São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Empresas estão otimistas para 3º tri, diz Serasa

Depois do terremoto econômico vivido desde o fim do ano passado, os empresário estão agora bem mais otimistas para os próximos meses. A maioria deles já projeta um faturamento maior para este ano.
É o que aponta a Pesquisa Serasa Experian de Expectativa Empresarial, realizada de 15 a 17 de junho com 1.010 empresas de todo o país.
De cada 100 empresas, 67 mudaram suas projeções para este trimestre. Dessas, 71% preveem um faturamento maior para o período de julho a setembro.
Apesar do otimismo em relação ao futuro, a pesquisa mostra que as empresas sentiram os efeitos da crise. A maioria das companhias consultadas (46%) obteve uma receita menor do que a esperada no segundo trimestre. O setor mais prejudicado foi a indústria -52% das empresas tiveram receita abaixo da projetada.
Mesmo assim, a indústria está mais otimista para este trimestre, embora menos do que o comércio e o setor de serviços. No varejo, 79% das empresas que revisaram suas estimativas projetam um faturamento maior, ante 64% na indústria, segundo a Serasa.
A perspectiva de recuperação nas condições de crédito é a principal razão para essa melhora no clima entre os empresários. Para Carlos Henrique de Almeida, economista da Serasa, a perspectiva de aumento na oferta de crédito deve beneficiar todos os setores, principalmente o varejo, o que justifica o otimismo maior neste setor.
Segundo a pesquisa, 73% dos empresários do setor financeiro esperam uma melhora nas condições de crédito para pessoas físicas.
"Houve um exagero no pessimismo dos empresários. Eles esperavam que a recuperação da economia começasse no fim do ano, mas já vimos sinais positivos no segundo trimestre."
Se a perspectiva é de melhora na receita das empresas, em relação ao nível de emprego e ao de investimento, é de estabilidade. Segundo a pesquisa, a maioria das empresas não pretende alterar seu quadro de funcionários nem mexer nos investimentos previstos.
Para Almeida, esse resultado significa que o tempo de demissões pode ter chegado ao fim, mas a retomada das contratações e dos novos investimentos deve demorar um pouco mais.
"O ajuste já foi feito e as empresas vão agora aproveitar sua capacidade ociosa", afirma.

EM CASA
João Crestana, presidente do Secovi (sindicato de habitação), deve permanecer no cargo até 2011. A eleição para a diretoria do sindicato está marcada para agosto e a chapa de Crestana é a única no pleito. Um dos desafios do setor é acelerar o lançamento de projetos previstos no programa Minha Casa, Minha Vida. Segundo Crestana, empresários do setor estão se reunindo mensalmente com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) para discutir o andamento do projeto. "Ela tem nos cobrado para lançar empreendimentos para o segmento de até três salários mínimos. Esses projetos levam mais tempo para sair, mas virão nos próximos meses", afirma Crestana.

NO MICROSCÓPIO
José Antonio Alas é o novo presidente da farmacêutica Eli Lilly no Brasil. Ex-diretor de marketing e vendas, Alas substitui Gaetano Crupi no cargo, que se aposenta. Alas pretende dar continuidade aos investimentos em pesquisa da empresa com foco em soluções individuais para os pacientes. A Eli Lilly investe 20% da sua receita em pesquisa. No Brasil, foram realizados 40 estudos com 2.700 pacientes em 2008 -investimento de R$ 31 milhões.

CUBANOS
Uma missão empresarial brasileira desembarca amanhã em Cuba para identificar oportunidades de negócios. Os investimentos no país serão realizados por meio de joint ventures com empresas estatais cubanas. Além das empresas, seguem para a ilha representantes dos ministérios do Desenvolvimento e de Relações Exteriores, da ABDI (Agência de Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e da Apex-Brasil.

AUTENTICADO
A Certisign, de certificação digital, quer faturar R$ 42 milhões em 2009, 27% mais que o resultado do ano passado. A empresa conta com o aquecimento dos negócios pelas mudanças provadas pelo Sped Contábil e com uma maior preocupação das companhias com segurança e autenticação de informações, para evitar perdas com fraudes e roubos de dados.

CABIDE
A PW Brasil, grupo da área de vestuário e responsável pelas marcas Missbella e Haus, acaba de assumir a gestão da marca Vide Bula. O negócio envolve investimentos de cerca de R$ 25 milhões.

SAPATINHO
A Orbis, fabricante de calçados da cidade de Franca, em São Paulo, fechou um acordo de exclusividade com a americana Sebago para voltar a produzir no Brasil os sapatos Docksides, que estiveram na moda nos anos 1980.

ANTIVÍRUS
A Winco, empresa de TI que representa a AVG no Brasil, lança sua primeira linha de soluções de segurança 100% desenvolvidas no país. Os produtos são focados em empresas de médio e grande porte. No ano passado, a empresa faturou R$ 11 milhões.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI

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