|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ações atingem maiores cotações do ano
Dados positivos sobre bancos e percepção maior de que recessão global pode estar perto do fim animam os mercados
Da Ásia às Américas, índices das Bolsas atingem seus maiores patamares de 2009; dólar cai pelo mundo e preço das commodities sobem
"FINANCIAL TIMES"
Os mercados mundiais de
ações subiram ao mais alto nível do ano na segunda-feira, estimulados pelos lucros superiores aos esperados no maior
banco europeu e pela confiança
crescente de que a pior recessão global em décadas pode estar próxima do fim.
A poderosa alta nas ações levou o S&P 500, índice de referência da Bolsa de Nova York, a
superar os mil pontos pela primeira vez desde o começo de
novembro, para 1.002, após alta
de 1,53%, e conduziu o principal índice europeu de ações a
um novo recorde para 2009.
No Brasil, o índice Ibovespa
ganhou 2,25% e atingiu 55.997,
o mais alto patamar desde
agosto de 2008. Já as ações
asiáticas subiram às suas mais
altas cotações em 11 meses.
As ações em alguns dos maiores bancos mundiais desfrutaram dos mais impressionantes
ganhos depois que o HSBC
anunciou lucros anteriores aos
impostos de US$ 5 bilhões no
primeiro semestre do ano, e o
britânico Barclays anunciou alta de 8% em seu resultado provisório de lucros.
"Pode ser que tenhamos passado ou estejamos a ponto de
passar pelo fim do ciclo de queda nos mercados financeiros",
disse Stephen Green, presidente do conselho do HSBC.
O índice FTSE 100, da Bolsa
de Londres, subiu em 1,6%, para sua maior marca desde outubro. Os números mais fortes da
indústria nos Estados Unidos,
na China, na zona do euro e no
Reino Unido alimentaram o
otimismo quanto à possível recuperação global.
"No momento, temos uma
grande história, e estou falando
do crescimento. Um mês atrás,
os investidores queriam saber
se o ritmo de queda estava se
reduzindo, neste mês, estão se
perguntando não se a economia mundial está em crescimento, mas que ritmo de expansão será capaz de atingir",
disse Marc Chandler, analista
da Brown Brothers Harriman.
O Barclays reportou receita
recorde de US$ 26,7 bilhões no
trimestre, e US$ 4,8 bilhões de
lucro, com a ajuda do forte desempenho do Barclays Capital,
sua divisão de investimentos.
John Varley, o presidente do
banco, não pediu desculpas por
uma estrutura de remuneração
que pode resultar em bonificações quase recorde para milhares de funcionários do Barclays
Capital. Disse que o banco precisava oferecer pacotes de remuneração competitivos para
recrutar os melhores talentos.
O HSBC reportou queda de
50% em seus lucros do primeiro trimestre, para US$ 5 bilhões, mas o lucro da divisão de
investimentos subiu de US$ 2,6
bilhões, para US$ 6,2 bilhões.
Dólar em queda
À medida que as ações subiram nos mercados globais, o
dólar e o iene, que vinham servindo como refúgio para os investidores contra o tumulto do
mercado, despencavam.
A moeda norte-americana
caiu à sua mais baixa cotação
diante de uma cesta de divisas
desde outubro. A libra subiu em
1,1%, para US$ 1,6907 dólar, a
cotação mais alta da moeda britânica em dez meses.
Os preços das commodities,
muito importantes para a Bolsa
brasileira, apresentaram alta
generalizada, atingindo suas
mais altas marcas do ano, estimulados pela demanda renovada por ativos de risco.
O petróleo cru padrão Brent
subiu a quase US$ 74 por barril,
ou 75% de janeiro para cá.
Os metais básicos, entre os
quais cobre, alumínio, zinco,
chumbo e níquel, subiram entre 4% e 6%. O açúcar branco
chegou à sua cotação mais alta
em 26 anos.
Roubini
Nouriel Roubini, o economista da Universidade de Nova
York que sempre esteve entre
os mais pessimistas dos analistas da crise financeira, declarou
que "à medida que a economia
mundial avança em direção ao
crescimento, deixando a recessão, veremos novas altas nos
preços das commodities, especialmente no ano que vem".
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Colaborou a Redação
Texto Anterior: Mercado Aberto Próximo Texto: Real lidera valorizações diante do dólar, que cai para R$ 1,835 Índice
|