São Paulo, sexta-feira, 04 de outubro de 2002

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ENERGIA

Agência teve reunião com Petrobras e distribuidoras; estatal afirma que não vai reduzir importações do produto

ANP descarta o desabastecimento de gás

Raphael Falavigna - 02.out.02/Folha Imagem
Tanques de armazenamento de gás liquefeito de petróleo (GLP) em unidade da Ultragaz no bairro do Ipiranga, em São Paulo


PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Sebastião do Rêgo Barros, disse ontem que o abastecimento de GLP está normal em todo o país e que a Petrobras não reduziu o volume de importações do produto.
O Sindigás (sindicato das distribuidoras de gás) havia informado anteontem que o gás já começava a faltar em algumas regiões e que as distribuidoras tinham estoques para, no máximo, quatro dias. O maior problema de abastecimento estava ocorrendo no Estado de São Paulo, segundo o sindicato.
Barros disse que a Petrobras assegurou à agência que não diminuirá as importações de GLP e que o fornecimento às engarrafadoras não sofreu redução.
O porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, disse que FHC não tinha informação de nenhuma decisão da Petrobras no sentido de interromper a compra de gás de cozinha.
Numa reunião realizada ontem com representantes da ANP, da Petrobras e de cerca de 20 distribuidoras, ficou acertado que a estatal manterá o fornecimento regular e que não diminuirá as importações. Como contrapartida, as engarrafadoras se comprometeram a apresentar um cronograma para substituir aos poucos as importações da estatal.
"Em nenhum momento pensei que uma empresa como a Petrobras pudesse tomar uma decisão sem ter certeza que haveria a garantia de abastecimento", disse.
A Petrobras, no entanto, já havia informado que seu desejo era reduzir sua participação na importação do GLP gradualmente. O objetivo é que os cerca de 30% do consumo hoje abastecidos pelo mercado externo fossem importados pelas distribuidoras.
Barros afirmou que a posição foi reafirmada pela Petrobras, que informou a ele que está colocando à disposição das engarrafadoras sua logística (dutos, tanques e terminais) e seus fornecedores.
Apesar disso, o diretor-geral disse não acreditar que as importações diretas comecem a ocorrer imediatamente. O entrave, diz, é a diferença entre o preço nacional -que sofre controle da própria agência- e o internacional, que é mais alto, o que inviabiliza a concorrência do produto importado.
A Petrobras nega que tenha reduzido a importação e diz que o mercado foi "plenamente atendido". De acordo com a estatal, à exceção de um embarque vindo da Argentina, que atrasou cinco dias por problemas de navegação, as cargas de GLP para abastecimento da região de São Paulo estão dentro do planejado.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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