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CVM apura 2º caso envolvendo Petrobras no ano
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) apura se ocorreu
um vazamento de informação
privilegiada na venda da Suzano Petroquímica para a Petrobras, afirmou Waldir Nobre,
superintendente de Relações
com o Mercado e Intermediários da autarquia.
Trata-se do segundo caso
apenas neste ano de suspeita de
vazamento de informação sigilosa de um negócio envolvendo
a Petrobras.
Segundo Nobre, além da valorização ontem de 56,3% nas
ações PN (sem direito a voto)
da Suzano Petroquímica, num
dia de queda de 3,3% da Bovespa, a CVM notou um aumento
atípico no volume de negócios
dos papéis nos últimos dias. Os
donos dos papéis da petroquímica terão direito a um prêmio
pela aquisição.
Apenas ontem as ações PN da
Suzano movimentaram R$ 67,5
milhões na Bovespa (Bolsa de
Valores de São Paulo). Em junho, os mesmo papéis giravam
diariamente cerca de R$ 3,9
milhões.
Informações
De acordo com o superintendente da CVM, o trabalho da
comissão agora será cruzar as
informações dos investidores
que movimentaram os papéis
nos últimos dias com os nomes
das pessoas dentro da Petrobras e da Suzano que sabiam do
negócio. Normalmente, os executivos que sabem do negócio
costumam assinar um termo se
comprometendo a manter o sigilo da operação.
"Se aparecer algo muito evidente, abriremos um termo de
acusação formal dentro da
CVM. Mas, se houver evidências, mas não provas cabais,
abriremos um inquérito administrativo para apurar o caso",
disse Nobre.
No final de março, a Comissão de Valores Mobiliários chegou a conseguir na Justiça o
bloqueio das contas de quatro
investidores, sendo um deles
gerente da Petrobras, suspeitos
de ganhar dinheiro na Bolsa de
Valores por saberem com antecedência da venda do Grupo
Ipiranga para o consórcio Petrobras-Braskem- Ultra.
Ao todo, a CVM investigou
26 investidores, entre pessoas
físicas e jurídicas por suspeita
de vazamento no caso. A investigação continua.
A Petrobras abriu uma sindicância interna para apurar o caso, mas concluiu que não havia
elementos para afirmar que o
funcionário da estatal utilizou
informação privilegiada.
Sadia
Além do caso Ipiranga, a
CVM investigou recentemente
o "vazamento" da oferta que a
Sadia fez para comprar a concorrente Perdigão, um negócio
que nem chegou a sair do papel.
A própria SEC (a CVM americana) apurou transação suspeita de um ex-diretor da Sadia,
que acabou aceitando pagar
US$ 316,7 mil para encerrar
com acordo uma ação na qual
foi acusado de uso de informação privilegiada.
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