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Petróleo recua e Dow Jones bate recorde
Analistas prevêem menores custos para as empresas e maior consumo nos EUA com queda dos gastos com energia
Petróleo fecha a US$ 58,68, menor preço desde fevereiro; recorde anterior da Bolsa de NY havia sido em 2000, durante bolha
DA REDAÇÃO
A Bolsa de Nova York atingiu
ontem seu maior nível em pontos da história, ultrapassando o
recorde anterior, atingido em
janeiro de 2000, em meio à bolha das ações de tecnologia.
A queda dos preços do petróleo contribuiu para o otimismo
dos mercados. Depois de atingir US$ 78 em julho, o petróleo
vem caindo e ficou em US$
58,68 ontem em Nova York, o
menor preço desde fevereiro.
Analistas dizem que, com a
queda do petróleo, fica mais fácil controlar a inflação. Além
disso, com os preços da gasolina e do combustível para calefação mais baixos, os consumidores têm mais renda disponível para o consumo, o que é positivo para as empresas da Bolsa. Os preços menores de energia também reduzem os custos
para as companhias.
Durante o dia (intradia), o
Dow Jones, principal índice da
Bolsa de Nova York, atingiu os
11.758,95 pontos, mais que os
11.750,28 atingidos durante o
pregão de 14 de janeiro de
2000. No fechamento, também
fechou com recorde -11.727,34
pontos, ante recorde de fechamento anterior de 11.722,98
pontos, também em janeiro de
2000, em plena bolha que estouraria naquele mesmo ano.
Ações de gigantes industriais
como Boeing, de varejistas como o Wal-Mart e de bancos como o JP Morgan puxaram a alta
em Nova York, devido à perspectiva de uma economia mais
saudável com os preços do petróleo em níveis mais baixos.
O Dow Jones subiu 0,5%, enquanto a Bolsa eletrônica Nasdaq registrou alta de 0,3%, fechando a 2.243,65 pontos.
Petróleo
Já o petróleo caiu quase 4%
ontem em Nova York, fechando cotado a US$ 58,68. Em
Londres, o preço de fechamento foi de US$ 58,43, em queda
de 3,3%.
O petróleo vem caindo devido aos estoques altos nos Estados Unidos, à perspectiva de
desaceleração na economia do
país e à previsão de que não devam acontecer nesta temporada furacões que ameacem plataformas e instalações petrolíferas na América do Norte.
"Nos próximos três meses
não há nada nos dados fundamentais que possa apoiar preços mais altos para o petróleo,
exceto uma redução na produção da Opep [Organização dos
Países Exportadores de Petróleo]", disse Michael Lynch,
analista da Strategic Energy
and Economic Research.
A queda nos preços do petróleo já preocupa a Opep, que
reúne 11 países. Na semana passada, dois países-membros, a
Nigéria e a Venezuela, anunciaram cortes na exportação do
combustível.
Ontem, o presidente da Opep
e ministro do Petróleo da Nigéria, Edmund Daukoru, disse
acreditar que "o mercado está
com ligeira superoferta".
"A queda de hoje [ontem] nos
preços justifica o que a Nigéria
está fazendo e espero que outros membros ajam da mesma
forma", disse ele.
Alguns analistas dizem, porém, que a estratégia da Opep
de cortar a produção para aumentar os preços pode ter conseqüência negativa para a organização, já que pode dar força à
teoria de que o mundo tem,
agora, capacidade excedente de
petróleo cru.
A diferença muito pequena
entre o petróleo consumido e o
produzido, com pouca capacidade excedente para suprir o
mercado em caso de interrupções na produção ou exportação causadas por problemas
geopolíticos ou desastres naturais, é o principal fator por trás
da alta gradativa do preço do
petróleo nos últimos dois anos.
Com agências internacionais
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