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S&P vê "deterioração rápida" de cenário para a América Latina
Agência reduz de 2,1% para 0,7% previsão para PIB
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Primeira a conceder o "grau
de investimento" ao Brasil, a
agência de classificação de riscos Standard & Poor's afirma
agora que a crise global causou
uma "rápida deterioração" das
perspectivas para a América
Latina, incluindo o Brasil.
A agência reduziu a previsão
de crescimento da região em
2009 de 2,1%, em dezembro,
para 0,7%, o menor ritmo desde 2002. Para o Brasil, a previsão caiu de 2,5% para 1,2%.
Para a S&P, a piora se deve ao
aprofundamento da crise nos
países industrializados, que
consumirão menos commodities e terão poucos recursos para investir nos emergentes. Por
essa razão, afirma, a recuperação latino-americana será mais
lenta. Para 2010, a previsão é de
expansão de 2,5%.
No caso do Brasil, a S&P afirma que a deterioração do mercado de trabalho acontece
"mais rápido do que o esperado", contraindo a venda de
bens duráveis. "[O ano de]
2009 vai testar a resistência das
conquistas que as economias
da região tiveram nos últimos
anos. As perspectivas para a região dependerão tanto da profundidade da recessão nos países industrializados como do
tempo que demorará a recuperação", disse Lisa Schineller, diretora da Standard & Poor's.
Para Schineller, os bancos
públicos brasileiros e mexicanos estão desempenhando um
"importante papel" para manter os financiamentos. "Não
acredito em deterioração importante na qualidade de crédito porque a intermediação financeira ainda é baixa", disse.
Segundo a agência, o pior
quadro é o do México, que terá
queda de 2% no PIB neste ano,
devido à dependência dos EUA.
Na Venezuela, a expectativa é
de expansão de 1,5%; na Argentina, de 1%. "Em nossa visão, as
posições fiscais da Argentina e
da Venezuela contrastam com
a dos demais países da região.
Elas não terão espaço para medidas de estímulo fiscal."
A agência afirma que a queda
no preço do petróleo deverá
"enfraquecer fortemente" a arrecadação da Venezuela, que
tem 50% de suas receitas provenientes do produto. A agência espera desvalorização de
20% do bolívar em 2009, o que
manterá a inflação em alta.
"A inflação será baixa nos demais países, permitindo que os
bancos centrais cortem juros."
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