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ANIMAIS
Crise atinge setor há 17 meses
Oferta de suínos cai e preços sobem 12,24%
DA REPORTAGEM LOCAL
A oferta de suínos para abate
está em queda no Estado de São
Paulo. Neste ano, serão 41,6 mil
toneladas de carne suína a menos
à disposição. Os dados são da
APCS (Associação Paulista de
Criadores de Suínos).
Segundo a FNP Consultoria, essa situação é reflexo da crise que
atinge o setor há 17 meses. A retração dos preços pagos ao produtor no período -causada
principalmente por uma explosão
da produção no final de 2001-
deprimiu a renda dos suinocultores brasileiros. A esse excesso de
oferta somou-se a elevação dos
preços do milho, principal item
da alimentação dos animais no
ano passado.
A média histórica da relação entre a arroba de suíno (15 quilos) e
sacas de milho é de 1 arroba para
cada 2,5 quilos do cereal. A preços
atuais, esse valor é de R$ 42,50.
Hoje, entretanto, a arroba do suíno está cotada -média do Estado- em R$ 34,50.
"A crise levou os produtores a
diminuir os investimentos na
produção e a abater as matrizes
[fêmeas reprodutoras]. Em São
Paulo, a redução do plantel foi de
20%", afirma Valdomiro Ferreira
Jr., presidente da APCS.
Essa diminuição da oferta pressiona as cotações. Em julho, os
preços pagos para os produtores
no Estado de São Paulo -medidos pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola)- subiram 12,24%.
Analistas de mercado afirmam
que essa alta deve se manter. A
previsão é que nos próximos 30
dias a arroba chegue a R$ 42.
Apesar do prognóstico positivo,
Ferreira Jr. recomenda cautela.
"Não é hora de achar que já está
tudo bem. Ainda é cedo para investir e repor matrizes", diz.
As exportações de suínos também seguem em alta. Neste ano, a
meta da Abipecs (associação de
exportadores do setor) é exportar
550 mil toneladas. Esse volume
geraria uma receita cambial de
US$ 500 milhões. (CÍNTIA CARDOSO)
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