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MERCADO ABERTO
Moacyr Lopes/Folha Imagem
![](../images/b0505200601.jpg) |
Parreira em palestra em SP a gestores de recursos, a convite da empresa austríaca Superfund |
Bancos discutem "spread" com Mantega
Falta transparência ao debate
sobre os "spreads" bancários
no Brasil, que não acompanham a queda da taxa básica
de juros por razões macroeconômicas, entraves legais e tributação, entre outros. Essa será a base
da exposição dos bancos no encontro de hoje convocado pelo
ministro da Fazenda, Guido
Mantega, em São Paulo.
O ministro convocou a reunião
na sede da Febraban (Federação
Brasileira de Bancos) para discutir "spread" bancário e formas de
estimular o crédito no país.
A entidade irá entregar a Mantega dados que mostram o tamanho dos juros cobrados em diversas modalidades de crédito, a
maioria abaixo dos estimados
146,4% para o cheque especial e o
cartão de crédito. "Muito se fala
nos juros elevados nessas duas
modalidades, mas elas respondem, somadas, por menos de 4%
do volume total de crédito. E ninguém fala que o juro para o setor
rural, por exemplo, está em
8,8%", diz Roberto Troster, economista-chefe da Febraban.
Os bancos irão ainda argumentar que é preciso discriminar os
componentes do "spread" para
que se possa buscar meios para
reduzi-lo. Cálculo da entidade
aponta que, mesmo que fossem
zerados fatores como Selic, custos e lucros dos bancos e inadimplência, ainda assim o "spread"
ficaria em 29,4% ao ano devido
ao impacto da tributação, como
CPMF, PIS, Cofins e IOF.
Outros fatores elencados como
responsáveis pelo tamanho do
"spread" ou como limitador do
crédito no país são os obstáculos
macroeconômicos, como a elevada taxa básica de juros e o efeito deslocamento (gráfico acima),
em que os gastos públicos, financiados em parte por meio da colocação de dívida no mercado
com juros altos, concorrem com
o setor privado por recursos.
A entidade irá apontar entraves
legais para a queda do "spread",
como insegurança jurídica de
contratos, estrutura normativa
defasada e morosidade e politização das decisões do Judiciário.
Troster diz ainda que os valores
são menores para modalidades
que tenham mais garantias, caso
do crédito consignado ("spread"
de 22 pontos percentuais) e dos
contratos de ACC, para exportadores ("spread" de 0,6 p.p.).
PESO PESADO
O nível de emprego da construção pesada registrou alta de
20,55% no acumulado dos últimos 12 meses, com a abertura de
5.927 postos de trabalho. Os dados são do Sinicesp (sindicato do
setor), que também apontou alta
de 2,48% em março sobre fevereiro, com a contratação de 843
trabalhadores. Em março do ano
passado, porém, o setor empregava 28.847 trabalhadores, um
de seus menores patamares.
NOVO COMANDO
O executivo Luiz Kaufmann é
o novo presidente da Medial,
empresa de planos de saúde com
mais de 800 mil clientes e faturamento superior a R$ 1 bilhão. A
Medial também ampliou seu
conselho administrativo, com
nomes como os de Geraldo Carbone, presidente do BankBoston, e Fernando Tigre, que deixou a presidência da Kaiser,
além de Alcides Tápias, que integra o conselho desde 2004.
LIQÜIDEZ CONTÍNUA
Um novo aumento de 0,25
ponto percentual é esperado na
próxima reunião do comitê de
política monetária do Federal
Reserve (o BC americano), na
quarta que vem, para 5% ao ano.
É um número elevado em relação ao 1% em meados de 2004.
Mas, em termos reais, a taxa continua relativamente baixa e permite uma liqüidez internacional
favorável, o que é benéfico aos
países em desenvolvimento, afirma o economista Antonio Corrêa de Lacerda, da PUC-SP.
SERTÃOZINHO VERDE
O presidente do Partido Verde
alemão, Fritz Kuhn, e o deputado federal Winfried Herman integram comitiva do país que visita a cidade de Sertãozinho, nesta
semana, para conhecer a Usina
São Francisco, um dos maiores
projetos de agricultura orgânica
do mundo. A visita à usina, detentora da marca Native, é resultado da apresentação do modelo
de produção feita em Nuremberg, em 2005, com a comitiva
do ministro Furlan, que propôs a
redução dos impostos de importação para produtos orgânicos.
RECONHECIMENTO
A Natura acaba de acertar uma
parceria com o shopping Villa-Lobos, em São Paulo, para realizar o projeto "Um Dia Especial",
em que levará para a capital paulista, ainda no primeiro semestre, 1.440 consultoras de todo o
país para um passeio de lazer. Serão premiadas as consultoras da
empresa de cosméticos com
mais tempo de "casa" -ao menos 15 anos-, que terão condições especiais para suas compras
nesse dia. Estão previstos, por
exemplo, descontos de até 30%
em algumas lojas do shopping.
"Meu ataque precisa melhorar", diz Parreira
Às vésperas da convocação
para a Copa do Mundo, o técnico da seleção brasileira, Carlos
Alberto Parreira, abriu espaço
na agenda ontem para um de
seus últimos compromissos
antes da competição: uma palestra exclusiva para 20 dos
maiores gestores na área de
private banking do país.
Na apresentação, ele se valeu
de analogias entre a carreira e o
comando da seleção e a gestão
de recursos, como a busca por
resultados sem descuidar do
curto prazo e a necessidade de
ter um portfólio e uma equipe
titular equilibrados, além de saber resistir às pressões.
Sobre como investe seu patrimônio, disse que atua de forma
conservadora, em imóveis comerciais -"apesar da falta de
liqüidez, mas é um investimento seguro"- e em ações de
grandes empresas na Bolsa, como Petrobras, Vale do Rio Doce, AmBev, Gerdau e Itaú.
"Um amigo me disse que
meu meio-campo está bom,
mas que o ataque precisa melhorar", brincou Parreira, em
relação à ausência de investimentos mais agressivos.
"O pensamento é no longo
prazo", completou o técnico.
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