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TIM Brasil diz que segue operando sozinha
Tele afirma que orientação da Itália não trata de aproximação com Vivo após Telefónica adquirir controle da matriz
União entre TIM e Vivo teria 54% do mercado de telefonia móvel brasileiro e poderia ser barrada por órgãos reguladores do país
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da TIM Brasil,
segunda maior concessionária
de telefonia móvel do país, Mario Cesar Araújo, disse ontem
que a empresa seguirá atuando
em separado de outras teles, a
despeito da mudança na árvore
societária de controle da operadora.
"A orientação que tenho recebido da Telecom Italia é que
a unidade TIM Brasil vai continuar operando isoladamente",
disse o executivo, durante teleconferência com analistas dos
setor. "Nada muda", completou.
A declaração de Araújo veio
quando a TIM está sob olhar
atento dos investidores, por
conta da venda da Olimpia, holding controladora da Telecom
Italia, para um consórcio liderado pela operadora espanhola
Telefónica.
A Telecom Italia é dona de
81% da TIM Brasil e de 38% da
Solpart, a holding que controla
a Brasil Telecom, operadora fixa das regiões Norte, Sul e Centro-Oeste.
No Brasil, a Telefónica é responsável pela telefonia fixa de
São Paulo e dona de 50% da Vivo, a maior operadora de telefonia móvel do país.
A declaração do presidente
da TIM está em linha com o que
dizem interlocutores ligados à
Telefónica.
Segundo esses executivos,
não há pretensão por parte dos
espanhóis de interferir nas
operações da TIM Brasil.
Apesar disso, o governo brasileiro tem se manifestado contra uma possível fusão.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, criticou publicamente o que acredita ser
uma concentração excessiva do
mercado de telefonia móvel
nas mãos de grupos estrangeiros.
Costa defende a criação de
uma empresa nacional forte -
oriunda, mais especificamente,
da união entre duas operadoras
fixas que têm entre seus sócios
fundos de pensão ligados a estatais: Brasil Telecom e Oi (ex-Telemar).
Rumores
Inúmeros desfechos têm sido ventilados para as disputas
na telefonia brasileira.
Além de espanhóis e brasileiros, o mercado está sendo disputado também pelo megaempresário mexicano Carlos Slim,
dono, no Brasil, da Claro (telefonia móvel) e da Embratel
(longa distância).
Um dos rumores que se propagavam ontem era o de que
Slim estaria negociando sua entrada na Vivo, pois aos espanhóis interessaria mais ficar
com a TIM Brasil, operadora
que atua em todo o país.
Especialistas ouvidos pela
Folha consideram difícil essa
hipótese.
A lógica usada por eles é a de
que não faria sentido à Telefónica escolher ficar na TIM, onde participa de maneira indireta e detém apenas 23% da controladora, a Telecom Italia, e
abrir mão da Vivo, concessionária na qual os espanhóis têm
50% das ações.
Outro boato que correu nas
mesas de operação era o de que
a Telefónica estaria negociando a compra da fatia que fundos
de pensão e Citi possuem na
Brasil Telecom.
Nesse caso, para analistas, a
Telefónica comprará uma disputa ainda maior com o Executivo e com órgãos reguladores
brasileiros.
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