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Lula critica os que "torcem" contra o crescimento do país
Presidente diz que eles são os pessimistas, que precisam comer o ovo, mas ficam torcendo para a galinha não botá-lo
Durante cerimônia ontem no Planalto, Lula voltou a afirmar que a economia está bem e que o PAC vai ajudar a acelerar o crescimento
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desdenhou ontem
dos que criticam o ritmo do
crescimento da economia brasileira. "Os dados do IBGE estão mostrando que o crescimento não é tanto quanto eu
gostaria, mas não é como os
pessimistas diziam, aqueles de
plantão que ficam dizendo:
"Não vai acontecer". O cara sabe
que precisa comer um ovo, mas
ele fica torcendo para a galinha
não botar o ovo. Esse é o pessimista", disse.
O IBGE informou ontem que
a produção industrial brasileira
cresceu 4,8% no primeiro semestre do ano em relação ao
mesmo período de 2006.
A ironia presidencial surgiu
em cerimônia de lançamento
do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de saneamento e habitação para o Distrito Federal e 12 Estados (AM,
AP, AC, RO, RR, TO, ES, GO,
PA, MA, AL e SC).
Segundo Lula, a economia
"está bem" e o PAC vai ajudar a
acelerar o crescimento do país.
A ministra-chefe da Casa Civil,
Dilma Rousseff, já disse que o
programa será "dinheiro público na veia". Ontem, o presidente também afirmou que os investimentos da Caixa Econômica Federal na habitação impulsionaram o setor. "Como diria o nosso companheiro Paulo
Bernardo [Planejamento], "está
bombando'", disse.
O projeto de Lula é que os bilhões do PAC para os Estados
comecem a produzir efeitos em
fevereiro, "gerando empregos,
melhoria de qualidade de vida
para as pessoas". O presidente
pediu que os governadores e
prefeitos "gastem bem o dinheiro" e aproveitou para criticar também o Tesouro, que tem
a chave do cofre.
"Eu não sei por que diabos
essas pessoas gostam tanto de
ter tanto dinheiro embaixo do
travesseiro. É engraçado porque as pessoas poderiam querer passar para a história do
Brasil, assim: "Eu fui ministro
da Fazenda, eu fui secretário de
Finanças do Estado, eu fui secretário de Finanças da prefeitura, eu fui o que mais gastou
em obras para melhorar a vida
das pessoas". Não, todo mundo
quer carregar o status: "Eu fui o
que mais economizou", afirmou.
O PAC é uma das principais
apostas de Lula para o segundo
mandato, e o petista disse que
vai fiscalizar pessoalmente, se
necessário, como está a aplicação dos recursos. "E se tiver
problema nós poderemos solucionar. Para mim é muito fácil.
Se a companheira Clarice [presidente interina da Caixa] não
der jeito na questão da Caixa
Econômica, eu despacho a Clarice para o Rio Grande do Sul,
despacho a Inês para São Paulo,
eu mesmo me despacho não sei
para onde, eu só não posso despachar o [vice-presidente] José
Alencar", disse o presidente.
Mal lançou o PAC da área de
saneamento e habitação, o presidente já prometeu mais recursos para outra área, a de infra-estrutura. Lula viaja no domingo para uma visita de seis
dias ao México e a quatro países
da América Central.
"Ao terminar o PAC Saneamento Básico, nós vamos entrar no PAC Infra-estrutura.
Eu viajo no domingo e eles começam a trabalhar, de domingo
até sexta-feira, aí nós vamos ter
rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, gasodutos. Vamos fechar na semana que vem, para
começar a desovar esse dinheiro", conclui o presidente.
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