EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento na renda do brasileiro levou a caderneta de poupança a registrar captação recorde no primeiro bimestre de 2010. Os depósitos superaram os saques em R$ 4,95 bilhões -a maior entrada de recursos desde 1995, ano de início da série histórica do Banco Central.
A caderneta não foi a única aplicação a atrair poupadores. Os fundos de investimento também tiveram desempenho positivo nesse período, com a entrada de R$ 13,9 bilhões, segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Essas aplicações atraem novos poupadores desde a metade de 2009, quando o emprego e a renda do brasileiro voltaram a crescer. Parte desse dinheiro vem também da menor entrada de novos recursos na Bolsa e da queda dos depósitos a prazo, especialmente dos Certificados de Depósito Bancário.
O retorno para os aplicadores, porém, continua baixo. A poupança segue com rentabilidade de 0,50% ao mês, atrás dos índices de inflação neste começo de ano. Os fundos de renda fixa renderam 0,83% em fevereiro.
Historicamente, o início de ano é um período de aumento de gastos com impostos, quitação de compras de fim de ano e viagens. Por isso, há queda no volume de investimentos, mas isso não ocorreu neste ano.
Para Robson Gonçalves, professor do MBA da FGV, uma das explicações para esse comportamento é que os brasileiros anteciparam seus gastos com bens de alto valor, devido à redução de impostos sobre veículos e eletrodomésticos, por exemplo. Agora, estão refazendo suas reservas financeiras.
No caso da poupança, a procura maior se deve também ao aumento no número de poupadores que não têm acesso a investimentos que exigem um valor mínimo maior para aplicação.
Além disso, a queda na taxa de juros aproximou a rentabilidade da caderneta (isenta de IR) da verificada nos fundos de investimento mais populares, que, além do imposto, têm taxas de administração acima de 2%.


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