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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Sem nova base econômica, classe
média não crescerá, diz professor
Se o Brasil quiser que a sua
estrutura social tenha um
avanço mais amplo e significativo do que entre 2004 e 2008,
o país terá de alterar as bases do
seu desenvolvimento. Essa é a
opinião do professor Waldir
Quadros, do Instituto de Economia da Unicamp.
Quadros é autor de um estudo no qual demonstra que as
condições que promoveram o
surgimento de uma nova classe
média nos últimos anos não beneficiaram na mesma proporção a média classe média nem a
alta classe média.
Enquanto a massa trabalhadora e a baixa classe média aumentaram substancialmente,
com redução no número de miseráveis, no período entre 1997
e 2007, o número de pessoas
que pertencem às classes médias de maior poder aquisitivo
se manteve estagnado (veja
quadro abaixo). Os motivos são
conhecidos: a nova classe média surgiu graças ao Bolsa Família, ao crescimento mais forte do salário mínimo e do PIB e
da consequente geração de empregos.
Essa melhoria, no entanto,
não foi suficiente para alcançar
todas as classes sociais. Isso
porque, segundo Quadros, a estrutura industrial perdeu, nos
últimos anos, elos importantes
da sua cadeia. O aumento nas
importações causado pela valorização do real e a política monetária, que reduziu a perspectiva de investimentos produtivos, provocou uma situação de
baixa performance.
Tais limitações resultaram
em menos oportunidades para
a média e a alta classe média.
Além disso, diz o pesquisador, o
agronegócio foi um dos principais impulsionadores do crescimento da economia nos últimos anos. Nessa área, não há
criação de muitas oportunidades para as classes médias mais
abastadas. "A disputa pela conquista de oportunidades insuficientes, numa época de frágeis
freios morais, parece ser caracterizada como uma verdadeira
"pororoca social'", escreve Quadros no estudo.
Nessa "zona de tensão", os filhos da classe média ascendente disputam as mesmas vagas
com os filhos da média classe
média, que não conseguem
boas colocações profissionais.
A solução, segundo ele, é adotar políticas econômicas que
permitam caminhar a passos
mais largos. Entre as alternativas, está o uso dos recursos provenientes do petróleo e da venda de commodities para impulsionar o desenvolvimento industrial e dos serviços.
"LECHE SIN DULCE"
A produtora de leite argentina La Serenísima enfrenta
uma grave crise, informa o jornal "La Nación". Com cortes
nos subsídios governamentais, prejudicada pelos locautes
que fecharam estradas e por aumento de 30% na energia, a
empresa deixou de pagar uma dívida de US$ 230 milhões
que venceu na semana passada. Pelo terceiro ano consecutivo, a La Serenísima fechará no vermelho e se intensificam
os boatos de que o governo busca um comprador para a empresa. Entre os candidatos estariam os grupos argentinos Irsa e Eskenazi. Segundo o jornal, rumores dariam conta de
que o dono, Pascual Mastellone, só estaria disposto a vendê-la à Danone, com quem já tem uma joint venture.
PERDA
VOLUME CONHECIDO SOB GESTÃO DE MADOFF SUPERA US$ 33,4 BI, DIZ JORNAL
O volume conhecido de recursos sob gestão do ex-presidente da Nasdaq Bernard Madoff, preso por fraude em dezembro de 2008, supera US$ 33,4 bilhões. As informações
são de levantamento do "New York Times". A maior perda é
do Fairfield Greenwich Group, de US$ 7,5 bilhões. O ranking
inclui 13 empresas que não informaram o quanto perderam
com a fraude. Também está na lista a própria fundação da
família Madoff, com baixa de US$ 19 milhões.
TURBINA
A usina de Itaipu superou
em 2008 seu recorde de produção de energia anterior,
de 2000. A hidrelétrica gerou 94.684.781 MWh no ano
passado contra 93.427.598
MWh em 2000. A marca,
que nunca foi alcançada por
outra usina no mundo, seria
suficiente para suprir o consumo global por dois dias ou
o da Argentina por um ano.
LIDERANÇA
A Bolsa de São Paulo esteve entre as maiores perdas
no mercado financeiro latino-americano. Os 41,2% de
redução do Ibovespa no ano
passado só não superaram o
encolhimento de mais de
50% do índice Merval, da
Bolsa de Comércio de Buenos Aires. No Chile, a queda
foi de 22%. No México, a
desvalorização foi de 24%.
PIRATARIA
CORTE CHINESA CONDENA 11 PESSOAS POR FALSIFICAÇÃO DE SOFTWARE
A Justiça chinesa condenou 11 pessoas acusadas de liderar uma quadrilha de pirataria de softwares da Microsoft, informou a empresa. Essa pode ter sido a maior sentença pelo crime aplicada na China. Eles foram acusados de comandar um esquema de pirataria de softwares no valor de US$ 2 bilhões. Ao todo, foram copiados 19 programas, em 11 idiomas diferentes, que chegavam a 36 países. Os réus podem ficar até 18 meses na prisão.
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e CRISTIANE BARBIERI (interina)
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