|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRIBUTAÇÃO
Alíquota não incidiria sobre rendimentos com títulos públicos, facilitando rolagem da dívida e queda dos juros
Governo pode limitar Cofins para bancos
VANESSA ADACHI
da Reportagem Local
O governo deve isentar os bancos
da cobrança da Cofins nas operações com títulos públicos, ou seja,
os rendimentos obtidos com papéis da dívida do próprio governo
não deverão ser tributados.
A Folha apurou que a decisão foi
sinalizada para algumas instituições financeiras durante negociações informais sobre o imposto. O
pedido, feito pelos bancos, teria sido atendido pelo governo.
Os bancos não são os únicos a lucrar com a decisão. O próprio governo tem a ganhar, e muito.
O governo federal praticamente
garante compradores para sua dívida, já que as demais receitas dos
bancos, como as obtidas na concessão de crédito, terão a incidência da Cofins.
Com isso, o governo cria uma
margem de manobra para poder
negociar melhor sua dívida, pagando taxas menores.
Não satisfeitos, os bancos pedem
agora a isenção da Cofins nas operações do interbancário, ou seja,
nos empréstimos entre bancos.
O argumento usado é poderoso:
com a isenção nos títulos públicos,
os bancos que têm dinheiro em
caixa para aplicar prefeririam emprestá-lo ao governo a doá-los a
bancos no interbancário.
Esse movimento tenderia a empoçar a liquidez do sistema financeiro, ou seja, impediria que o dinheiro circulasse dos mais abonados para os mais necessitados, deixando as instituições que dependem do interbancário em dificuldades.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|