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MERCADO ABERTO
Eleições afetarão economia, diz Leme
Apesar das apostas em contrário, as eleições presidenciais devem provocar incertezas na economia e agitar o
mercado financeiro neste ano,
segundo o economista Paulo Leme, da Goldman Sachs. A seu
ver, as turbulências não devem
ser tão fortes como as de 2002,
mas, mesmo assim, suficientes
para assustar o investidor, tanto
o nacional como o estrangeiro.
Leme diz que, apesar de o medo de Lula não ser tão grande como em 2002, a disputa pelo poder sempre gera incertezas, o que
inibe o apetite do investidor para
o risco. Ele considera também
muito alta a probabilidade de um
candidato do PSDB ganhar do
PT, o que, para ele, é um fator positivo para o mercado, mas, ainda assim, as eleições vão provocar alguma mexida no mercado,
especialmente no segundo e terceiro trimestres.
O problema, de acordo com o
economista, é que, na campanha,
devem vir à tona uma série de escândalos, tanto de um lado como
de outro, que podem trazer volatilidade para o mercado e, assim,
mexer com o câmbio. Além disso, há sempre a perspectiva de
mudanças na condução da política econômica, o que ajuda a aumentar as incertezas e frear o
processo de redução dos juros
pelo Banco Central.
O presidente Lula já deu sinais
claros de que irá aumentar os
gastos do governo, numa demonstração evidente de guinada
na política econômica. Para Paulo Leme, quanto mais expansionista for a política do governo,
menores serão a confiança do investidor e o espaço do Banco
Central para cortar os juros.
"Pensar que o gasto público é capaz de elevar o crescimento acima do PIB potencial não é uma
decisão correta", diz.
Dessa forma, as previsões de
Leme para o Brasil em 2006 são
mais conservadoras do que a média do mercado. Ele aposta, por
exemplo, num crescimento do
PIB de 3,2% para este ano e de
2,5% para 2005. Ele acha que os
juros vão cair dos atuais 18% para 16% em dezembro de 2006
-o mercado prevê 15% para o
final deste ano. Em relação ao
câmbio, ele prevê uma taxa de R$
2,45 por dólar em dezembro. Já
no tocante à inflação, ele atribui
75% de chances de o país cumprir a meta de 4,5% em 2006.
Na opinião de Leme, o que vai
garantir o desempenho da economia em 2006, assim como
ocorreu no ano passado, será, essencialmente, o crescimento
mundial. O cenário externo continuará bastante favorável aos
emergentes. Em suas previsões, o
Brasil será, em 2006, o país que
apresentará a segunda menor taxa de crescimento da América
Latina -só acima do Equador,
com taxa de 2,5%. Só em 2007 o
Brasil ficaria acima da média dos
países da América Latina.
CRESCIMENTO
A receita da Varig Log em novembro chegou a US$ 53 milhões, 13,28% a mais que no mesmo mês de 2004 e recorde mensal da empresa. No acumulado
dos 11 primeiros meses de 2005, a
receita da companhia também
registrava alta na casa de 13%.
ANOS POSITIVOS
Pela primeira vez desde o fim
dos anos 80, a balança comercial
da indústria do cobre encerrou
dois anos seguidos com superávit. Com alta de 30% nas exportações, o setor teve em 2005 saldo
de US$ 50 milhões, segundo o
Sindicel e a ABC, que representam a cadeia produtiva. O saldo
foi de US$ 10 milhões em 2004.
FAXINA
A faxina administrativa que
vem sendo promovida na Bombril pela gestão judicial já atingiu
cerca de 30 pessoas, muitas acusadas de irregularidades constatadas nos diversos níveis gerenciais da empresa. No início da semana, foram demitidos 14 gerentes, a maioria relacionada à
área de logística. No caminho
para o saneamento da empresa
está uma dezena de pessoas protegidas pelo manto do conselho
de administração, como ex-mulheres, cunhados, sobrinhos e
apadrinhados políticos de conselheiros. A administração judicial, instaurada há cerca de três
anos, tem buscado preservar o
interesse dos acionistas (em especial Previ e BNDES).
FOCO REGIONAL
Com foco no Nordeste, a
Ocean Air anuncia hoje novos vôos para a região, saindo de São Paulo, Rio e Belo
Horizonte. "Temos conseguido uma aceitação surpreendente no Nordeste.
Iremos concentrar muitos
esforços na região", diz Jorge
Alberto Viana, vice-presidente da empresa, ao explicar como ela pretende atingir a meta de 6% de participação no mercado doméstico de aviação ao fim de 2006
-hoje tem 1,5%. As novas
linhas, que entram em operação nos dias 16 e 30, serão
com modelos Fokker MK-28, recém-adquiridos.
NOVA INCURSÃO
Em sua primeira incursão no
mundo do cinema, os co-fundadores do Google, Sergey Brin e
Larry Page, decidiram financiar
metade do orçamento de um filme independente. Eles irão entrar com US$ 500 mil para ajudar
a produzir o filme "Broken Arrows", dirigido por um ex-colega
na Universidade de Stanford.
EXPANSÃO
A rede de restaurantes Vivenda
do Camarão planeja alta de 20%
no faturamento em 2006, além
da abertura de ao menos mais
dez lojas, em Florianópolis e Porto Alegre, entre outras cidades.
Ela negocia também sua chegada
à Espanha e à África do Sul.
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