|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cesp reverte prejuízo de 2006 em lucro de R$ 179 mi
Empresa produziu 60% da energia de São Paulo no ano passado e 10% do Brasil
Desvalorização do dólar reduziu endividamento em moeda estrangeira de 55%
para 36% e melhorou resultado, segundo relatório
SIMONE CUNHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Às vésperas de ir à leilão para
ser privatizada, a Cesp (Companhia Energética de São Paulo) divulgou o resultado do ano
passado revertendo o prejuízo
líquido de 2006 em lucro líquido de R$ 178,59 milhões. Em
2006, a empresa havia tido prejuízo R$ 118,37.
Em resultado divulgado ontem, após o fechamento da Bovespa, a companhia destacou o
impacto do dólar na redução do
endividamento em moeda estrangeira e, conseqüentemente, na melhora do resultado. Segundo a Cesp, o endividamento
em moeda estrangeira caiu de
55% em dezembro de 2006 para 36% no mesmo mês de 2007.
O resultado comercial da empresa cresceu 9,5% no ano passado em relação a 2006, totalizando R$ 2,626 bilhões. Do total da receita de 2007, 66% vieram de suprimento de energia
elétrica às distribuidoras e 29%
de consumidores livres.
A Cesp, que produziu 60% da
energia elétrica de São Paulo no
ano passado e 10% do Brasil, será leiloada no dia 26 de março.
A fatia de controle que o governo paulista detém na empresa
teve preço mínimo estabelecido em R$ 6,6 bilhões. Com as
ofertas para sócios minoritários, o negócio deve rondar os
R$ 15 bilhões, o que reduz a
probabilidade de um só interessado levar a empresa.
Segundo a companhia energética, a geração de energia
20% acima do que havia sido
assegurado e o aumento do
consumo ajudaram nos resultados. Houve produção de
4.703 MW médios de energia
em 2007, tornando-a quarta
geradora do país em potência
instalada e terceira em produção de energia elétrica.
O resultado operacional passou de R$ 114,17 milhões em
prejuízo, em 2006, para lucro
de R$ 706,64. O resultado operacional bruto subiu 36,6%, para R$ 1,38 bilhão, e a receita
operacional líquida 7,8% em relação a 2006, finalizando o ano
em R$ 2,18 bilhões.
Privatização
Segundo o edital de privatização da Cesp, os consórcios interessados deverão se pré-identificar até a próxima segunda-feira. Um dia antes do
leilão (25), eles terão ainda de
depositar garantias no valor de
R$ 1,74 bilhão.
Os lances serão feitos por
meio de envelopes fechados e
pelo menos três consórcios devem disputar a Cesp. No total,
12 empresas foram ao "data
room" -central de informações financeiras da empresa.
Entre os favoritos estão a
franco-belga Suez/ Tractebel,
dona da antiga Gerasul, a maior
geradora privada no país. A
Suez deve entrar na disputa
com a Neoenergia, que tem entre os sócios a espanhola Iberdrola. A empresa vai divulgar
seu resultado na sexta.
A distribuidora paulista
CPFL, que tem capital de Votorantim, Camargo Corrêa, Bradesco e Previ, também deve
formar um consórcio. A empresa anunciou aumento de 17%
no lucro do ano passo, fechando com resultado de R$ 1,643
bilhão.
Outro grupo juntaria a ítalo-espanhola Enel/Endesa com
possível adesão da portuguesa
EDP, dona das distribuidoras
Bandeirante (SP), Enersul
(MS) e Escelsa (ES).
Texto Anterior: Violência urbana derruba competitividade no turismo Próximo Texto: Petrobras descarta sócios para sua nova subsidiária Índice
|