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PREÇOS
Fipe considera que maior taxa desde abril de 1996 foi o pico do ano; expectativa é de queda para 0,50%
Inflação de SP fecha o mês em 1,48%
MAURO ZAFALON
da Redação
A Fipe (Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas) registrou,
em novembro, a maior taxa mensal de inflação desde abril de 1996
no município de São Paulo, quando os preços tinham subido
1,62%. A alta média dos preços no
mês passado foi de 1,48%, superando as estimativas de 1,40% feitas pelos técnicos da entidade na
semana passada.
Novembro, no entanto, deve ter
sido o pico da inflação por um
bom tempo, na avaliação de Heron do Carmo, coordenador do
IPC da Fipe. A pressão está centrada em carnes e combustíveis,
produtos que pararam de subir e,
em alguns casos, já começam a recuar.
Neste mês, esses itens vão perder força e devem aliviar a taxa de
inflação em quase um ponto percentual, ou seja, a taxa recuaria
para cerca de 0,50%.
Ano 2000
O economista da Fipe não vê
problemas também na taxa de inflação do próximo ano. Segundo
ele, será mais fácil o governo atingir a meta inflacionária em 2000,
que é de 6%, do que neste ano,
que era de uma taxa média de 8%.
O governo foi o grande responsável pela descolada da taxa de inflação neste ano. Primeiro, com a
desvalorização do real, que ainda
continua influenciando de forma
suave os preços. Em seguida, veio
o tarifaço do final do primeiro semestre, que elevou as taxas ainda
mais que a desvalorização.
Tarifas
Na relação das maiores altas de
preços de janeiro a novembro estão várias tarifas. Os serviços públicos subiram 16% em média no
período, contra uma inflação de
8,11%.
Os paulistanos pagaram bem
mais pela energia elétrica (21%),
água e esgoto (17%) e gás de botijão (37%) nesse período. Telefone
subiu 0,12%, e gás de rua, 6,20%.
Já a gasolina ficou 53% mais cara,
enquanto o álcool teve reajuste de
49%. Os transportes públicos subiram 15% de janeiro a novembro.
Heron do Carmo diz que no
próximo ano, mesmo que esses
itens sejam reajustados pela inflação passada (a de 99), a pressão
ainda será bem menor do que a
deste ano na taxa de inflação.
As carnes bovinas também
pressionaram muito a inflação a
partir do segundo semestre, devido à entressafra, uma das mais
fortes do Plano Real.
No primeiro semestre de 2000,
essa pressão deverá diminuir devido ao período da safra, avalia
Heron do Carmo.
Outros setores
Os demais setores pesquisados
pela Fipe não tiveram grandes alterações, com exceção de educação, que continua sofrendo os
efeitos do aumento do papel, cujas cotações subiram no mercado
internacional.
Alimentação subiu 2,46% em
novembro e 5,96% no ano; habitação, 0,21% e 7,12%, devido aos
serviços públicos; transportes,
4,89% e 24,37%; despesas pessoais, 0,50% e 5,38%; e educação,
0,42% e 2,09%. Em novembro,
materiais escolares tiveram alta
de 2,82%.
Vestuário e saúde registraram
quedas no mês passado, de 0,34%
0,15%, subindo 4,76% e 5,00% no
ano, respectivamente.
No Real
O IPC da Fipe acumula alta de
78,45% no Plano Real, ou seja,
desde julho de 1994, com a seguinte discriminação: 47,50% na
alimentação; 159,49% na habitação; 104,65% nos transportes;
50,26% nas despesas pessoais; e
121,42% na saúde. Vestuário teve
queda de 7,75%.
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