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Facebook cresce no Brasil e estimula desenvolvedores
Mark Zuckerberg, criador da rede com 250 milhões de usuários, visita o país pela 1ª vez
Número de usuários brasileiros na rede social dobrou nos últimos três meses, estimulando planos de concorrência com o Orkut
Marcelo Justo/Folha Imagem
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Mark Zuckerberg, criador do Facebook, no Hotel Unique, em São Paulo
DANIELA ARRAIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Não fosse a equipe que o
acompanha, seguindo seus passos e cronometrando quanto
tempo ele tem para falar, Mark
Zuckeberg, de jeans, camiseta e
tênis, passaria por um jovem
comum de 25 anos. Sua fortuna, estimada pela revista "Forbes" em US$ 1,5 bilhão, não deixa dúvida de que o criador da
rede social Facebook é um dos
principais nomes da tecnologia
e da economia no mundo.
Zuckerberg visita o Brasil pela primeira vez nesta semana
para lançar uma competição
para desenvolvedores de aplicativos (www.facebook.
com/desafiofacebook). Também aproveita para enfatizar a
importância do mercado brasileiro, cujo número de usuários
dobrou nos últimos três meses,
passando a 1,3 milhão -no
mundo, a rede conta com 250
milhões de usuários ativos.
Em entrevista concedida à
Folha, Zuckerberg fala sobre
os planos do Facebook.
FOLHA - Quais são os planos do Facebook para o Brasil?
MARK ZUCKERBERG - O Facebook
é um projeto mundial, que quer
que as pessoas compartilhem
informações e fiquem conectadas com a família e com os amigos, tornando o dia a dia mais
divertido. Para termos sucesso,
nós temos que ter sucesso em
todos os países. O Brasil é um
grande país, onde o Facebook
está crescendo. Obviamente
estamos atrás do maior jogador
do mercado [o Orkut]. Mesmo
que sejamos pequenos e não
sejamos a principal rede que as
pessoas usam agora, se focarmos em construir o melhor
produto, com o tempo, os usuários vão mudar para o melhor.
FOLHA - Como funciona o Facebook Connect [ferramenta que permite acessar conteúdo postado na
rede social a partir de qualquer site]?
ZUCKERBERG - Você quer comprar livros, por exemplo, e pode ver que livros seus amigos
olharam ou compraram recentemente. Também pode receber recomendações de acordo
com o que você coloca na sua
seção de livros favoritos. Trata-se de personalização. São informações que se tornam úteis pelo que elas agregam.
FOLHA - E como fica a questão da
privacidade?
ZUCKERBERG - O grande ponto
do Facebook Connect é que você aperta um botão e escolhe
que informações quer compartilhar. O Beacon [criticada plataforma de publicidade] foi, de
certa forma, uma versão anterior disso. Fizemos coisas incorretas. Definitivamente, o
Facebook cometeu erros em
relação a proteções. Mas sempre demos muita importância à
privacidade, a dar controle às
pessoas. As pessoas acham que
o Facebook é um ambiente seguro e confiável, que não conta
com muito spam e onde elas
fornecem informações reais
sobre si mesmas.
FOLHA - Qual a importância da Microsoft para o Facebook?
ZUCKERBERG - No lado direito
do Facebook, há banners. A
Microsoft tem exclusividade
para vender anúncios em banners. Fizemos um acordo em
um tempo em que tínhamos 10
milhões de usuários, quando
espalhar o Facebook para o
mundo era mais fácil. Agora, a
maioria dos anúncios estão
sendo vendidos pelo próprio
Facebook, mas a Microsoft ainda é um parceiro importante.
FOLHA - Falando em Microsoft,
qual é a sua opinião sobre o acordo
da empresa com o Yahoo!?
ZUCKERBERG - Acho que não tenho uma opinião. Acabei de
voltar de uma floresta tropical,
não tive tempo de pensar sobre
isso (risos).
FOLHA - Quais são os planos do Facebook para os próximos anos?
ZUCKERBERG - A maioria dos
usuários está fora dos EUA. O
quão grande o Facebook vai se
tornar depende do quão grande
a internet se tornará. Ela está
crescendo rapidamente. Todo
mundo que usa computador
vai querer se conectar com os
amigos. Se nós fizermos o nosso trabalho bem, podemos alcançar ainda mais gente. Se
não, outro site fará isso.
FOLHA - A crise econômica afetou
algum plano?
ZUCKERBERG - Não muito. Tem
sido um ano intenso. Meus
mentores em negócios falam
que companhias verdadeiramente boas são construídas em
tempos de recessão. A razão
para isso é que, quando o tempo está bom, há um grande número de competidores. Na recessão, você pensa em fornecer
um bom serviço. Podemos
crescer um pouco mais lentamente, mas crescemos. Esperamos que 2010 seja melhor.
FOLHA - Como você lida com a
pressão de ser um jovem bilionário?
ZUCKERBERG - Muito do que eu
foco em fazer agora é bem similar ao que eu fazia quando criei
o Facebook. Na universidade,
eu fazia várias coisas. Hoje,
também. Nunca tive foco em
dinheiro. E o Facebook é público, não tenho realmente tanto
dinheiro. Pode ser que em algum ponto do futuro eu possa
ganhar algum. Acordo de manhã, vou pro escritório, trabalho até tarde, volto para casa,
durmo. Nada muito diferente
de uma pessoa comum.
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