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Missão continua negociando com o FMI
LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
A missão que negocia com o
Fundo Monetário Internacional novo empréstimo ao Brasil
passou o final de semana em
discussões com os técnicos do
FMI sobre aspectos fiscais e das
contas externas do país.
"As negociações vão passando por vários estágios. Você
olha os números fiscais, as contas externas. Vai evoluindo [a
negociação], olhando vários
aspectos da economia. É nisso
que nós estamos trabalhando
neste final de semana", disse
ontem o secretário da Área Internacional do Ministério da
Fazenda, Marcos Caramuru,
que integra a equipe do governo enviada a Washington.
Aperto
As negociações na área fiscal
se intensificaram a partir da
sexta-feira passada, quando os
membros da equipe brasileira
reuniram-se com a diretora do
Departamento Fiscal do Fundo, Teresa Ter-Minassian.
O governo quer evitar que o
FMI condicione a liberação de
novos recursos a mais aperto
nas contas públicas, ou seja,
cortes de gastos ou elevação de
impostos. Especula-se que o
Fundo exija do país novo aumento da meta de superávit
primário (receita menos despesa, com exceção dos gastos
com juros da dívida pública).
A meta deste ano era de uma
economia equivalente a 3,5%
do PIB (Produto Interno Bruto). No entanto, em junho, uma
das medidas então adotadas
pela equipe econômica para
tentar acalmar o mercado foi
elevar a meta do superávit para
3,75%. Mas isso não foi formalizado como parte do atual programa de ajuda financeira ao
Brasil, no valor de US$ 15 bilhões, que expira em dezembro
deste ano. A meta prevista no
acordo ainda é de uma economia de 3,5% do PIB.
Segundo o diretor de Política
Econômica do Banco Central,
Ilan Goldfajn, um dos membros da missão, não é necessário esforço fiscal adicional, pois
o superávit primário de 3,75%
é suficiente para reduzir a proporção da dívida pública em
relação ao PIB. Goldfajn preparou estudo sobre a sustentabilidade da dívida pública para
apresentar aos técnicos do
Fundo.
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