|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MERCADO FINANCEIRO
Bolsa sobe 6,55%; US$ 90 mi saem do país
da Reportagem Local
A expectativa de votação dos três
últimos destaques da reforma da
Previdência e da ajuda do FMI ao
país fez a Bolsa de Valores de São
Paulo subir ontem 6,55%, depois
de alta de 7,78% na sexta-feira.
Nicolas Balafas, diretor do Banco Nacional de Paris, notou ordem de compra de estrangeiros.
"O mercado está de bom humor e dá uma trégua ao Brasil",
diz Carlos Eduardo Uchôa, da Liberal Asset Management.
Segundo Uchôa, há a certeza hoje entre os investidores de que os
Estados Unidos não vão deixar o
Brasil quebrar. A boa disposição
dos países ricos em injetar US$ 90
bilhões no FMI mudou "a percepção do risco Brasil".
Uchôa cita como exemplo disso
a diferença entre as taxas de juros
pagas pelos títulos da dívida externa. O IDU, de vencimento médio
em janeiro de 2001, pagava ontem
17% de juros ao ano. O C-bond, de
vencimento mais longo (por volta
de abril de 2014), 15%, uma diferença de dois pontos percentuais.
Para o mercado, o risco de moratória da dívida externa continua
maior no curto prazo do que no
longo. Em situações normais, o
C-bond paga mais do que o IDU.
Mas, o risco de moratória do
Brasil no curto prazo hoje é bem
menor no que no auge da crise da
Rússia, quando o IDU chegou a
pagar juros sete pontos maiores
do que os do C-bond.
O Banco Central vendeu ontem
títulos da dívida interna: R$ 3 bilhões de Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), que rendem juros
que variam de acordo com o over,
o mercado por um dia. Os bancos
pagaram ágio de R$ 0,364 no mínimo e de R$ 0,455 na média por
cada papel no valor de R$ 1.000.
O mercado pediu "hedge"
(proteção) contra a desvalorização do câmbio e o BC atendeu.
Hoje, fará leilão extra de R$ 600
milhões de Notas do Banco Central da série E, títulos que pagam
correção cambial. O vencimento é
no dia 17 de janeiro de 99.
O Banco Central voltou a atuar
no over e subiu as taxas de juros,
de 42,60% ao ano para 42,70%.
Com o aumento, procura tornar
os investimentos em reais mais
atrativos e segurar os dólares que
não param de sair do país.
Ontem, o fluxo havia sido negativo em US$ 163 milhões pelo dólar comercial e positivo em US$ 70
milhões pelo flutuante (segmento
do dólar turismo).
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|