São Paulo, quinta-feira, 05 de abril de 2007

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Mantega e Jorge debatem indústria e BNDES

Guido Mantega (Fazenda) irá se reunir hoje com Miguel Jorge (Desenvolvimento) para tratar de dois assuntos. O tema principal será a elaboração de uma política industrial para o país. O subjacente será a troca de guarda no BNDES. No seu discurso de posse, Miguel Jorge deixou bastante claro que irá fazer mudanças na instituição.
A adoção de uma política industrial já vem sendo debatida dentro do governo há algum tempo, no âmbito do Ministério do Desenvolvimento. O problema é que a discussão estava um pouco emperrada, em razão das divergências entre Luiz Fernando Furlan e Mantega.
Mantega achava que Furlan defendia uma política industrial baseada principalmente nas desonerações fiscais, quando havia outras alternativas. Com Miguel Jorge, Mantega tem sentido chances de maior entendimento.
No cardápio da conversa entre Mantega e Miguel Jorge, a mudança no BNDES deve ficar para a sobremesa, até porque os dois sabem que a decisão final sobre o nome que vai sentar na cadeira da presidência do banco depende essencialmente de uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ontem, Mantega deu partida às mudanças na Fazenda para poder abrigar o seu time. Ele gostaria de ter anunciado a nova equipe quando já tivesse uma definição sobre Demian Fiocca, mas foi obrigado a antecipar a sua reforma interna com o pedido de demissão, na segunda-feira, de Júlio Sérgio Gomes de Almeida da secretaria de Política Econômica.
Gomes de Almeida já vinha manifestando uma certa insatisfação com o cargo. Nas discussões para a elaboração do PAC, por exemplo, ele se sentiu um pouco preterido, depois teve problemas de saúde, o que o deixou longe de Brasília, e, nas duas últimas semanas, começou a fazer críticas mais pesadas contra o Banco Central. Na sexta passada, por exemplo, declarou à Folha que, com o câmbio do jeito que está, a indústria irá virar pó.
A declaração não foi bem recebida por Mantega, e, na segunda, ele enviou uma carta ao ministro pedindo seu afastamento. Na terça, ele já não foi à tradicional reunião da equipe econômica.

CONTATO
A recém lançada Agência Mood de Luiz Lara e Augusto Cruz Neto alcançou a marca de uma conta por mês. Com oito meses de funcionamento, a agência tem clientes como Electrolux, Camargo Corrêa, Sadia e Multishow. O foco da nova empresa, segundo Cruz Neto, ex-diretor de atendimento da Lew Lara, é o "below the line", ações como campanhas de incentivo e eventos, que não envolvem mídia direta. Se houver a demanda do cliente, a Mood está capacitada para fazer mídia, mas também pode encaminhar para outras agências de publicidade, com quem tem parceria como a F/Nazca, a W/Brasil e a própria Lew Lara. "Não somos nem só de comunicação nem só de promoção, o que dá certo é a barriga no balcão", afirma Cruz Neto.

DE PASSAGEM
Michael Geoghegan, presidente mundial do HSBC, chega ao Brasil na próxima terça, dia 10, para visita relâmpago de menos de 24 horas. O executivo participará da comemoração oficial de dez anos do grupo no país, em Curitiba, sede do grupo inglês no país. O executivo comandará uma solenidade no Instituto HSBC de Solidariedade e apresentará um novo produto financeiro sustentável, com verba revertida para ações sociais, e os resultados do instituto.

DE BRAÇOS ABERTOS
O economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, ex-Fazenda, irá se encontrar hoje com o empresário Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas e do Iedi. O encontro foi pedido por Almeida para ele relatar ao seu ex-chefe a sua experiência no governo. O empresário diz, no entanto, que, se o economista quiser voltar para o Iedi, será recebido de braços abertos. Segundo Josué, a posição de Almeida no Iedi nunca foi extinta. O economista exercia o cargo de superintendente. Edgard Pereira, que seria o sucessor de Almeida, foi contratado para ser economista-chefe do Iedi. Josué diz que há espaço para os dois. "Não há nenhuma incompatibilidade entre os cargos", diz Josué.

DIA DO PAGAMENTO
O tipo de remuneração do empregado do comércio mudou nos últimos anos, segundo a Fecomercio. Em 2004 cerca de 73% recebiam apenas salários fixos. Neste ano, o número caiu para 67%. Dos 33% restantes, 22% são pagos com remuneração mista (salário fixo mais comissão) e apenas 11% recebem por comissões.

NA MESA
No último final de semana, o crescimento na venda de bacalhau no Extra foi 135% superior ao do mesmo período de 2006. Foram vendidas mais de cem toneladas do produto.

IMOBILIÁRIO
A Ximenes Consultoria Imobiliária abrirá sede em São Paulo. Na contramão do movimento tradicional, de São Paulo para o Rio, a empresa comercializará imóveis de alto padrão, com valores acima de R$ 2 milhões. A consultoria chega com 20 corretores e a expectativa é negociar mais de 35 imóveis ainda neste semestre.

OÁSIS
Apex-Brasil e a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira farão missão empresarial no norte da África, passando por Marrocos, Tunísia e Egito. A meta é aumentar o comércio com esses países.

PLANILHA
Será lançado, pela Ediouro, o novo livro do jornalista Luís Nassif, "Os Cabeças-de-Planilha - Como o Pensamento Econômico da Era FHC Repetiu os Equívocos de Rui Barbosa" (320 páginas). A edição analisa a política financeira de Rui Barbosa na Primeira República e as ações dos homens fortes do governo Fernando Henrique Cardoso, como a supervalorização do real. "Os cabeça-de-planilha são tão antigos quanto o diabo", diz, no livro.

NO CARTÃO
O número de cartões no mercado nacional, tantos os bancários como os de fidelização, benefícios, gift cards, GSM e outros, deve alcançar 800 milhões de unidades em 2007. Segundo Gilberto Dib, organizador da feira do setor, a Cards/2007, a indústria deve totalizar US$ 2 bilhões no período, alta de cerca de 20% ao ano. A tendência é a massificação dos cartões sem contato ("contactless") para pagamentos de pequenos valores e os de conta via celular.

CONCORRÊNCIA
O Laboratório EMS comunicou ontem o resultado da concorrência pela sua conta publicitária. A W/Brasil foi a vencedora.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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