São Paulo, quarta-feira, 04 de setembro de 2002

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Em moratória, Nigéria atrai US$ 1 bi para gasoduto

DOS ENVIADOS AO RIO

DA SUCURSAL DO RIO

A declaração de moratória pode não significar perda de investimentos, ao menos na indústria do petróleo. O governo da Nigéria, que na semana passada anunciou a suspensão do pagamento da dívida externa, pretende completar até 2005 a construção de um gasoduto que atravessará três países africanos.
Segundo Tunde Ogunnaike, dirigente da subsidiária da Shell na Nigéria, o gasoduto deve atrair cerca de US$ 1 bilhão em investimento. A Shell assumirá 10% do custo e o resto será rateado entre o governo nigeriano e outras empresas sediadas no país.
"Aos investidores não interessa saber se o país está em "default" ou não. Eles querem receber o produto. Se tiverem certeza de que receberão o produto, não faltará o capital", afirmou.
Na Nigéria, a renda da indústria de petróleo representa 40% do Produto Interno Bruto, que em 2001, foi US$ 60 bilhões. Das reservas de petróleo conhecidas no mundo, 25% estão no país.
Maior mercado de gás natural na América Latina, a Argentina registra, apesar da pior crise de toda a sua história, um crescimento na demanda por esse produto de 15% ao ano. O setor, no entanto, somente consegue aumentar sua produção em 4%.
Por esse motivo, empresas como a francesa TotalFinaElf demonstram interesse em investir no país. " Em relação aos demais países do Mercosul, a Argentina está melhor tanto em relação ao consumo do produto, quanto à regulamentação do setor", disse Pierre Offant, executivo da Elf.
"Esse é o momento para entrar e investir na Argentina. Apesar de toda a confusão política, o setor é totalmente desregulamentado e o potencial de produção já é conhecido. O governo não precisa fazer nada. É só não querer tomar atitude intervencionista", disse Francisco Pullit, da empresa de consultoria Pluspetrol.
Segundo especialistas, as reservas de gás argentinas correspondem a 37 trilhões de pés cúbicos. O Brasil tem oito trilhões de pés cúbicos de reservas. (PS, CC e JAD).


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