|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COMÉRCIO
Carnês atrasados caem 36,5%
Consumidor paga dívidas em atraso
FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local
Duas boas notícias para o comércio paulista em outubro. O número
de carnês em atraso diminuiu. Ao
mesmo tempo, aumentou o volume de carnês com prestações atrasadas que foram pagas.
A Associação Comercial de São
Paulo (ACSP) registrou no mês
passado 311.730 carnês em atraso,
36,5% menos do que em setembro
e 5,9% menos do que em outubro
do ano passado.
O volume de carnês com prestações em atraso que foram pagas no
mês passado -250.075- cresceu
1,9% sobre setembro e 54,3% sobre
outubro do ano passado.
Marcel Solimeo, economista da
associação, diz que a redução da
inadimplência e o aumento do pagamento das prestações atrasadas
eram previstos em outubro.
Em setembro, diz ele, com a alta
dos juros as empresas acabaram
despejando no Serviço Central de
Proteção ao Crédito todo o volume
de carnês em atraso, até mesmo os
que estavam sendo negociados
com os clientes.
Resultado: o número de carnês
em atraso foi recorde, próximo de
492 mil. "Foi um crescimento atípico. Assim, esperávamos uma diminuição da inadimplência", diz
Solimeo. Quanto ao pagamento de
carnês em atraso, afirma, o aumento se deve à chegada do final
do ano, quando o consumidor
quer ter o nome limpo para voltar
a comprar a crédito.
"A inadimplência continua alta",
diz Solimeo. De janeiro a outubro,
foram registrados 3,935 milhões de
carnês em atraso, 51,9% mais do
que em igual período de 97.
Samuel Klein, proprietário da
Casas Bahia, informa que a inadimplência na sua rede de lojas está estabilizada desde 97 e representa cerca de 6% das vendas a prazo.
"Mas é fato que nesta época do
ano os fregueses com prestações
em atraso procuram as lojas para
quitar as dívidas e voltar a comprar."
Segundo ele, o consumidor não
quer mais saber de fazer dívidas
para pagar em prazos longos, o que
é um sinal de que está bem mais
cauteloso na hora de comprar a
crédito. A Casas Bahia vende agora
em até oito vezes.
Preferência
Pelo levantamento da ACSP, o
pagamento à vista ou com cheques
pré-datados vem ganhando a preferência dos consumidores.
Em outubro, as consultas ao SPC
(Serviço de Proteção ao Crédito),
termômetro das vendas a prazo,
caíram 12% em relação a igual mês
de 97 e cresceram 11% sobre setembro deste ano. As consultas ao
Telecheque, indicador das vendas
à vista, subiram 5% e 9,5%, respectivamente, no período.
Para Solimeo, as vendas a prazo
em outubro só foram melhores do
que as de setembro por causa do
Dia da Criança. "O consumo continua fraco."
Klein diz que está esperando um
Natal parecido com o do ano passado. A rede espera fechar o ano
com faturamento de R$ 2,4 bilhões, igual ao de 97.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|