São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2004

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RACHA

Lessa encomendou o trabalho

BNDES reúne dados para rebater Furlan

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DO RIO

Numa iniciativa inédita, o corpo técnico do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por determinação do presidente Carlos Lessa, mobilizou-se para rebater declarações do ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, apesar de não citá-lo diretamente.
Na quarta-feira, Furlan criticou a lentidão do banco para aprovar projetos. Segundo ele, "seis meses ou um ano para análise de projetos e aprovação é um pouco exagerado".
Lessa não estava presente à entrevista de ontem, mas ela foi organizada por sua assessoria direta. Oito superintendentes e chefes de departamento do banco foram convocados para dar esclarecimentos à imprensa. A coordenação coube ao superintendente da Área de Planejamento do BNDES, Maurício Piccinini.
"O corpo técnico do banco tem um orgulho muito grande de trabalhar nessa instituição", disse Piccinini. "Prezamos muitos os critérios técnicos para desembolsos do banco e o esforço, o espírito de equipe, é fundamental para que isso ocorra." Ao ser indagado se estava ofendido com as declarações de Furlan, o superintendente disse que não cabia a ele fazer essas considerações.
Na quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu a portas fechadas com os presidentes dos bancos oficiais, BNDES inclusive, para pedir mais agilidade na liberação de recursos para investimentos. Deixando claro que a insatisfação é com Furlan, e não com Lula, a assessoria do BNDES afirmou ontem que há uma diferença entre os dois: ao contrário de Lula, Furlan deu as declarações em público.
Maurício Piccinini disse que a atual gestão do banco, diferentemente do que ocorria até então, estabeleceu em março deste ano prazos para o processamento dos pedidos de financiamentos. Do enquadramento -primeira etapa do processo- até a liberação dos recursos, o prazo sob responsabilidade do banco é de, no máximo, 150 dias.
A empresa que pede o financiamento, por sua vez, tem 60 dias para apresentar os documentos e garantias para a obtenção dos financiamentos, totalizando 210 dias. Esses 60 dias são prorrogáveis por mais 60. "Existem operações, principalmente as com clientes do BNDES, que ocorrem em menos de 150 dias", afirmou Piccinini. Ele disse que os desembolsos deste ano, de R$ 24,423 bilhões, já são 43% superiores a igual período do ano passado.
Em seguida, falaram os responsáveis de área. O superintendente da Área Industrial, José Oswaldo Barros de Souza, disse que o prazo médio para liberação de recursos no seu setor é de 150 dias. O chefe da Área de Comércio Exterior, Luiz Antônio Araújo Dantas, disse que os financiamentos para exportadores com valores acima de US$ 8 milhões são liberados, em média, em de 30 a 40 dias.


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