São Paulo, Sábado, 04 de Dezembro de 1999


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PREÇOS
Fipe considera que maior taxa desde abril de 1996 foi o pico do ano; expectativa é de queda para 0,50%
Inflação de SP fecha o mês em 1,48%

MAURO ZAFALON
da Redação

A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) registrou, em novembro, a maior taxa mensal de inflação desde abril de 1996 no município de São Paulo, quando os preços tinham subido 1,62%. A alta média dos preços no mês passado foi de 1,48%, superando as estimativas de 1,40% feitas pelos técnicos da entidade na semana passada.
Novembro, no entanto, deve ter sido o pico da inflação por um bom tempo, na avaliação de Heron do Carmo, coordenador do IPC da Fipe. A pressão está centrada em carnes e combustíveis, produtos que pararam de subir e, em alguns casos, já começam a recuar.
Neste mês, esses itens vão perder força e devem aliviar a taxa de inflação em quase um ponto percentual, ou seja, a taxa recuaria para cerca de 0,50%.

Ano 2000
O economista da Fipe não vê problemas também na taxa de inflação do próximo ano. Segundo ele, será mais fácil o governo atingir a meta inflacionária em 2000, que é de 6%, do que neste ano, que era de uma taxa média de 8%.
O governo foi o grande responsável pela descolada da taxa de inflação neste ano. Primeiro, com a desvalorização do real, que ainda continua influenciando de forma suave os preços. Em seguida, veio o tarifaço do final do primeiro semestre, que elevou as taxas ainda mais que a desvalorização.

Tarifas
Na relação das maiores altas de preços de janeiro a novembro estão várias tarifas. Os serviços públicos subiram 16% em média no período, contra uma inflação de 8,11%.
Os paulistanos pagaram bem mais pela energia elétrica (21%), água e esgoto (17%) e gás de botijão (37%) nesse período. Telefone subiu 0,12%, e gás de rua, 6,20%. Já a gasolina ficou 53% mais cara, enquanto o álcool teve reajuste de 49%. Os transportes públicos subiram 15% de janeiro a novembro.
Heron do Carmo diz que no próximo ano, mesmo que esses itens sejam reajustados pela inflação passada (a de 99), a pressão ainda será bem menor do que a deste ano na taxa de inflação.
As carnes bovinas também pressionaram muito a inflação a partir do segundo semestre, devido à entressafra, uma das mais fortes do Plano Real.
No primeiro semestre de 2000, essa pressão deverá diminuir devido ao período da safra, avalia Heron do Carmo.

Outros setores
Os demais setores pesquisados pela Fipe não tiveram grandes alterações, com exceção de educação, que continua sofrendo os efeitos do aumento do papel, cujas cotações subiram no mercado internacional.
Alimentação subiu 2,46% em novembro e 5,96% no ano; habitação, 0,21% e 7,12%, devido aos serviços públicos; transportes, 4,89% e 24,37%; despesas pessoais, 0,50% e 5,38%; e educação, 0,42% e 2,09%. Em novembro, materiais escolares tiveram alta de 2,82%.
Vestuário e saúde registraram quedas no mês passado, de 0,34% 0,15%, subindo 4,76% e 5,00% no ano, respectivamente.

No Real
O IPC da Fipe acumula alta de 78,45% no Plano Real, ou seja, desde julho de 1994, com a seguinte discriminação: 47,50% na alimentação; 159,49% na habitação; 104,65% nos transportes; 50,26% nas despesas pessoais; e 121,42% na saúde. Vestuário teve queda de 7,75%.


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