São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2008

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Makro faz parceria com empresa de cartões em reação a "atacarejo"

CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de ver as redes varejistas avançarem a passos largos no "atacarejo", o Makro reagiu. A rede atacadista lançou ontem uma parceria com a administradora de cartões ibi, irá abrir lojas menores de bairro e aumentar seu serviço de entregas, entre outras novidades.
Tudo para atingir a meta de ultrapassar R$ 5 bilhões de receita em 2008, com crescimento de 8% sobre o ano passado.
A sociedade com o ibi tem pretensões ambiciosas. Prevista para durar 20 anos, ela terá os resultados dividido entre os sócios, que detêm 50% de participação cada. A expectativa é de que os usuários do cartão da marca passem de 14% para 40%, até 2011.
O ibi pretende tornar-se o domicílio bancário dos clientes do Makro, fornecendo crédito para o capital de giro de pequenos comerciantes. Com isso, até a venda de alimentos poderá ser parcelada com juros de 2,92% ao mês.
Até o meio do ano, a rede pretende também inaugurar lojas menores, em bairros, a primeira delas no Itaim Bibi, em São Paulo. Batizadas de Horeca (de hotelaria, restaurante e catering), os mini-Makro serão voltados para a clientela da rede que mais cresce e que hoje representam 27% do total.
Outra novidade será a ampliação do sistema de entregas, hoje restrito a cinco lojas e 600 clientes para 22 lojas e 4.400 clientes este ano. A empresa também pretende abrir oito novos Makros e chegar a 60 lojas até o fim do ano, com investimentos de R$ 160 milhões.
Antonio Colmenares, presidente do Makro para a América do Sul até 1º de abril, afirma que os movimentos do Makro não são uma reação ao "atacarejo", pois foram preparados há pelo menos um ano e meio.
Para ele, o varejo vai abandonar os clientes desse nicho no futuro. "Primeiro porque o empresário sente estar concorrendo com seu próprio cliente, ao ser atendido na mesma loja. Depois, é difícil manter a estrutura de custos quando se trabalha com clientes finais".
Para alguns especialistas no setor, no entanto, o Makro está reagindo, sim, ao "atacarejo". Segundo Eugênio Foganholo, da consultoria Mixxer, apesar de ter sido pioneiro nesse tipo de serviço, o Makro ficou parado, enquanto concorrentes encontraram nichos para avançar e crescer muito mais do que ele.
Outro analista, que não quis se identificar, diz que o Makro terá mais dificuldades que outros "atacarejos", uma vez que atua nacionalmente, enquanto os outros em nichos regionais.


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