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ANO DO DRAGÃO
Após a alta de 0,57% em abril, preços sobem apenas 0,31% no mês passado; previsão é de 0,10% neste mês
Inflação mantém queda em SP, diz a Fipe
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A inflação manteve tendência
de queda em São Paulo, mas em
ritmo menor do que o previsto. A
Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) registrou elevação de 0,31% nos preços em
maio, contra 0,57% em abril. A
previsão era de 0,20% para o mês
passado.
O cenário para este mês, no entanto, é melhor. A queda da inflação deve ser em ritmo mais acelerado, e a Fipe prevê o recuo da taxa para 0,10%. Heron do Carmo,
coordenador do Índice de Preços
ao Consumidor da Fipe, diz que
há uma convergência de queda de
todos os componentes da inflação, inclusive dos produtos oligopolizados, apesar de os reajustes
desses itens estarem bem acima
da média do índice.
O economista da Fipe acredita
que a partir deste mês as taxas de
inflação vão sempre ficar inferiores às do mesmo mês do ano passado. A redução das taxa cambial
vai começar a fazer efeito sobre os
preços; os reajustes de tarifas devem pressionar menos do que o
previsto inicialmente; e o avanço
das reformas dará mais confiança
ao mercado. Esse cenário poderá
levar as agências externas a fazer
avaliações melhores sobre o país e
a economia vai entrar em um círculo virtuoso.
Heron acredita, no entanto, que
é hora de os juros caírem. "A economia está estrangulada e roxa de
tanto ter o pescoço apertado", diz
ele. E ele dá um dado fundamental para mostrar esse desaquecimento econômico. Em pleno mês
do Dias das Mães, os preços dos
equipamentos para o domicílio
recuaram 0,58%. É uma queda
anormal para esse período do
ano. Motivo: demanda menor.
O economista da Fipe diz que a
queda dos juros deverá começar
já neste mês. O Banco Central se
espelha no IPCA (Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE. Esse índice, por
não ser divulgado toda semana,
como o da Fipe, só deverá mostrar quedas mais acentuadas a
partir de agora. "Esse é o sinal de
que o BC precisava", diz Heron.
A queda dos juros deverá ser
lenta no início e mais acentuada
nos próximos meses. "Primeiro, o
BC vai dar a azeitona e, depois, a
empadinha", diz o economista da
Fipe. Até o final do ano, no entanto, ele acredita que a taxa de juros
deverá recuar pelo menos 6,5
pontos percentuais, para 20%.
A necessidade dessa redução será mais visível quando a inflação
recuar mais. Com isso, as taxas
reais de juros vão ficar bastante
elevadas.
Os vilões
O custo dos alimentos, na média, está em queda, mas alguns
produtos continuam em alta. Arroz, leite e batata estiveram entre
as lideranças de pressões. Juntos,
geraram inflação de 0,31% no mês
-mesma taxa do índice geral. O
setor que mais teve reajuste de
preço no mês passado foi o de vestuário, devido à mudança de estação. A alta média foi de 1,29%, acima do 0,97% de abril.
Entre as quedas de preços, as
maiores vieram da gasolina
(3,88%), do tomate (28,76%) e da
laranja (11,97%).
No próximo mês, as maiores
pressões virão das tarifas. Nos cálculos da Fipe, energia elétrica e telefone vão gerar inflação de 0,17%
em julho e de 0,64% no mês seguinte. Heron estima a taxa total
de inflação de junho a agosto em
1,5%, contra 2% no mesmo período de 2002. Para este ano a Fipe
trabalha com a previsão de aumento de 9% no custo de vida.
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