São Paulo, segunda-feira, 05 de agosto de 2002

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Missão continua negociando com o FMI

LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

A missão que negocia com o Fundo Monetário Internacional novo empréstimo ao Brasil passou o final de semana em discussões com os técnicos do FMI sobre aspectos fiscais e das contas externas do país.
"As negociações vão passando por vários estágios. Você olha os números fiscais, as contas externas. Vai evoluindo [a negociação], olhando vários aspectos da economia. É nisso que nós estamos trabalhando neste final de semana", disse ontem o secretário da Área Internacional do Ministério da Fazenda, Marcos Caramuru, que integra a equipe do governo enviada a Washington.

Aperto
As negociações na área fiscal se intensificaram a partir da sexta-feira passada, quando os membros da equipe brasileira reuniram-se com a diretora do Departamento Fiscal do Fundo, Teresa Ter-Minassian.
O governo quer evitar que o FMI condicione a liberação de novos recursos a mais aperto nas contas públicas, ou seja, cortes de gastos ou elevação de impostos. Especula-se que o Fundo exija do país novo aumento da meta de superávit primário (receita menos despesa, com exceção dos gastos com juros da dívida pública).
A meta deste ano era de uma economia equivalente a 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto). No entanto, em junho, uma das medidas então adotadas pela equipe econômica para tentar acalmar o mercado foi elevar a meta do superávit para 3,75%. Mas isso não foi formalizado como parte do atual programa de ajuda financeira ao Brasil, no valor de US$ 15 bilhões, que expira em dezembro deste ano. A meta prevista no acordo ainda é de uma economia de 3,5% do PIB.
Segundo o diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn, um dos membros da missão, não é necessário esforço fiscal adicional, pois o superávit primário de 3,75% é suficiente para reduzir a proporção da dívida pública em relação ao PIB. Goldfajn preparou estudo sobre a sustentabilidade da dívida pública para apresentar aos técnicos do Fundo.


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