São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2006

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Petróleo recua e Dow Jones bate recorde

Analistas prevêem menores custos para as empresas e maior consumo nos EUA com queda dos gastos com energia

Petróleo fecha a US$ 58,68, menor preço desde fevereiro; recorde anterior da Bolsa de NY havia sido em 2000, durante bolha


DA REDAÇÃO

A Bolsa de Nova York atingiu ontem seu maior nível em pontos da história, ultrapassando o recorde anterior, atingido em janeiro de 2000, em meio à bolha das ações de tecnologia.
A queda dos preços do petróleo contribuiu para o otimismo dos mercados. Depois de atingir US$ 78 em julho, o petróleo vem caindo e ficou em US$ 58,68 ontem em Nova York, o menor preço desde fevereiro.
Analistas dizem que, com a queda do petróleo, fica mais fácil controlar a inflação. Além disso, com os preços da gasolina e do combustível para calefação mais baixos, os consumidores têm mais renda disponível para o consumo, o que é positivo para as empresas da Bolsa. Os preços menores de energia também reduzem os custos para as companhias.
Durante o dia (intradia), o Dow Jones, principal índice da Bolsa de Nova York, atingiu os 11.758,95 pontos, mais que os 11.750,28 atingidos durante o pregão de 14 de janeiro de 2000. No fechamento, também fechou com recorde -11.727,34 pontos, ante recorde de fechamento anterior de 11.722,98 pontos, também em janeiro de 2000, em plena bolha que estouraria naquele mesmo ano.
Ações de gigantes industriais como Boeing, de varejistas como o Wal-Mart e de bancos como o JP Morgan puxaram a alta em Nova York, devido à perspectiva de uma economia mais saudável com os preços do petróleo em níveis mais baixos.
O Dow Jones subiu 0,5%, enquanto a Bolsa eletrônica Nasdaq registrou alta de 0,3%, fechando a 2.243,65 pontos.

Petróleo
Já o petróleo caiu quase 4% ontem em Nova York, fechando cotado a US$ 58,68. Em Londres, o preço de fechamento foi de US$ 58,43, em queda de 3,3%.
O petróleo vem caindo devido aos estoques altos nos Estados Unidos, à perspectiva de desaceleração na economia do país e à previsão de que não devam acontecer nesta temporada furacões que ameacem plataformas e instalações petrolíferas na América do Norte.
"Nos próximos três meses não há nada nos dados fundamentais que possa apoiar preços mais altos para o petróleo, exceto uma redução na produção da Opep [Organização dos Países Exportadores de Petróleo]", disse Michael Lynch, analista da Strategic Energy and Economic Research.
A queda nos preços do petróleo já preocupa a Opep, que reúne 11 países. Na semana passada, dois países-membros, a Nigéria e a Venezuela, anunciaram cortes na exportação do combustível.
Ontem, o presidente da Opep e ministro do Petróleo da Nigéria, Edmund Daukoru, disse acreditar que "o mercado está com ligeira superoferta".
"A queda de hoje [ontem] nos preços justifica o que a Nigéria está fazendo e espero que outros membros ajam da mesma forma", disse ele.
Alguns analistas dizem, porém, que a estratégia da Opep de cortar a produção para aumentar os preços pode ter conseqüência negativa para a organização, já que pode dar força à teoria de que o mundo tem, agora, capacidade excedente de petróleo cru.
A diferença muito pequena entre o petróleo consumido e o produzido, com pouca capacidade excedente para suprir o mercado em caso de interrupções na produção ou exportação causadas por problemas geopolíticos ou desastres naturais, é o principal fator por trás da alta gradativa do preço do petróleo nos últimos dois anos.


Com agências internacionais

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