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PREÇOS
Somente energia elétrica, telefone e planos de saúde devem gerar uma taxa de 0,61% neste mês, segundo cálculos da Fipe
Tarifas públicas vão pressionar a inflação
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A inflação começa a ter novos
focos de pressão a partir deste
mês. Entram em cena os preços
administrados, que deverão representar pelo menos um terço da
inflação acumulada de agosto a
dezembro, segundo estimativas
da Fipe (Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas).
Apesar desse aumento dos preços administrados, Paulo Picchetti, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, espera que a taxa deste ano fique dentro das previsões de 6%. Entra a
pressão dos administrados, mas
diminui a dos preços livres, principalmente dos alimentos, que já
mostraram sinais de perda de força no mês passado.
Nas contas de Picchetti, "a inflação média mensal dos paulistanos
deverá ficar próxima de 0,45% até
o final do ano", o que acrescentaria mais 2,27 pontos percentuais à
taxa de 3,37% de janeiro a julho.
A maior pressão inflacionária fica reservada para este mês, quando os preços deverão atingir aumento médio de 0,80%. Só os preços administrados serão responsáveis por 76% dessa taxa.
Nos cálculos da Fipe, o aumento
de energia elétrica vai gerar inflação de 0,41% neste mês. Telefone
e planos de saúde participam com
taxa de mais 0,10% cada um.
Pressão menor
A inflação de julho foi de 0,59%,
contra 0,92% em junho. Três itens
ajudaram na desaceleração: alimentos, vestuário e gasolina.
Os alimentos subiram 0,39% no
mês passado, taxa bem inferior ao
1,39% de junho. Vários alimentos
consumidos pelos paulistanos estão em queda: arroz, feijão, óleo
de soja, tomate e alface.
No setor de vestuário, os preços
caíram 1,72%. Após pequena reação nas últimas semanas de junho
e início de julho, devido ao frio intenso, os lojistas foram obrigados
a baixar os preços, diz Picchetti.
Para o economista da Fipe, essa
desaceleração no setor de vestuário se deve à falta de renda da população. As vendas estão mais
fortes nos produtos exportáveis e
nos bens duráveis.
Já a gasolina, passado o efeito do
aumento de junho, começa a registrar queda nos preços. Pesquisa da Fipe mostra que os preços
praticados pelos postos na última
semana de julho eram inferiores
aos do mesmo período de junho.
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