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SINAL AMARELO
Volume representa uma semana de fiscalização no porto de Paranaguá; Ministério da Agricultura lacra cargas
Soja apreendida no PR chega a 360 toneladas
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PARANAGUÁ
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Mais seis caminhões carregados
de soja contaminada com fungicidas foram apreendidos ontem no
porto de Paranaguá (PR). Na
quarta-feira, a mesma quantidade
de caminhões foi impedida de
descarregar nos terminais de exportação pelo mesmo motivo.
Chega a 360 toneladas o volume
de soja contaminada apreendida
na semana em Paranaguá.
Uma equipe do Ministério da
Agricultura lacrou as cargas e deverá exigir dos proprietários a sua
destruição. A soja misturada à semente com alto teor de veneno foi
detectada em análises da Claspar
(Companhia Paranaense de Classificação de Produtos). A empresa
-que pertence ao governo do
Paraná- examina 100% das cargas de grãos e farelo escoadas pelo
porto.
O chefe do escritório da Claspar
no porto, César Elias Simão, disse
que as cargas contaminadas foram embarcadas em cidades do
Paraná, de Mato Grosso e de Santa Catarina. Ele não revelou os nomes dos proprietários, exportadores ou o país a que se destinariam. A China abriu uma crise na
exportação brasileira da commodity, por ter recusado carregamentos do produto com esse tipo
de contaminação.
Nas cargas "refugadas" ontem
pela Claspar foram encontrados
grãos com pigmentos nas cores
rosa, verde e cinza grafite. As cores denunciam a mistura de sementes tratadas com fungicida
destinadas apenas ao plantio com
grãos destinados ao consumo.
Santos
Todas as análises técnicas realizadas em amostras da soja oriunda do porto de Santos (SP) e rejeitada por importadores chineses
indicaram não haver nenhum tipo de contaminante no carregamento. A informação é do delegado do Ministério da Agricultura
no Estado de São Paulo, Francisco
Sérgio Ferreira Jardim, para
quem, do ponto de vista técnico, a
carga "estava OK".
A mercadoria -60,9 mil toneladas de soja em grão devolvidas
pelos chineses- saiu do terminal
da empresa Cargill, no porto de
Santos (SP), no dia 14 de abril, a
bordo do navio Eleftheria.
Segundo Ferreira Jardim, embora tenha partido antes da data
em que se intensificou o procedimento de fiscalização no porto (17
de maio), o navio foi submetido a
uma inspeção mais rigorosa do
que a convencional na ocasião.
Até antes do dia 17, os montes
de soja nos silos dos terminais
eram verificados somente por
amostragem, devido à inexistência de casos antecedentes semelhantes. "Nunca tivemos reclamação nenhuma de outros países para os quais exportamos a mesma
soja", afirmou o delegado.
Após o dia 17, todos os montes
de soja passaram a ser examinados. No caso da carga do Eleftheria, o monte foi selecionado pelo
critério de amostragem, segundo
Jardim. Nessa análise, o fiscal entra no silo e examina o produto
tanto na superfície quanto nas camadas interiores.
Além dessa avaliação, foram feitas as verificações convencionais
(visual e em laboratório) nos 25
quilos de amostras retiradas da
carga, em análises efetuadas tanto
pela própria Cargill, empresa exportadora, quanto pelo Ministério da Agricultura e pela empresa
certificadora do produto, a SGS
do Brasil.
"Na semana passada, estivemos
na SGS com engenheiros agrônomos do Ministério da Agricultura
para olhar as amostras deles e não
detectamos nada", disse Jardim.
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