São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2000

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NEGOCIAÇÕES
Empresários não pretendem repassar ao trabalhador os ganhos de produtividade obtidos nos últimos 12 meses
Salários poderão ficar sem aumento real


DA REPORTAGEM LOCAL

Os empresários não devem repassar para os trabalhadores os ganhos de produtividade que tiveram nos últimos 12 meses. É o que constatou a Folha ao ouvir executivos de vários setores.
O sucesso na negociação em torno do aumento real de salário está praticamente descartado. As centrais sindicais, no entanto, ainda têm alguma esperança na conquista desse benefício.
"Os patrões dizem que não vão arcar com essa despesa. É o mesmo argumento que usam desde que comecei nessa atividade, há 23 anos", diz João Felício, presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores). "Vamos para cima deles e tentar ganhar isso sim", completa Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Clarice Messer, diretora do Departamento de Economia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), tem dito que o que dificulta as negociações em torno da produtividade é encontrar um índice comum. Cada empresa adota uma fonte, assim como os sindicatos.
Há companhias que acreditam que isso é obtido de outras formas. "A produtividade vem por meio da participação no lucro e nos resultados das companhias", afirma Osmani Teixeira de Abreu, vice-presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais.
A Perdigão, fabricante de derivados de carne, informa que tem dado novos benefícios para seus empregados, o que chama de produtividade. Outras companhias fornecem bônus e 14º salário.
"Como os reajustes não são altos, temos planos internos de benefícios aos trabalhadores", afirma Dorival Carlos Borga, gerente corporativo de relações humanas. (FF e AM)



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