São Paulo, sexta-feira, 04 de agosto de 2006

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PREÇOS

Com controles, inflação é de 0,6% em julho na Argentina

DE BUENOS AIRES

Resultado da rigorosa política de controle de preços, a inflação de julho na Argentina foi de 0,6% e, no caso da cesta básica de alimentos, na qual a maioria dos produtos tem valores congelados, o índice recuou 0,2%.
Os números divulgados ontem foram menores que os estimados por analistas privados e pela pesquisa mensal do Banco Central argentino que mede a expectativa do mercado. No acumulado deste ano, a alta de preços é de 5,5%, contra 7,2% no mesmo período de 2005.
O Ministério da Economia comemorou o resultado, segundo a agência oficial de notícias, porque a meta é fechar o ano com inflação em um dígito, menor que os 12,3% do ano passado.
O principal responsável pela taxa de julho, ajudada pelos alimentos, foram as roupas e sapatos (o item caiu 2,8%). No caso específico de roupas, a queda foi de 4,4%, porque as lojas resolveram antecipar a liquidação de inverno. Puxaram a alta os gastos com turismo (7,6%) e os gastos com educação (4,7%).
Os aluguéis, que subiram 1% e acumulam alta anual de 8,2%, são a nova preocupação de Guilherme Moreno, secretário de Comércio do Ministério da Economia. Homem-forte do controle de preços, empresários o acusam, nos bastidores, de achaques e ameaças para conseguir segurar os aumentos.
Ontem, Moreno se reuniu com imobiliárias -antes teve encontros com associações de inquilinos que apontavam indexação dos aluguéis não prevista nos contratos. O governo descartou intervenção no setor e anunciou a criação de uma "mesa de trabalho" com as partes.

Cesta básica
A principal vitória para o governo foi a queda na cesta básica. É que Kirchner quer evitar que a inflação corroa os salários mais baixos, principalmente os do mercado informal, cujos reajustes não acompanharam a alta dos preços. Os alimentos para comer em casa caíram 0,3%.
Mas, para economistas e analistas empresariais, há dois índices de inflação na Argentina: o dos produtos controlados pelo governo -de maior peso na medição oficial- e o de "preços livres".
(FLÁVIA MARREIRO)


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