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CMN vai regular quanto dólar deve trazer o exportador
Conselho deverá determinar parcela de recursos de vendas externas que pode ser deixada fora do país por vendedores
Medida deve constar de
nova lei cambial, que deve
ser anunciada ainda neste
mês pelo governo; regra em
vigor hoje é da década de 30
ANA PAULA RIBEIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O CMN (Conselho Monetário Nacional) é quem deverá ficar com a responsabilidade de
determinar qual a parcela dos
recursos provenientes de exportações que as empresas poderão deixar fora do país. A mudança na legislação cambial está em estudo pelo governo e deverá ser anunciada ainda neste
mês, segundo o ministro Guido
Mantega (Fazenda).
"Nós queremos fazer uma
medida no sentido de modernizar uma legislação antiquada",
comentou. A atual legislação é
da década de 30. Segundo o ministro, esse limite poderá ser
uma porcentagem das vendas
ao exterior de cada setor ou por
empresa.
Não haverá mais prazo para a
internalização no Brasil dessa
porcentagem, que ainda será
definida. Mantega acredita que
poderá ser um valor proporcional às obrigações que o exportador possuir no exterior.
Atualmente, o exportador
tem até 210 dias para converter
a moeda estrangeira em reais e,
se tiver que efetuar pagamentos no exterior, tem que voltar a
comprar a divisas. Portanto, fica sujeito ao pagamento de taxas e impostos para operações
financeiras, como IOF e CPMF,
por exemplo.
O governo estuda uma modernização da legislação cambial com o objetivo de simplificar as operações. Ela irá permitir que parte dos recursos obtidos com exportações fiquem
fora do país, desde que essa
quantia seja destinada ao pagamento de obrigações no exterior, como empréstimos ou importações.
Hoje, os exportadores são
obrigados a trazer para o Brasil
o total de recursos obtidos com
as vendas.
Além de reduzir custos de intermediação financeira, a mudança em estudo também reduziria o fluxo de moeda estrangeira para o país.
O ministro deu ainda uma
"estimativa grosseira" sobre a
quantidade de recursos das exportações que poderá ficar fora
do país por conta dessas medidas. Ele acredita que poderá
chegar a US$ 10 bilhões, mas
ressaltou que esse número não
é preciso porque as novas regras ainda não estão definidas.
A meta de exportações do Ministério do Desenvolvimento
para este ano é de US$ 132 bilhões.
Outro ponto discutido é a
questão tributária, já que há incidência de CPMF (Contribuição Financeira sobre Movimentação Financeira) sobre
essas transações. "Não podemos reduzir a nossa arrecadação", afirmou.
As medidas, que estão sendo
analisadas em conjunto com o
Banco Central, seriam uma forma de compensar o atual patamar da cotação do dólar, considerada baixo por exportadores.
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