São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2004

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PREÇOS

Somente energia elétrica, telefone e planos de saúde devem gerar uma taxa de 0,61% neste mês, segundo cálculos da Fipe

Tarifas públicas vão pressionar a inflação

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A inflação começa a ter novos focos de pressão a partir deste mês. Entram em cena os preços administrados, que deverão representar pelo menos um terço da inflação acumulada de agosto a dezembro, segundo estimativas da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Apesar desse aumento dos preços administrados, Paulo Picchetti, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, espera que a taxa deste ano fique dentro das previsões de 6%. Entra a pressão dos administrados, mas diminui a dos preços livres, principalmente dos alimentos, que já mostraram sinais de perda de força no mês passado.
Nas contas de Picchetti, "a inflação média mensal dos paulistanos deverá ficar próxima de 0,45% até o final do ano", o que acrescentaria mais 2,27 pontos percentuais à taxa de 3,37% de janeiro a julho.
A maior pressão inflacionária fica reservada para este mês, quando os preços deverão atingir aumento médio de 0,80%. Só os preços administrados serão responsáveis por 76% dessa taxa.
Nos cálculos da Fipe, o aumento de energia elétrica vai gerar inflação de 0,41% neste mês. Telefone e planos de saúde participam com taxa de mais 0,10% cada um.

Pressão menor
A inflação de julho foi de 0,59%, contra 0,92% em junho. Três itens ajudaram na desaceleração: alimentos, vestuário e gasolina.
Os alimentos subiram 0,39% no mês passado, taxa bem inferior ao 1,39% de junho. Vários alimentos consumidos pelos paulistanos estão em queda: arroz, feijão, óleo de soja, tomate e alface.
No setor de vestuário, os preços caíram 1,72%. Após pequena reação nas últimas semanas de junho e início de julho, devido ao frio intenso, os lojistas foram obrigados a baixar os preços, diz Picchetti.
Para o economista da Fipe, essa desaceleração no setor de vestuário se deve à falta de renda da população. As vendas estão mais fortes nos produtos exportáveis e nos bens duráveis.
Já a gasolina, passado o efeito do aumento de junho, começa a registrar queda nos preços. Pesquisa da Fipe mostra que os preços praticados pelos postos na última semana de julho eram inferiores aos do mesmo período de junho.


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