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Sindicatos recusam proposta de bancos e ameaçam greve
Assembléias hoje devem aprovar paralisação por tempo indeterminado; em seis capitais, bancários já estão parados
Instituições oferecem reposição da inflação de 12 meses, mas funcionários
pleiteiam aumento real
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Comando Nacional dos
Bancários, que representa 400
mil funcionários em campanha
salarial no país, recusou a nova
proposta de reajuste da Fenaban (Federação Nacional dos
Bancos) e orientou os sindicatos da categoria a aprovar greve
por tempo indeterminado a
partir de amanhã.
A decisão deve ser referendada pelos funcionários dos bancos públicos e privados em assembléias marcadas para ocorrer hoje à noite em todo o país.
A proposta da Fenaban prevê
reajuste de 2,85% -percentual
que corresponde à inflação medida pelo INPC acumulado nos
últimos 12 meses-, além de
participação nos lucros e resultados (PLR) de 80% do salário
mais R$ 823 fixos.
Também está previsto o pagamento de um adicional de R$
750 para os funcionários das
instituições financeiras que tiverem crescimento do lucro líquido de, no mínimo, 20% em
relação ao ano passado.
Na negociação anterior, a federação havia oferecido 2% de
reajuste salarial e PLR com adicional de R$ 500 para os bancos
que obtivessem lucro de 25%
sobre o resultado de 2005.
"A campanha salarial foi pautada no aumento real de salário.
Os bancários reivindicam
7,05%, além do INPC. No ano
passado, a Fenaban concedeu
reajuste acima da inflação após
uma greve de seis dias", disse
Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo (CUT).
Para Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT (confederação que informa representar 108 sindicatos filiados à central) e integrante do comando
nacional, o aumento de 40% no
lucro líquido obtido pelo setor
no primeiro semestre deste ano
em relação a igual período de
2005 permite uma "melhora
considerável" na oferta salarial.
"Em 2005, além da PLR, houve
pagamento de abono de R$
700", disse.
"Concedemos reposição da
inflação e aumentamos o valor
da PLR em 50%. Já fizemos
duas propostas e não recebemos nenhuma contraproposta", afirmou Magnus Apostólico, coordenador de negociações
trabalhistas da Fenaban. "O que
eles querem?"
Em São Paulo, onde trabalham 106 mil bancários, a assembléia dos funcionários está
marcada para hoje, às 19h.
Apesar de o comando indicar
greve a partir de amanhã, várias
regiões já fazem paralisações
desde a semana passada.
Estão parados funcionários
de seis capitais (Rio, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre,
Salvador, Florianópolis), seis
Estados (PE, SE, MA, RN, AL,
PI) e duas cidades -Campina
Grande (PB) e Bauru (SP).
Em Brasília, os bancários fizeram passeata até o Ministério
do Planejamento. Em Belo Horizonte, a paralisação atingiu ao
menos 87 agências.
Nem Caixa Econômica Federal, nem Banco do Brasil divulgaram ontem o número de
agências atingidas pela greve.
A oposição bancária, integrada por sindicalistas do PSTU e
do PSOL, vai pedir à Fenaban,
ao Banco do Brasil e à Caixa
Econômica Federal para negociar separadamente do comando nacional. O grupo quer ainda
a formação de um "comando de
base" -formado por sindicatos
de oposição.
Serviço
A Fenaban recomenda aos
clientes que tiverem dificuldades utilizar os serviços das cerca
de 17,5 mil agências do país procurar os 69,5 mil estabelecimentos que realizam operações bancárias (como lotéricas, farmácias e outros), além da internet e serviços telefônicos.
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