|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ministro prevê US$ 111 bi em exportações
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anteontem à noite no Palácio do
Planalto, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando
Furlan, previu que as exportações brasileiras em 2005 chegarão a US$ 111 bilhões -US$ 3
bilhões acima da meta assumida publicamente.
A diferença em relação à meta oficial, segundo Furlan, deve-se à expectativa dele em relação ao preço do minério de
ferro e o conseqüente impacto
positivo na pauta de exportações brasileira.
Na reunião, Furlan fez sugestões de medidas pontuais para
desburocratizar o processo de
exportação, sugestões que Lula
pediu que discutisse com o colega Antonio Palocci Filho (Fazenda). Parte delas foi anunciada ontem.
O encontro, que durou cerca
de quatro horas, ocorreu a pedido de Furlan, que queria comemorar a marca recém-atingida de US$ 100 bilhões de dólares de exportações nos últimos 12 meses (de março de
2004 a fevereiro de 2005) e debater medidas de incentivo ao
comércio exterior com a Coordenação de Governo (principais auxiliares de Lula).
Sutilmente, Furlan criticou a
política monetária e a atual taxa de câmbio. Disse que, apesar
dos juros altos, as exportações
brasileiras terão bom desempenho em 2005 e em 2006, segundo apurou a Folha.
Crítico interno da política
monetária, Furlan recebeu o
apoio do líder do governo no
Senado, Aloizio Mercadante
(PT-SP). Ambos avaliaram que
os juros altos são uma ameaça
ao desempenho futuro e de
longo prazo das exportações.
Mas ressaltaram que, por ora,
os juros altos (Selic hoje em
18,75% ao ano) ainda não afetaram as exportações.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu a política monetária ao dizer que os resultados da economia mostram que os juros altos
não minaram as exportações.
Palocci o apoiou e descartou
intervenção forte no câmbio
fora medidas pontuais (compras para aumentar reservas,
por exemplo).
Entre as medidas de incentivo ao câmbio propostas, estão
a criação de novas áreas alfandegárias (5), investimentos para transformar aeroportos subutilizados por passageiros em
áreas para exportação. Exemplos: Confins (MG), Galeão
(RJ) e Viracopos (SP), que já
cumpre papel nesse sentido.
Furlan defendeu a "desdolarização" nas relações entre exportadores e importadores do
Brasil e da Argentina. Os negociantes se cadastrariam nos
bancos centrais dos dois países
e poderiam negociar diretamente em peso e real.
(KENNEDY ALENCAR)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Regras vão na linha de liberalização cambial Índice
|