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FOLHAINVEST
MERCADO FINANCEIRO
Segundo analistas, a depender dos indicadores desta semana, BC pode fazer ajuste mais suave nos juros
Índices devem apontar recuo na inflação
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os vários índices de inflação que
saem nesta semana devem apontar nova desaceleração de preços,
segundo prevêem analistas.
Caso esse arrefecimento se confirme, inclusive nos núcleos, o
Banco Central pode ser levado a
fazer um ajuste mais suave nos juros do que indicaram a ata do Copom e o duro relatório de inflação
divulgados recentemente.
Um número crescente de analistas considera a possibilidade de
que, firmado um cenário de inflação mais favorável, os juros terminem o ano abaixo de 17% (hoje
estão em 16,25%).
"Ao mesmo tempo em que o BC
solta um relatório de inflação surpreendentemente áspero, a inflação desacelera e a atividade econômica está um pouco mais fraca
na margem. Se os núcleos apontarem queda, o BC precisará olhar
com mais calma para essa necessidade de subir muito os juros",
diz Carlos Eduardo Gonçalves,
professor da USP e economista da
consultoria MCM.
Jorge Simino, sócio-diretor da
MS Consult, lembra que a desaceleração da inflação já era prevista
por alguns analistas.
"O Copom poderia ter esperado
mais um mês antes de subir os juros. Essa desaceleração dos índices de preços ajudou a conter as
expectativas do mercado, mas
ocorrerão mais dois ou três aumentos até o final do ano."
A expectativa dominante no
mercado é que os juros básicos fechem o ano em 17%.
Alta dos combustíveis
O esperado reajuste dos combustíveis já está nas projeções do
BC. O petróleo, que se firmou em
patamar mais alto, fechou na sexta-feira acima de US$ 50 o barril.
O mercado estima que a Petrobras reajustará a gasolina em 10%,
o que deve causar alta de 0,4 ponto percentual no IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo).
Espera-se um comportamento
favorável dos preços nos indicadores que serão divulgados nesta
semana, principalmente graças à
colaboração dos grupos alimentação e tarifas, segundo o Departamento de Pesquisas e Estudos do
Bradesco.
O IPC-S (Índice de Preços ao
Consumidor Semanal) da FGV,
que sai hoje, e o IPC (Índice de
Preços ao Consumidor) da Fipe
de setembro, que será conhecido
amanhã, devem se beneficiar da
queda dos preços dos alimentos e
também das tarifas públicas -no
caso do segundo indicador.
Na quarta, será conhecido outro
indicador da FGV, o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) de setembro. Segundo analistas do Bradesco, o
IPA (Índice de Preços no Atacado) deverá ficar estável.
A primeira prévia do IGP-M
deste mês (Índice Geral de Preços
do Mercado), também da FGV,
sai na quinta-feira.
O IGP-M desacelerou para
0,69% em setembro e surpreendeu alguns economistas, que não
esperavam a queda de 0,53 ponto
percentual em relação a agosto.
Os preços dos agropecuários e
dos produtos industriais desaceleraram. Neste mês, porém, novos
reajustes do aço e de petroquímicos podem pressionar o indicador, segundo analistas.
Na primeira prévia deste mês,
porém, o IPA industrial e o IPC
não devem atrapalhar o desempenho favorável do índice.
E, na sexta-feira, sai o IPCA do
mês passado, importante por ser
o indicador que norteia as decisões do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central.
A expectativa é que os preços
dos transportes e da alimentação
contribuam para que o indicador
feche em 0,40%, em queda em relação ao mês anterior.
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