São Paulo, quarta-feira, 05 de julho de 2006

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MERCADO ABERTO

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Raul Velloso critica anúncio de Mantega

Apesar de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter afirmado anteontem que o governo federal irá investir R$ 19 bilhões neste ano, ainda é muito cedo para se dizer que esse número pode ser alcançado.
Há muitas dúvidas em relação a essa promessa de Mantega. Em primeiro lugar, trata-se de uma intenção. Mesmo que o governo lance a despesa de investimento no orçamento, nada garante que o dinheiro será efetivamente desembolsado.
Há uma diferença grande entre a chamada liquidação da operação e o desembolso do dinheiro para o investimento. Um bom exemplo foi o que ocorreu recentemente na Prefeitura de São Paulo. Antes de José Serra assumir a prefeitura, a ex-prefeita Marta Suplicy cancelou uma série de despesas já contratadas por ela.
O economista Raul Velloso chama a atenção também para outro problema. Ainda é cedo para se ter certeza de que o governo terá recursos suficientes neste ano para cobrir esses R$ 19 bilhões em investimentos.
Por enquanto, segundo Raul Velloso, o governo só anunciou o aumento dos gastos de custeio e a redução da arrecadação tributária, seja por subsídios ou por incentivos fiscais. "O que eu gostaria de ver é o governo anunciar o aumento do investimento com o corte de gastos, mas não é isso que está acontecendo", diz.
Pelas contas do economista, só a folha de pagamento já registrou um aumento de 13% nos primeiros cinco meses do ano, bem acima do crescimento estimado para o PIB nominal, que deve ser de cerca de 8% no período. Isso sem contar outros aumentos de salário.
Para Velloso, o investimento anunciado por Mantega é incoerente com toda as notícias de aumento dos gastos. "Só se Deus repetisse no caixa da viúva o milagre da multiplicação dos pães", diz Velloso.

Relógio de astronauta tem versão reduzida

O relógio que faz parte do uniforme oficial dos astronautas americanos e russos nas expedições espaciais e que foi usado na Lua em 1969, o Speedmaster Moon Watch, foi lançado em versão reduzida pela Omega. Com o tamanho de caixa diminuído e o design da linha Moon Watch, o Omega Reduced se tornou o terceiro mais vendido da categoria. O modelo pode ser adquirido por R$ 7,2 mil.

SOB O SOL
O estilista britânico Ozwald Boateng apresentou ontem sua coleção masculina primavera-verão 2007 para a marca de luxo Givenchy, na temporada de desfiles européia, em Paris

PROFISSÃO ESTRESSE
O maior vilão da saúde do empresariado brasileiro é o estresse crônico. A afirmação é de Gilberto Ururahy, que dirige a Med-Rio Check-up, especializada neste tipo de exames para executivos. Com base em mais de 30 mil check-ups realizados nos 16 anos de existência da clínica, Ururahy desenvolveu o perfil da saúde do grupo. Entre os resultados, as cardiopatias aparecem em destaque e há um índice de 60% de incidência de doenças coronarianas em executivos entre 40 e 49 anos. "O estresse crônico está na origem da maioria das doenças", diz Ururahy.

FORA DA CONFUSÃO
Rossano Maranhão, presidente do Banco do Brasil, determinou a todos os seus diretores e superintendentes que quer ver a instituição fora da campanha eleitoral. Ele já mandou retirar o slogan "Brasil um país de todos", cuja utilização era considerada obrigatória pela Secom, das peças publicitárias do banco. Rossano quer evitar ao máximo que o banco se envolva mais em confusões. A experiência da CPI já foi o suficiente.

INFRA-ESTRUTURA
Dilma Rousseff (Casa Civil) anuncia amanhã, na Fiesp, o lançamento do fundo de infra-estrutura InfraBrasil, que será usado para investimentos em projetos de infra-estrutura. O fundo terá um caixa de R$ 600 milhões e os principais investidores serão os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef. A gestão do fundo ficará a cargo do ABN Amro.

SERVIÇOS
O setor de comércio de serviços estará em destaque na próxima sexta, durante o seminário Política de Exportação de Serviços, no auditório da CNC, em Brasília. O objetivo é discutir as políticas voltadas para esse setor. O setor hoje representa mais de 60% do PIB brasileiro e, entre 2000 e 2005, o comércio mundial de serviços cresceu a uma taxa média anual de 9%.

DEMISSÕES
O nível de emprego da construção pesada caiu 2,76% entre abril e maio, com a demissão de 959 trabalhadores. Segundo o Sinicesp, nos últimos 12 meses houve alta de 11,87%, com abertura de 3.579 postos de trabalho. Em maio de 2005, o setor empregava 30.139 trabalhadores e em maio de 2006, 33.718. Em 1987, havia mais de 130 mil empregos.

NO LIMITE
No primeiro semestre, o Ministério do Turismo empenhou R$ 974 milhões, 93,6% do limite para o ano. Foram investidos R$ 354 milhões em infra-estrutura turística, R$ 350 milhões na aeroportuária e R$ 49 milhões em divulgação do turismo interno. Em 2005, o ministério empenhou R$ 716,3 milhões, o dobro dos R$ 357,9 milhões de 2004. E em 2003, primeiro ano da pasta, só R$ 127,1 milhões foram usados.

DESEMBARQUE
O vice-presidente da região leste da Nasdaq, Jeffrey H. Singer, será um dos palestrantes do Congresso Internacional Brasil Competitivo, amanhã, em Brasília.

NA MODA
As vendas do BlackBerry, aparelho que integra celular e e-mail, explodiram. A Claro aumentou em 300% os pedidos ao fabricante.

com ISABELLE MOREIRA E JOANA CUNHA


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