oficial de
notícias, porque a meta é fechar o ano com inflação em
um dígito, menor que os
12,3% do ano passado.
O principal responsável
pela taxa de julho, ajudada
pelos alimentos, foram as
roupas e sapatos (o item caiu
2,8%). No caso específico de
roupas, a queda foi de 4,4%,
porque as lojas resolveram
antecipar a liquidação de inverno. Puxaram a alta os gastos com turismo (7,6%) e os
gastos com educação (4,7%).
Os aluguéis, que subiram
1% e acumulam alta anual de
8,2%, são a nova preocupação de Guilherme Moreno,
secretário de Comércio do
Ministério da Economia.
Homem-forte do controle de
preços, empresários o acusam, nos bastidores, de achaques e ameaças para conseguir segurar os aumentos.
Ontem, Moreno se reuniu
com imobiliárias -antes teve encontros com associações de inquilinos que apontavam indexação dos aluguéis não prevista nos contratos. O governo descartou
intervenção no setor e anunciou a criação de uma "mesa
de trabalho" com as partes.
Cesta básica
A principal vitória para o
governo foi a queda na cesta
básica. É que Kirchner quer
evitar que a inflação corroa
os salários mais baixos, principalmente os do mercado
informal, cujos reajustes não
acompanharam a alta dos
preços. Os alimentos para
comer em casa caíram 0,3%.
Mas, para economistas e
analistas empresariais, há
dois índices de inflação na
Argentina: o dos produtos
controlados pelo governo
-de maior peso na medição
oficial- e o de "preços livres".
(FLÁVIA MARREIRO)
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