São Paulo, sábado, 05 de maio de 2007

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TIM Brasil diz que segue operando sozinha

Tele afirma que orientação da Itália não trata de aproximação com Vivo após Telefónica adquirir controle da matriz

União entre TIM e Vivo teria 54% do mercado de telefonia móvel brasileiro e poderia ser barrada por órgãos reguladores do país


JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da TIM Brasil, segunda maior concessionária de telefonia móvel do país, Mario Cesar Araújo, disse ontem que a empresa seguirá atuando em separado de outras teles, a despeito da mudança na árvore societária de controle da operadora.
"A orientação que tenho recebido da Telecom Italia é que a unidade TIM Brasil vai continuar operando isoladamente", disse o executivo, durante teleconferência com analistas dos setor. "Nada muda", completou.
A declaração de Araújo veio quando a TIM está sob olhar atento dos investidores, por conta da venda da Olimpia, holding controladora da Telecom Italia, para um consórcio liderado pela operadora espanhola Telefónica.
A Telecom Italia é dona de 81% da TIM Brasil e de 38% da Solpart, a holding que controla a Brasil Telecom, operadora fixa das regiões Norte, Sul e Centro-Oeste.
No Brasil, a Telefónica é responsável pela telefonia fixa de São Paulo e dona de 50% da Vivo, a maior operadora de telefonia móvel do país.
A declaração do presidente da TIM está em linha com o que dizem interlocutores ligados à Telefónica.
Segundo esses executivos, não há pretensão por parte dos espanhóis de interferir nas operações da TIM Brasil.
Apesar disso, o governo brasileiro tem se manifestado contra uma possível fusão.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, criticou publicamente o que acredita ser uma concentração excessiva do mercado de telefonia móvel nas mãos de grupos estrangeiros.
Costa defende a criação de uma empresa nacional forte - oriunda, mais especificamente, da união entre duas operadoras fixas que têm entre seus sócios fundos de pensão ligados a estatais: Brasil Telecom e Oi (ex-Telemar).

Rumores
Inúmeros desfechos têm sido ventilados para as disputas na telefonia brasileira.
Além de espanhóis e brasileiros, o mercado está sendo disputado também pelo megaempresário mexicano Carlos Slim, dono, no Brasil, da Claro (telefonia móvel) e da Embratel (longa distância).
Um dos rumores que se propagavam ontem era o de que Slim estaria negociando sua entrada na Vivo, pois aos espanhóis interessaria mais ficar com a TIM Brasil, operadora que atua em todo o país.
Especialistas ouvidos pela Folha consideram difícil essa hipótese.
A lógica usada por eles é a de que não faria sentido à Telefónica escolher ficar na TIM, onde participa de maneira indireta e detém apenas 23% da controladora, a Telecom Italia, e abrir mão da Vivo, concessionária na qual os espanhóis têm 50% das ações.
Outro boato que correu nas mesas de operação era o de que a Telefónica estaria negociando a compra da fatia que fundos de pensão e Citi possuem na Brasil Telecom.
Nesse caso, para analistas, a Telefónica comprará uma disputa ainda maior com o Executivo e com órgãos reguladores brasileiros.


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