São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Desempenho da Bolsa em 2008 é o segundo pior desde o Plano Real

O ano de 2008 não tem sido nada favorável para o mercado de ações. Com uma queda de 13% até ontem, o Ibovespa registra neste ano o seu segundo pior resultado desde a adoção do Plano Real, em 1994. A maior queda ainda foi a de 2002, ano da eleição de Lula, quando o índice caiu 27,44%.
Já em relação aos dois carros-chefes da Bolsa, Petrobras e Vale, 2008 já é o ano de pior desempenho das duas empresas, tanto das ações ordinárias como das preferenciais. As ações da Petrobras caíram 25,12% (PN) e 23,2% (ON). As da Vale, 29% (PN) e 30,05% (ON).
"A coisa está feia", diz o economista Einar Rivero, economista da Economática e autor desse estudo.
O que os especialistas recomendam neste momento é muito sangue-frio, principalmente daqueles investidores iniciantes na Bolsa. Quem investe em ações não deve ficar preocupado com o curto prazo, principalmente em momentos de oscilações fortes.
Para reforçar a necessidade de cautela por parte dos investidores, Einar Rivero mostra que, desde o início do governo Lula, o saldo ainda é extremamente positivo. Quem investiu na Bolsa do primeiro dia do governo Lula até ontem, ainda estará ganhando 394%, o que significa um belo resultado, superior a qualquer outra aplicação.
Até o final do ano passado, o ganho era de 467% nos cinco primeiros anos do governo Lula. Já de dezembro de 1994 até ontem, a valorização do Ibovespa sobe para 1.367% -com a queda deste ano, os ganhos caem para 1.177%, o que significa que o resultado ainda é bastante expressivo.
O mesmo se pode dizer em relação às ações da Petrobras e da Vale. Se as ações dessas duas empresas estão em queda neste ano, em razão da redução dos preços das commodities, nos últimos anos o movimento foi inverso.
A ação ordinária da Petrobras subiu mais de 10.000% até o final do ano passado em relação a dezembro de 1994. A da Vale, quase 4.000%.
"Quem entrou agora na Bolsa está perdendo, mas quem já está no mercado há mais tempo está ganhando, e muito", diz Einar Rivero.

PANO
O setor de tecidos vendeu 12% a mais no atacado em julho sobre o mesmo mês de 2007. O avanço foi de 2% ante junho. "O resultado é bom. Os meses anteriores já haviam registrado aumento expressivo", diz Arinos de Almeida Barros, presidente do sindicato da categoria.

COM GELO
A família de uísques Chivas Regal traz a São Paulo o projeto Chivas Studio para fortalecer a marca no mercado de luxo. A programação foi organizada pelo consultor de luxo Carlos Ferreirinha e pelo músico João Marcelo Bôscoli. O evento começa amanhã e vai até o dia 23.

MORRA DE RIR

O portal "Funny or Die", criado por Will Farrell nos EUA, ganha versão em português em www.morraderir.com.br. "No plano de expansão fora dos EUA, o Brasil foi o primeiro escolhido", diz Maurício Duarte, diretor-geral da Sequóia Capital, que lança o site no país, com investimento de US$ 5 milhões. O portal terá vídeos com Ivete Sangalo, Luana Piovani e publicará filmes de internautas, que serão votados on-line. Se o vídeo for classificado como engraçado, fica no ar, senão é eliminado.

Restrição a estrangeiro afeta setor aéreo, diz analista

A disparada de preços dos combustíveis e a restrição à participação de empresas estrangeiras em companhias aéreas afetam a competitividade do setor. A análise é de Richard Crum, presidente da ACTE (Association of Corporate Travel Executives), que representa a área de viagens corporativas.
O especialista está em São Paulo para participar, hoje, de um fórum da ACTE da América Latina no auditório da Universidade Anhembi Morumbi. Crum afirma que restrição às empresas estrangeiras no Brasil, nos EUA ou em outros mercados que imponham barreiras impede que as companhias se tornem de fato globais.
No Brasil, Crum avalia que, para estimular a competitividade, o país deveria analisar as políticas implementadas na Europa e na Ásia para a criação de empresas que adotam o conceito "low cost" (baixo custo).
O presidente da associação diz, entretanto, que o preço das passagens está ameaçado pelo custo dos combustíveis. Nos EUA, a ACTE diz que empresas de transporte devem perder US$ 10 bilhões em 2008.
"O custo do combustível para as operadoras americanas passou de 10% a 15% das despesas totais para um percentual de 40% a 45% em um ano", afirma.
Crum diz que o preço das passagens, com o impacto do combustível, faz com que empresas comecem a trocar, por exemplo, a ida de executivos a reuniões por teleconferências.

SEGURO
Eduardo Bom Angelo, ex-presidente da Brasilprev, assume a presidência da corretora de seguros Lazan MDS, da família Feffer e do grupo português Sonae, no final deste mês; o executivo entra na empresa com o desafio de alavancar negócios após uma série de parcerias firmadas com corretoras do país

FALECIMENTO
O empresário Sylvio Luiz Bresser-Pereira morreu ontem no hospital Sírio-Libanês, aos 72 anos, em decorrência de um tumor, doença que enfrentava havia sete anos. Economista, foi professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), diretor do grupo Pão de Açúcar e sócio do banco Fator, instituição de onde saiu há três anos por motivos de saúde. Sylvio é irmão do economista e ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira. Ele deixa viúva Maria Luiza, cinco filhos e seis netos. O velório do empresário está sendo realizado no Sírio-Libanês e o corpo será cremado hoje ao meio-dia no cemitério da Vila Alpina, em São Paulo.

com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e MARINA GAZZONI


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