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São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2003

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ANO DO DRAGÃO

Após a alta de 0,57% em abril, preços sobem apenas 0,31% no mês passado; previsão é de 0,10% neste mês

Inflação mantém queda em SP, diz a Fipe

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A inflação manteve tendência de queda em São Paulo, mas em ritmo menor do que o previsto. A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) registrou elevação de 0,31% nos preços em maio, contra 0,57% em abril. A previsão era de 0,20% para o mês passado.
O cenário para este mês, no entanto, é melhor. A queda da inflação deve ser em ritmo mais acelerado, e a Fipe prevê o recuo da taxa para 0,10%. Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, diz que há uma convergência de queda de todos os componentes da inflação, inclusive dos produtos oligopolizados, apesar de os reajustes desses itens estarem bem acima da média do índice.
O economista da Fipe acredita que a partir deste mês as taxas de inflação vão sempre ficar inferiores às do mesmo mês do ano passado. A redução das taxa cambial vai começar a fazer efeito sobre os preços; os reajustes de tarifas devem pressionar menos do que o previsto inicialmente; e o avanço das reformas dará mais confiança ao mercado. Esse cenário poderá levar as agências externas a fazer avaliações melhores sobre o país e a economia vai entrar em um círculo virtuoso.
Heron acredita, no entanto, que é hora de os juros caírem. "A economia está estrangulada e roxa de tanto ter o pescoço apertado", diz ele. E ele dá um dado fundamental para mostrar esse desaquecimento econômico. Em pleno mês do Dias das Mães, os preços dos equipamentos para o domicílio recuaram 0,58%. É uma queda anormal para esse período do ano. Motivo: demanda menor.
O economista da Fipe diz que a queda dos juros deverá começar já neste mês. O Banco Central se espelha no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE. Esse índice, por não ser divulgado toda semana, como o da Fipe, só deverá mostrar quedas mais acentuadas a partir de agora. "Esse é o sinal de que o BC precisava", diz Heron.
A queda dos juros deverá ser lenta no início e mais acentuada nos próximos meses. "Primeiro, o BC vai dar a azeitona e, depois, a empadinha", diz o economista da Fipe. Até o final do ano, no entanto, ele acredita que a taxa de juros deverá recuar pelo menos 6,5 pontos percentuais, para 20%.
A necessidade dessa redução será mais visível quando a inflação recuar mais. Com isso, as taxas reais de juros vão ficar bastante elevadas.

Os vilões
O custo dos alimentos, na média, está em queda, mas alguns produtos continuam em alta. Arroz, leite e batata estiveram entre as lideranças de pressões. Juntos, geraram inflação de 0,31% no mês -mesma taxa do índice geral. O setor que mais teve reajuste de preço no mês passado foi o de vestuário, devido à mudança de estação. A alta média foi de 1,29%, acima do 0,97% de abril.
Entre as quedas de preços, as maiores vieram da gasolina (3,88%), do tomate (28,76%) e da laranja (11,97%).
No próximo mês, as maiores pressões virão das tarifas. Nos cálculos da Fipe, energia elétrica e telefone vão gerar inflação de 0,17% em julho e de 0,64% no mês seguinte. Heron estima a taxa total de inflação de junho a agosto em 1,5%, contra 2% no mesmo período de 2002. Para este ano a Fipe trabalha com a previsão de aumento de 9% no custo de vida.


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