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NEGOCIAÇÕES
Empresários não pretendem repassar ao trabalhador os ganhos de produtividade obtidos nos últimos 12 meses
Salários poderão ficar sem aumento real
DA REPORTAGEM LOCAL
Os empresários não devem repassar para os trabalhadores os
ganhos de produtividade que tiveram nos últimos 12 meses. É o
que constatou a Folha ao ouvir
executivos de vários setores.
O sucesso na negociação em
torno do aumento real de salário
está praticamente descartado. As
centrais sindicais, no entanto,
ainda têm alguma esperança na
conquista desse benefício.
"Os patrões dizem que não vão
arcar com essa despesa. É o mesmo argumento que usam desde
que comecei nessa atividade, há
23 anos", diz João Felício, presidente nacional da CUT (Central
Única dos Trabalhadores). "Vamos para cima deles e tentar ganhar isso sim", completa Luiz
Marinho, presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos do ABC.
Clarice Messer, diretora do Departamento de Economia da
Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo), tem dito
que o que dificulta as negociações
em torno da produtividade é encontrar um índice comum. Cada
empresa adota uma fonte, assim
como os sindicatos.
Há companhias que acreditam
que isso é obtido de outras formas. "A produtividade vem por
meio da participação no lucro e
nos resultados das companhias",
afirma Osmani Teixeira de Abreu,
vice-presidente da Federação das
Indústrias de Minas Gerais.
A Perdigão, fabricante de derivados de carne, informa que tem
dado novos benefícios para seus
empregados, o que chama de produtividade. Outras companhias
fornecem bônus e 14º salário.
"Como os reajustes não são altos, temos planos internos de benefícios aos trabalhadores", afirma Dorival Carlos Borga, gerente
corporativo de relações humanas.
(FF e AM)
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