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Governo ainda não considera necessário desonerar fundos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo não considera o
aumento nas captações da caderneta de poupança como um
sinal de que os poupadores estão abandonando os fundos,
que passaram a render menos
com a queda dos juros, em favor de aplicação mais rentável.
Por enquanto, continua descartada a redução de impostos
sobre os fundos, uma vez que
não haveria sinais de migração.
"É um retorno à normalidade. Teve dois meses de saques
líquidos em razão da tensão antes das mudanças na poupança
e da forma como isso foi explorado politicamente. É uma situação bastante semelhante a
meses anteriores e ao ano passado", disse o secretário extraordinário de Reformas Econômico-Fiscais do Ministério
da Fazenda, Bernard Appy, citando propaganda do PPS que
acusou o governo de estudar
novo confisco da caderneta de
poupança, como em 1990, durante o governo Collor.
Há um mês o governo anunciou que vai cobrar Imposto de
Renda a partir do ano que vem
das cadernetas com saldo superior a R$ 50 mil. Neste ano, se
houver sinais de migração entre as aplicações financeiras, o
IR de até 22,5% cobrado dos
fundos pode cair para 15%.
"Isso [a captação positiva em
maio] não é suficiente para fazer a desoneração das outras
aplicações. Não é uma situação
que exija outras medidas", disse Appy. Segundo ele, o aumento dos depósitos mostra que
cresceu a confiança dos poupadores depois que o governo
anunciou as regras para 2010 e
"todo mundo viu que ninguém
vai perder nada".
O projeto com as mudanças
já está pronto no Ministério da
Fazenda, mas não tem data para ser enviado ao Congresso,
pois será uma decisão "política,
e não técnica", diz Appy.
Conforme a Folha antecipou, as dificuldades criadas
com a CPI da Petrobras devem
levar o governo a adiar o envio
das novas regras da caderneta
para o segundo semestre.
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