São Paulo, sexta-feira, 05 de junho de 2009

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Política anticíclica do governo está errada, diz Tendências

O governo está errando na forma de condução da política anticíclica, que visa aquecer a economia em um período de crise econômica por meio de aumento nas despesas e redução do superávit primário. A principal falha na execução desse plano é que, na prática, ele se baseia no aumento de gastos de custeio e com pessoal em vez de focar nos investimentos públicos.
Essa é a análise do economista Felipe Salto, da consultoria Tendências. Ele comparou a composição das despesas totais do governo federal de janeiro a abril deste ano, que já somam R$ 171,6 bilhões, com a do mesmo período do ano passado (R$ 144,1 bilhões).
O resultado mostra que a participação das despesas com pessoal sobre o total subiu de 27,9% para 29,1% no período. Já as despesas com custeio e capital (investimentos do governo federal) aumentaram de 29,5% para 30,2%. O restante dos gastos é com previdência -percentual reduzido de 41,9% para 40% do total.
Salto analisou, também, a composição dos OCCs (outras despesas de custeio de capital), item dos gastos públicos federais em que a liberdade para mudanças na forma de usar os recursos é maior.
Entre gastos classificados como OCCs, apenas 17,6% foram direcionados aos investimentos do governo federal de janeiro a abril deste ano-o restante foi para as despesas de custeio. O percentual é apenas 0,3 ponto percentual acima do registrado no primeiro quadrimestre do ano passado, quando a economia brasileira estava em crescimento.
"O governo não tem conseguido promover grandes substituições entre custeio e investimentos e, mais do que isso, tem aumentado a participação dos gastos com pessoal", afirma Salto.
Para ele, a tendência é que o cenário não mude nos próximos meses. O principal motivo é a aversão do governo em assumir os custos políticos da mudança pela proximidade das eleições presidenciais de 2010.

TACADA
A C&A assinou ontem a venda do banco Ibi ao Bradesco. O negócio será anunciado hoje e supera a casa de R$ 1 bilhão. O objetivo da C&A ao se desfazer do maior banco de cartão de crédito próprio do país foi se concentrar no varejo, seu principal foco. O Bradesco ganha ao adquirir um banco com uma carteira de 23 milhões de clientes e 170 agências.

PERSEGUIÇÃO
Aumentou em cerca de 50%, de janeiro até agora, a procura de empresas acusadas de cartel no escritório Demarest e Almeida, segundo Mário Nogueira, sócio do escritório. O governo já anunciava, desde 2008, que aumentaria os esforços na perseguição aos cartéis.

SUSTENTÁVEL
Sete meses após o anúncio da fusão, o Itaú Unibanco recebeu o prêmio Sustainable Emerging Markets Bank of the Year, do "Financial Times" e da IFC (International Finance Corporation).

NA GÔNDOLA
Carrefour e Disney se reuniram ontem em SP para tratar do aumento da oferta de produtos da marca Disney pela rede. Segundo João Nery, diretor do Carrefour, hoje 80% dos produtos licenciados Disney estão concentrados no segmento têxtil, mas há planos para ampliar o leque de ofertas. A Disney oferece 5.000 produtos licenciados no país.

CARBONO
A Keyassociados, consultoria especializada em créditos de carbono, acaba de fechar parceria com o Bradesco. A empresa fará estudos de viabilidade técnica para projetos de geração de créditos de carbono financiados pelo banco.

SEGURO
Mesmo com o mercado automotivo no centro da crise econômica, as seguradoras de São Paulo faturaram mais de R$ 2,8 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, segundo levantamento do Sincor-SP (sindicato dos corretores) nos dados da Susep. O volume é 6,3% superior ao do primeiro quadrimestre do ano passado.

PAINEL
A AZ4, fabricante de displays para o varejo, está investindo R$ 5 milhões na ampliação de seu parque fabril. A expectativa é que a fábrica atinja 8.000 m2 até 2010. O objetivo da obra é se preparar para atender a demanda pós-crise.

ASFALTO
A Ecovias inaugura, no dia 8, o último dos três viadutos construídos na Baixada Santista para facilitar o escoamento de cargas pelo porto de Santos. Os viadutos foram construídos com técnica desenvolvida por engenheiros da concessionária, que reutiliza o asfalto em final de vida útil, chamada fresado, para composição das camadas de base do pavimento.

MOEDA
O grupo Fitta, franquia de agências de câmbio, quer triplicar o número de parceiros do segmento de agências de viagens e hotéis com uma nova estratégia. Segundo André Nunes, presidente do grupo, o Fitta fará ações de marketing para que os clientes das agências e hotéis saibam que podem trocar moeda nesses locais. "Queremos passar do atacado para o varejo." Hoje, o Fitta tem 200 empresas parceiras, cujas operações respondem por 5% do seu faturamento. A expectativa é que os negócios via parceiros alcancem 20% da receita após a ação. Depois de uma queda de 40% no volume de operações no final de 2008, Nunes afirma que a procura pelo dólar foi retomada com a desvalorização recente.

MARCHINHA
O Carnaval 2009 rendeu R$ 12 milhões em direitos autorais de execução pública musical a artistas brasileiros ou a seus familiares, segundo o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição. O número é 20% maior que o registrado no ano passado.

NO BOLSO
O grupo europeu Chic Outlet Shopping, que tem nove filiais em grandes cidades da Europa, fechou os números de 2009 até abril. De acordo com os dados, a população com mais gastos foi a brasileira, acima da americana. O brasileiro gastou em média 319.

COMUNIDADE
O Banco do Brasil, em parceria com o Instituto Palmas, vai ampliar o Projeto Bancos Comunitários. Neste final de semana, o banco inaugura quatro novas unidades na cidade de São Paulo. A ideia é beneficiar cerca de 24 mil famílias da periferia. Desde 2005, o BB disponibilizou mais de 1.600 operações de microcrédito nos bancos comunitários.

BATISMO
Após a parceria com a multinacional Aegon, aprovada pela Susep em maio, a Mongeral Seguros e Previdência lança nova marca e passa a se chamar Mongeral Aegon. Atualmente entre as dez maiores seguradoras independentes em receita de previdência, a meta dela é, em cinco anos, tornar-se uma das cinco maiores do país em vida e previdência.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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