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FOLHAINVEST
Com a turbulência, o melhor é diversificar aplicações
ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Quais as chances de o futuro
presidente da República dar um
calote na dívida pública e confiscar as aplicações financeiras?
A maioria dos consultores especializados em finanças pessoais
acha que o Brasil está longe de
chegar a essa situação.
Segundo eles, o melhor que o
investidor ou mesmo correntista
de banco tem a fazer com o seu dinheiro, frente à atual turbulência
econômica, é diversificar a carteira de aplicações.
As alternativas vão desde o investimento em aplicações de renda fixa (como fundos DI e de renda fixa e/ou CDBs -Certificados
de Depósitos Bancários) até as
aquisições de imóveis e ações de
companhias.
Para quem está prevendo o caos
na economia, a única alternativa
são os ativos reais. Ou seja, aquelas aplicações que não se resumem a títulos, como os lastreados
na dívida pública federal.
Ativos reais sempre têm por trás
um bem palpável. É o caso das
ações de empresas cotadas nas
Bolsas de Valores, imóveis (casas,
sítios, terrenos, apartamentos residenciais ou comerciais) e ouro.
Na tabela acima, feita pelo consultor Fabio Colombo, há uma escala com as principais aplicações,
alinhadas conforme o risco de
mercado. Está listada, portanto,
conforme a probabilidade de oscilação do investimento.
Entre as aplicações apresentadas, a caderneta de poupança é a
que tem a menor chance de oscilação, e o mercado de ações está
mais sujeito a variações, tanto para cima como para baixo.
No entanto, em caso de confisco, como observado durante o
Plano Collor, em 1990, as únicas
alternativas que ficariam imunes
a isso seriam moedas estrangeiras
em espécie, imóveis, fundos imobiliários, ouro, fundos de ações e
ações.
Há sempre o risco, como também visto no passado, de essas
aplicações sofrerem algum tipo de
taxação adicional, mas os seus titulares dificilmente seriam proibidos de comercializá-las.
Os fundos balanceados e de derivativos, dependendo da composição, têm um risco parcial, já que
podem ter parte do dinheiro investido em mercados sujeitos ou
não a confiscos, como o de títulos
públicos e contratos futuros, respectivamente.
Segundo consultores, é uma ilusão o investidor achar que, ao
comprar um CDB, estará livre de
ter o seu dinheiro engavetado, no
caso de um calote na dívida pública, por ser um título emitido por
um banco e não pelo governo.
"O sistema financeiro é todo interligado. Se tiver confisco, o CDB
não vai escapar", diz Ricardo
Humberto Rocha, professor do
Laboratório de Finanças da USP.
Nem as contas correntes tendem
a ficar a salvo.
Além disso, boa parte do dinheiro captado pelos bancos por
meio de CDBs é utilizada para
comprar títulos públicos.
Ou seja, é emprestada para o governo. Se o governo resolve dar
um calote, como o banco vai honrar o CDB?, perguntam os analistas.
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