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Setor privado americano faz o maior corte de vagas em ao menos oito anos
DA REDAÇÃO
O setor privado dos EUA realizou no mês passado o maior
corte de postos de trabalho em
ao menos oito anos, mostrando
a força da crise que, segundo o
Fed (o banco central americano), não deve dar sinais de melhora antes do final do ano.
No mês passado, os empregadores privados eliminaram 697
mil vagas, 83 mil a mais que em
janeiro, no maior corte desde
que a consultoria ADP iniciou o
levantamento, em 2001, indicando que as empresas continuam a acelerar as demissões.
"A magnitude das perdas de
emprego indica que a recessão
se espalhou agressivamente
para as pequenas empresas. No
começo da recessão, esse segmento mostrou mais resiliência que as grandes e as médias
empresas, mas já não é mais o
caso", afirma o estudo.
O levantamento da ADP é
uma prévia dos dados oficiais
do governo americano, que serão divulgados amanhã e que
incluem as contratações ou as
demissões do setor público.
Tradicionalmente, as previsões
da consultoria eram mais conservadoras que as do governo,
mas, em dezembro, ela mudou
os cálculos e passou a estimar
perdas maiores que as oficiais.
Ainda assim, analistas afirmam que os Estados Unidos
devem anunciar um corte de
mais de 640 mil postos de trabalho no mês passado, o que, se
confirmado, será o maior em
60 anos -em janeiro, foram eliminadas 598 mil vagas.
Um cenário negativo para o
mercado de trabalho também é
previsto pelo Fed. Segundo o
Livro Bege (compilação de dados sobre a economia feita pelo
banco central), o desemprego
aumentou em todo o país entre
janeiro e fevereiro, com aumento no corte de vagas e o
congelamento das admissões.
O relatório do BC dos EUA
também mostra que a situação
econômica se "deteriorou ainda mais" neste início de ano,
com os problemas se espalhando por praticamente todos os
setores e sem perspectiva de recuperação antes do final de
2009 ou do início de 2010. A
economia americana está em
recessão desde dezembro de
2007, e o PIB recuou 6,2% no
último trimestre do ano passado -a maior queda em 26 anos.
Para tentar reverter a situação, o governo apresentou ontem detalhes do plano de ajuda
para os mutuários que correm
o risco de perder a casa, anunciado no mês passado. Segundo
estudo, 8,3 milhões de proprietários (1 em cada 5 americanos
que têm casas) tinham, no final
de 2008, dívida superior ao valor da moradia. Além disso, o
presidente Barack Obama prometeu aumentar o controle nas
licitações do governo, com o
que promete economizar US$
40 bilhões por ano.
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