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Congelamento segura em 9,8% a taxa argentina
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
Com os olhos fixos nas
eleições para a Casa Rosada
em 2007, o governo de Néstor Kirchner anunciou ontem que cumpriu a meta de
fechar 2006 com taxa de inflação de apenas um dígito. O
IPC (Índice de Preços ao
Consumidor) anual, contido
artificialmente graças a medidas pouco ortodoxas como
o congelamento de preços de
produtos específicos e o bloqueio às exportações sobretudo de carne e leite, ficou
em 9,8%.
No final de 2005, a inflação
registrada na Argentina foi
de 12,3%, e a perspectiva era
de alta. A estratégia de
Kirchner foi atacar diretamente os produtos que têm
mais impacto no IPC, pressionando setores do empresariado a firmar "acordos de
preço", comprometendo-se
a não reajustar.
Mas, segundo especialistas, a inflação "real" alcança
cerca de 15%.
De acordo com a consultoria Ecolatina, 50% da redução do IPC pode ser explicada pela contenção das exportações de carne e leite, que
forçou a venda no mercado
interno. A outra metade se
deve ao controle sobre as tarifas dos serviços públicos e
ao "congelamento" produzido pelos acordos setoriais.
"Perseguindo a taxa de um
dígito, a ação do governo se
restringiu ao objetivo menor
de controlar a cesta básica, o
que não é o mesmo que ter
uma política contra a pressão inflacionária", afirma
Rodrigo Alvarez, economista
da Ecolatina.
"Os acordos [de preço],
apesar do nome, não são
muito voluntários, e o custo
dessa intervenção é o desestímulo aos investimentos",
diz o economista Ernesto
Kritz, da SEL consultoria.
A ministra da Economia,
Felisa Miceli, já adiantou que
o crescimento do PIB em
2006 ficará em 8,5%.
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