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RACHA
Lessa encomendou o trabalho
BNDES reúne dados para rebater Furlan
GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DO RIO
Numa iniciativa inédita, o corpo
técnico do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por determinação
do presidente Carlos Lessa, mobilizou-se para rebater declarações
do ministro do Desenvolvimento,
Luiz Fernando Furlan, apesar de
não citá-lo diretamente.
Na quarta-feira, Furlan criticou
a lentidão do banco para aprovar
projetos. Segundo ele, "seis meses
ou um ano para análise de projetos e aprovação é um pouco exagerado".
Lessa não estava presente à entrevista de ontem, mas ela foi organizada por sua assessoria direta. Oito superintendentes e chefes
de departamento do banco foram
convocados para dar esclarecimentos à imprensa. A coordenação coube ao superintendente da
Área de Planejamento do BNDES,
Maurício Piccinini.
"O corpo técnico do banco tem
um orgulho muito grande de trabalhar nessa instituição", disse
Piccinini. "Prezamos muitos os
critérios técnicos para desembolsos do banco e o esforço, o espírito de equipe, é fundamental para
que isso ocorra." Ao ser indagado
se estava ofendido com as declarações de Furlan, o superintendente disse que não cabia a ele fazer essas considerações.
Na quinta-feira, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu
a portas fechadas com os presidentes dos bancos oficiais,
BNDES inclusive, para pedir mais
agilidade na liberação de recursos
para investimentos. Deixando
claro que a insatisfação é com
Furlan, e não com Lula, a assessoria do BNDES afirmou ontem que
há uma diferença entre os dois: ao
contrário de Lula, Furlan deu as
declarações em público.
Maurício Piccinini disse que a
atual gestão do banco, diferentemente do que ocorria até então,
estabeleceu em março deste ano
prazos para o processamento dos
pedidos de financiamentos. Do
enquadramento -primeira etapa do processo- até a liberação
dos recursos, o prazo sob responsabilidade do banco é de, no máximo, 150 dias.
A empresa que pede o financiamento, por sua vez, tem 60 dias
para apresentar os documentos e
garantias para a obtenção dos financiamentos, totalizando 210
dias. Esses 60 dias são prorrogáveis por mais 60. "Existem operações, principalmente as com
clientes do BNDES, que ocorrem
em menos de 150 dias", afirmou
Piccinini. Ele disse que os desembolsos deste ano, de R$ 24,423 bilhões, já são 43% superiores a
igual período do ano passado.
Em seguida, falaram os responsáveis de área. O superintendente
da Área Industrial, José Oswaldo
Barros de Souza, disse que o prazo médio para liberação de recursos no seu setor é de 150 dias. O
chefe da Área de Comércio Exterior, Luiz Antônio Araújo Dantas,
disse que os financiamentos para
exportadores com valores acima
de US$ 8 milhões são liberados,
em média, em de 30 a 40 dias.
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