São Paulo, Sábado, 04 de Setembro de 1999
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EVITANDO RISCOS
Companhia alega prejuízos com as associadas na região
Telefónica de España deverá diminuir investimentos na AL

das agências internacionais

O presidente da Telefónica de España, Juan Villalonga, disse ontem que vai esperar até que a instabilidade na América Latina acabe para assumir mais riscos na região. "Não vamos aumentar as nossas posições de risco na América Latina", disse Villalonga, em uma teleconferência com investidores da Bolsa de Madri.
No caso brasileiro, "o pico de investimentos ocorreu no ano passado, com a compra da Telesp", disse Villalonga.
O anúncio foi feito dias depois de a empresa ter divulgado seu balanço do primeiro semestre. Nos seis primeiros meses do ano, a companhia apresentou lucro 73% superior ao ano passado.
No entanto, as empresas associadas na América Latina registraram queda de 37,1% nos lucros.
A multinacional espanhola alega ter sido bastante afetada pela desvalorização do real em janeiro e a recuperação lenta da região.
O presidente da companhia anunciou também que vai diminuir o volume de investimentos nos setores de telefonia fixa e móvel para tentar enxugar a dívida de US$ 12,7 bilhões que a empresa acumulou até o final do primeiro semestre.
A assessoria de imprensa da Telefônica no Brasil informou, porém, que o investimento de R$ 3,5 bilhões previsto para este ano não será afetado.
A empresa já investiu R$ 7,4 bilhões no país em suas participações nas privatizações das empresas de telefonia.
Durante a reunião com os investidores, Villalonga anunciou que até o final do ano estará pronta a Bolsa Telefónica Interativa, o braço da empresa que agrupará atividades em Internet.
As ações da companhia tiveram valorização de 3,7% ontem com a notícia de que a Telefónica vai começar também a se desfazer de uma de suas subsidiárias -a Telefónica Media- em seis meses. Impulsionada pelos ganhos da empresa, a Bolsa de Madri subiu 2,57%.
A valorização das ações da empresa se acentuou depois que a consultoria internacional Lehman Brothers, que assessorou a Telefónica na privatização da Telebrás, apresentou um relatório mantendo sua recomendação para comprar os papéis da empresa.


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