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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Mantega e Jorge debatem indústria e BNDES
Guido Mantega (Fazenda)
irá se reunir hoje com Miguel
Jorge (Desenvolvimento) para
tratar de dois assuntos. O tema
principal será a elaboração de
uma política industrial para o
país. O subjacente será a troca
de guarda no BNDES. No seu
discurso de posse, Miguel Jorge
deixou bastante claro que irá
fazer mudanças na instituição.
A adoção de uma política industrial já vem sendo debatida
dentro do governo há algum
tempo, no âmbito do Ministério do Desenvolvimento. O problema é que a discussão estava
um pouco emperrada, em razão
das divergências entre Luiz
Fernando Furlan e Mantega.
Mantega achava que Furlan
defendia uma política industrial baseada principalmente
nas desonerações fiscais, quando havia outras alternativas.
Com Miguel Jorge, Mantega
tem sentido chances de maior
entendimento.
No cardápio da conversa entre Mantega e Miguel Jorge, a
mudança no BNDES deve ficar
para a sobremesa, até porque
os dois sabem que a decisão final sobre o nome que vai sentar
na cadeira da presidência do
banco depende essencialmente
de uma decisão do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Ontem, Mantega deu partida
às mudanças na Fazenda para
poder abrigar o seu time. Ele
gostaria de ter anunciado a nova equipe quando já tivesse
uma definição sobre Demian
Fiocca, mas foi obrigado a antecipar a sua reforma interna
com o pedido de demissão, na
segunda-feira, de Júlio Sérgio
Gomes de Almeida da secretaria de Política Econômica.
Gomes de Almeida já vinha
manifestando uma certa insatisfação com o cargo. Nas discussões para a elaboração do
PAC, por exemplo, ele se sentiu
um pouco preterido, depois teve problemas de saúde, o que o
deixou longe de Brasília, e, nas
duas últimas semanas, começou a fazer críticas mais pesadas contra o Banco Central. Na
sexta passada, por exemplo, declarou à Folha que, com o câmbio do jeito que está, a indústria irá virar pó.
A declaração não foi bem recebida por Mantega, e, na segunda, ele enviou uma carta ao
ministro pedindo seu afastamento. Na terça, ele já não foi à
tradicional reunião da equipe
econômica.
CONTATO
A recém lançada Agência Mood de Luiz Lara e Augusto
Cruz Neto alcançou a marca de uma conta por mês. Com
oito meses de funcionamento, a agência tem clientes como Electrolux, Camargo Corrêa, Sadia e Multishow. O foco da nova empresa, segundo Cruz Neto, ex-diretor de
atendimento da Lew Lara, é o "below the line", ações como campanhas de incentivo e eventos, que não envolvem
mídia direta. Se houver a demanda do cliente, a Mood está capacitada para fazer mídia, mas também pode encaminhar para outras agências de publicidade, com quem
tem parceria como a F/Nazca, a W/Brasil e a própria Lew
Lara. "Não somos nem só de comunicação nem só de
promoção, o que dá certo é a barriga no balcão", afirma
Cruz Neto.
DE PASSAGEM
Michael Geoghegan, presidente mundial do HSBC,
chega ao Brasil na próxima
terça, dia 10, para visita relâmpago de menos de 24 horas. O executivo participará
da comemoração oficial de
dez anos do grupo no país,
em Curitiba, sede do grupo
inglês no país. O executivo
comandará uma solenidade
no Instituto HSBC de Solidariedade e apresentará um
novo produto financeiro
sustentável, com verba revertida para ações sociais, e
os resultados do instituto.
DE BRAÇOS ABERTOS
O economista Júlio Sérgio
Gomes de Almeida, ex-Fazenda, irá se encontrar hoje
com o empresário Josué Gomes da Silva, presidente da
Coteminas e do Iedi. O encontro foi pedido por Almeida para ele relatar ao seu ex-chefe a sua experiência no
governo. O empresário diz,
no entanto, que, se o economista quiser voltar para o Iedi, será recebido de braços
abertos. Segundo Josué, a
posição de Almeida no Iedi
nunca foi extinta. O economista exercia o cargo de superintendente. Edgard Pereira, que seria o sucessor de
Almeida, foi contratado para
ser economista-chefe do Iedi. Josué diz que há espaço
para os dois. "Não há nenhuma incompatibilidade entre
os cargos", diz Josué.
DIA DO PAGAMENTO
O tipo de remuneração do
empregado do comércio
mudou nos últimos anos, segundo a Fecomercio. Em
2004 cerca de 73% recebiam
apenas salários fixos. Neste
ano, o número caiu para
67%. Dos 33% restantes,
22% são pagos com remuneração mista (salário fixo
mais comissão) e apenas 11%
recebem por comissões.
NA MESA
No último final de semana, o crescimento na venda
de bacalhau no Extra foi
135% superior ao do mesmo
período de 2006. Foram
vendidas mais de cem toneladas do produto.
IMOBILIÁRIO
A Ximenes Consultoria
Imobiliária abrirá sede em
São Paulo. Na contramão do
movimento tradicional, de
São Paulo para o Rio, a empresa comercializará imóveis de alto padrão, com valores acima de R$ 2 milhões.
A consultoria chega com 20
corretores e a expectativa é
negociar mais de 35 imóveis
ainda neste semestre.
OÁSIS
Apex-Brasil e a Câmara de
Comércio Árabe-Brasileira
farão missão empresarial no
norte da África, passando
por Marrocos, Tunísia e Egito. A meta é aumentar o comércio com esses países.
PLANILHA
Será lançado, pela Ediouro, o novo livro do jornalista
Luís Nassif, "Os Cabeças-de-Planilha - Como o Pensamento Econômico da Era
FHC Repetiu os Equívocos
de Rui Barbosa" (320 páginas). A edição analisa a política financeira de Rui Barbosa na Primeira República e
as ações dos homens fortes
do governo Fernando Henrique Cardoso, como a supervalorização do real. "Os
cabeça-de-planilha são tão
antigos quanto o diabo", diz,
no livro.
NO CARTÃO
O número de cartões no
mercado nacional, tantos os
bancários como os de fidelização, benefícios, gift cards,
GSM e outros, deve alcançar
800 milhões de unidades em
2007. Segundo Gilberto Dib,
organizador da feira do setor, a Cards/2007, a indústria deve totalizar
US$ 2 bilhões no período, alta de cerca de 20% ao ano. A
tendência é a massificação
dos cartões sem contato
("contactless") para pagamentos de pequenos valores
e os de conta via celular.
CONCORRÊNCIA
O Laboratório EMS comunicou ontem o resultado
da concorrência pela sua
conta publicitária. A W/Brasil foi a vencedora.
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
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