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Montadora alegou queda nas vendas de carros para demitir
da Reportagem Local
Ao anunciar as demissões de
2.800 funcionários, em dezembro,
a Ford alegou que o motivo era a
redução da demanda por carros.
Segundo a montadora, as vendas
de automóveis caíram 40% desde o
início da crise asiática, em 97, que
fez o governo brasileiro aumentar
as taxas de juros.
O comunicado que informou sobre as demissões dizia que, na avaliação da Ford, "não está prevista
uma recuperação significativa do
mercado no futuro próximo".
A montadora, entretanto, afirmava no comunicado que os demais investimentos da empresa no
país, como a construção da nova
fábrica em Guaíba, no Rio Grande
do Sul, não seriam afetados.
A Ford vem perdendo mercado
para as demais montadoras. Em
novembro, sua participação de
mercado era de 9,7%. Em meses
anteriores, chegara a 12%.
A crise no mercado de outros
países também afetou a Ford, que
havia exportado US$ 950 milhões
em 97 e deve ter fechado o ano passado com vendas externas de 5% a
10% menores.
Para o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da
CUT, Heiguiberto Navarro, o Guiba, a montadora não desenvolveu
novos modelos de sucesso e deixou de ser competitiva no mercado brasileiro.
Guiba era presidente do sindicato do ABC quando, em 95, os funcionários da Ford ocuparam a fábrica e danificaram carros de diretores e gerentes.
Os empregados da manutenção e
da ferramentaria haviam entrado
em greve para protestar contra 300
demissões. A Ford não quis pagar
o salários dos grevistas e o protesto
dos "golas vermelhas", uma referência ao uniforme dos funcionários, gerou o incidente.
Em junho de 90, metalúrgicos da
montadora realizaram um quebra-quebra de carros ainda mais grave,
após uma greve.
(ME)
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