São Paulo, sábado, 04 de agosto de 2007

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Lula critica os que "torcem" contra o crescimento do país

Presidente diz que eles são os pessimistas, que precisam comer o ovo, mas ficam torcendo para a galinha não botá-lo

Durante cerimônia ontem no Planalto, Lula voltou a afirmar que a economia está bem e que o PAC vai ajudar a acelerar o crescimento

PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desdenhou ontem dos que criticam o ritmo do crescimento da economia brasileira. "Os dados do IBGE estão mostrando que o crescimento não é tanto quanto eu gostaria, mas não é como os pessimistas diziam, aqueles de plantão que ficam dizendo: "Não vai acontecer". O cara sabe que precisa comer um ovo, mas ele fica torcendo para a galinha não botar o ovo. Esse é o pessimista", disse.
O IBGE informou ontem que a produção industrial brasileira cresceu 4,8% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período de 2006.
A ironia presidencial surgiu em cerimônia de lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de saneamento e habitação para o Distrito Federal e 12 Estados (AM, AP, AC, RO, RR, TO, ES, GO, PA, MA, AL e SC).
Segundo Lula, a economia "está bem" e o PAC vai ajudar a acelerar o crescimento do país. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, já disse que o programa será "dinheiro público na veia". Ontem, o presidente também afirmou que os investimentos da Caixa Econômica Federal na habitação impulsionaram o setor. "Como diria o nosso companheiro Paulo Bernardo [Planejamento], "está bombando'", disse.
O projeto de Lula é que os bilhões do PAC para os Estados comecem a produzir efeitos em fevereiro, "gerando empregos, melhoria de qualidade de vida para as pessoas". O presidente pediu que os governadores e prefeitos "gastem bem o dinheiro" e aproveitou para criticar também o Tesouro, que tem a chave do cofre.
"Eu não sei por que diabos essas pessoas gostam tanto de ter tanto dinheiro embaixo do travesseiro. É engraçado porque as pessoas poderiam querer passar para a história do Brasil, assim: "Eu fui ministro da Fazenda, eu fui secretário de Finanças do Estado, eu fui secretário de Finanças da prefeitura, eu fui o que mais gastou em obras para melhorar a vida das pessoas". Não, todo mundo quer carregar o status: "Eu fui o que mais economizou", afirmou.
O PAC é uma das principais apostas de Lula para o segundo mandato, e o petista disse que vai fiscalizar pessoalmente, se necessário, como está a aplicação dos recursos. "E se tiver problema nós poderemos solucionar. Para mim é muito fácil. Se a companheira Clarice [presidente interina da Caixa] não der jeito na questão da Caixa Econômica, eu despacho a Clarice para o Rio Grande do Sul, despacho a Inês para São Paulo, eu mesmo me despacho não sei para onde, eu só não posso despachar o [vice-presidente] José Alencar", disse o presidente.
Mal lançou o PAC da área de saneamento e habitação, o presidente já prometeu mais recursos para outra área, a de infra-estrutura. Lula viaja no domingo para uma visita de seis dias ao México e a quatro países da América Central.
"Ao terminar o PAC Saneamento Básico, nós vamos entrar no PAC Infra-estrutura. Eu viajo no domingo e eles começam a trabalhar, de domingo até sexta-feira, aí nós vamos ter rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, gasodutos. Vamos fechar na semana que vem, para começar a desovar esse dinheiro", conclui o presidente.


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