|
Texto Anterior | Índice
Câmbio preocupa mais do que demanda
DA REDAÇÃO
A reação da economia mundial e o câmbio vão determinar
os ganhos do setor de agronegócio brasileiro neste ano.
No caso da líder soja, o desafio será encarar a chegada de
uma supersafra na América do
Sul, após recorde também nos
Estados Unidos. "O bom é que o
ritmo de consumo dos chineses
é exuberante", diz Fernando
Muraro, da AgRural.
"Realmente não há preocupação de demanda para este
ano, mas a incerteza virá do
câmbio", completa Anderson
Galvão, da consultoria Céleres.
As exportações do complexo
soja podem trazer de US$ 16 bilhões a US$ 17 bilhões neste
ano, segundo o mercado.
O cenário deve ser melhor
também no setor sucroalcooleiro. A produção de álcool aumenta e os preços devem ser
melhores do que os de 2009. O
valor do açúcar deve permanecer em bom patamar no mercado internacional, mas o deficit
mundial do produto cai, pressionando menos os preços.
Para José Vicente Ferraz, diretor técnico da AgraFNP, as
exportações do setor devem
render US$ 10,5 bilhões.
Este ano será mais favorável
também para as carnes. Melhoram as demandas externa e interna. Mas a melhora de cenário pode refletir pouco na renda
dos produtores, principalmente no setor de carne bovina.
A concentração veio mais rápido do que se esperava, e "a indústria já tem participação significativa na formação dos preços no Brasil", diz Ferraz.
As carnes devem render US$
11,5 bilhões nas exportações. A
de frango lidera (US$ 5,9 bilhões), seguida da bovina (US$
3,9 bilhões) e da suína (US$ 1,3
bilhão), segundo a AgraFNP.
As receitas com café, outro
importante setor da balança, ficam entre US$ 4,6 bilhões e 4,8
bilhões, "em face da recuperação do mercado", diz Guilherme Braga, do Cecafé (associação dos exportadores).
Já o mercado de suco de laranja, após ter experimentado
recuperação em 2009, voltará a
ter uma média de preços superior neste ano, diz Maurício
Mendes, presidente da
AgraFNP e membro do Grupo
de Consultores em Citros.
O setor enfrenta, no entanto,
um recuo no consumo mundial, o avanço do "greening"
(uma doença que afeta seriamente os pomares do Brasil e
dos EUA), além de uma forte
concorrência do surgimento de
outras bebidas.
Na avaliação de Mendes, as
exportações deste ano crescem
e devem atingir US$ 2 bilhões.
Texto Anterior: Agrofolha No campo, ano acaba melhor que o previsto Índice
|