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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Embraer não vai rever demissões, diz Curado
A Embraer deverá fazer algumas concessões aos 4.200 funcionários demitidos, mas não
vai voltar atrás da decisão nem
irá aceitar a proposta de redução da jornada de trabalho e de
salário em troca do corte. As
concessões devem ser negociadas com os trabalhadores hoje,
durante audiência de conciliação no Tribunal Regional de
Trabalho de Campinas.
Segundo o presidente da Embraer, Frederico Curado, toda
negociação pressupõe alguma
flexibilidade. A empresa está
disposta a conversar com os
trabalhadores, mas só não é
possível rever as demissões. O
problema, de acordo com ele, é
a redução dramática da demanda, de cerca de 30% do faturamento. O corte de funcionários
correspondeu a 20% do contingente de mão de obra.
A adoção de medidas flexíveis para ajudar os trabalhadores que foram demitidos irá
também atender pedido feito
pelo presidente Lula no encontro que teve com Curado na semana passada.
"Estamos abertos para conversar, mas não será possível a
reintegração dos funcionários",
diz Curado.
O grande problema que levou
a Embraer a fazer as demissões
foi a queda da demanda externa. Segundo Curado, mais de
90% da receita da companhia é
obtida por meio das exportações.
Curado acha que essa retração da demanda externa irá
continuar forte em 2009 e
2010, mas ele não prevê mais
demissões. Os cortes, a seu ver,
serão suficientes para a empresa enfrentar os próximos dois
anos sem ter que fazer novas
demissões.
De acordo com Curado, apesar desses problemas, a companhia não pretende recorrer a
dinheiro publico. O BNDES,
por exemplo, financia os clientes da Embraer, e não a companhia diretamente.
O governo pode ajudar, segundo Curado, com a encomenda de aviões. Ele citou, por
exemplo, a decisão de substituir os dois Boeings-737, os famosos "sucatinhas", por aviões
da Embraer.
Apesar dos problemas enfrentados pela Embraer, Curado acredita que o país tem tudo
para se sair bem da crise, melhor do que os países ricos.
"Nós estamos na contramão. O
país vai sair mais fortalecido do
que todos."
"Estamos
abertos para
conversar, mas
não será
possível a
reintegração
dos
funcionários"
FREDERICO CURADO
presidente da Embraer
TEMOR
Mais de 90% dos executivos de finanças brasileiros estão preocupados com o mercado global nos próximos 12 meses, segundo pesquisa da empresa de recrutamento
Robert Half com profissionais de 14 países. Só na Irlanda
o receio é maior. A tensão é menor quando se fala da economia local -78% dos brasileiros têm ansiedade em relação ao mercado nacional. A pesquisa não inclui os EUA.
DE VOLTA AO TRABALHO
O escritório Azevedo
Sette Advogados recebeu
dez fusões e aquisições
para estruturar entre
quinta e segunda -sete
novas e três que estavam
suspensas. Desde agosto,
o escritório, que fechou o
ano com mais de US$ 2
bilhões de transações, não
fazia nenhuma operação
do tipo. "Pedimos para a
equipe da área [32 pessoas] voltar de férias", diz
Ordélio Azevedo Sette, sócio sênior. Os setores são
indústria pesada, mineração, tecnologia, informática e agronegócios. Há dois
perfis de operações: empresas debilitadas à venda
ou companhias que buscam parceiros para aporte
de capital.
BAIXA RENDA
O banco Real alcançou
R$ 300 milhões em empréstimos no seu programa de
microcrédito, desde a sua
criação, em 2002. Ao todo, já
foram beneficiados mais de
130 mil clientes de baixa
renda pelo programa.
NO COMPUTADOR 1
A Kingston, que fabrica
memória para computador,
anuncia o balanço mundial
na próxima semana e, pela
primeira vez, abrirá a participação do Brasil. Normalmente, as receitas são apresentadas por continente.
NO COMPUTADOR 2
O faturamento mundial
da Kingston foi de US$ 4 bilhões, e o do Brasil, de US$
117 milhões, com alta de
92% ante 2007. O país passou a ocupar a liderança na
América Latina, superando
o México (US$ 98 milhões).
Em 2008, o preço das memórias flash (como pen drives) e RAM (componentes
na montagem de notebooks)
caíram, em média, 36%.
PREVISÃO
O mercado de seguros e
resseguros no Brasil espera
crescer cerca de US$ 2 bilhões nos próximos dois
anos, segundo estimativa do
presidente do IRB-Brasil Re,
Eduardo Nakao.
ATACADO
A sexta edição da semana
de moda do shopping atacadista Mega Polo Moda, localizado no Brás, em SP, fechou ontem com alta de 16%
nas vendas ante a última
edição, em julho de 2008. O
evento reuniu 15 mil lojistas.
REVENDA
A Confenar (confederação
das revendas AmBev e empresas de distribuição) renovou a parceria com o Bradesco para obter serviços
com taxas diferenciadas. A
parceria inclui operações de
leasing, crédito para aquisição de equipamentos, financiamento do BNDES, seguros, entre outros. Cerca de
87% das revendas Confenar
já aderiram à parceria.
APETITE
A rede de restaurantes
Ráscal inaugura em abril sua
terceira casa no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca.
Com essa abertura, o grupo
passa a ter nove unidades,
sendo seis em São Paulo. O
Ráscal inaugurou sua primeira loja no Rio em 2006,
no Leblon.
PANAMENHAS
As empresas que integram
o Projeto Setorial Integrado
Eletroeletrônicos Brasil, da
Apex/Brasil -Vale da Eletrônica (MG) e empresas
paulistas e gaúchas-, participam até sábado da Expocomer Panamá 2009, uma
das mais importantes feiras
de negócios do Panamá.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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